Beirute, 10 nov (EFE).- O Líbano vem travando uma verdadeira guerra gastronômica contra Israel, em defesa de pratos típicos como o falafel e o hummus, cuja origem os libaneses querem recuperar com medidas legais para que ninguém se aproprie dela.
"Outros países estão registrando como seus pratos tipicamente libaneses, já que nós não pudemos fazê-lo pelo elevado custo do direito à propriedade intelectual", assegurou à Agência Efe o chefe do Departamento de Agricultura da Câmara de Comércio e Indústria de Beirute, Rabih Sabra.
Sabra atribuiu esta situação ao fato de que as empresas alimentícias do Líbano serem "pequenas e médias e não terem capacidade de registrar seus produtos", afirmando que seu país deve "pagar pelo direito, embora isso gere um custo anual muito alto".
Desde 1950, vários países como Grécia, Turquia e Israel registraram diversas comidas libanesas com suas. Os israelenses chegaram até a entrar recentemente com elas no livro Guinness dos Recordes.
No entanto, este ano, o Líbano desbancou Israel no ranking, preparando os maiores pratos de tabule (salada de trigo cozido) e de hummus (pasta de grão-de-bico com óleo de sésamo) do mundo.
"Trata-se de uma vitória moral destinada a mostrar à opinião pública mundial que esses são pratos libaneses", acrescentou Sabra, que insistiu na necessidade de se proteger o patrimônio culinário nacional.
Segundo sua opinião, "o Governo deve empreender uma ação rápida, com advogados e especialistas, para pôr fim a essa usurpação e poder recuperar as marcas libanesas e protegê-las".
Entre as comidas supostamente roubadas por diferentes países da bacia mediterrânea Sabra citou o falafel, o tabule e o hummus.
Estas disputas alcançaram seu ponto mais polêmico quando um apresentador de televisão francês disse no ano passado que o falafel vinha de Israel. A informação teve que ser corrigida diante de protestos na internet promovidos por uma jovem libanesa.
Além disso, no dia 5 de novembro, a Associação das Indústrias libanesas acusou Israel de piratear o patrimônio culinário nacional depois que uma empresa israelense ganhou um prêmio em uma feira em New Jersey (EUA), com o falafel.
"O falafel, o hummus, o tabule, o babaganuch são comidas de origem libanesa ou oriental", disse, em comunicado, a associação, que acrescentou que "em nenhum dicionário culinário do mundo esses alimentos são considerados israelenses".
A associação solicitou a colaboração dos países da região para pôr fim à atuação israelense, que, em sua opinião, obtém grandes lucros sem ter desempenhado nenhum papel no surgimento destes pratos.
Uma dos pontos que mais indigna os libaneses é o fato de Israel ter nomeado a fábrica onde faz produtos libaneses de "Cedros", árvore que é emblema nacional do Líbano.
Sabra expressou sua esperança de que a União Europeia (UE) apoie as exigências libanesas, após o acordo de associação com o Líbano, além de esperar o respaldo dos países que integram a Associação Europeia de Livre-Comércio.
"Calcula-se que (os lucros com) a venda do hummus no mundo cheguem a bilhões de dólares, o que equivale a perdas similares para o Líbano", acrescentou Sabra, que qualificou a situação de "inconcebível".
Por isso, insistiu em que "vale a pena pagar para proteger as marcas libanesas, já que a receita compensará o custo empregado para o fim". EFE
terça-feira, 10 de novembro de 2009
domingo, 1 de novembro de 2009
Assista o MTV Debate com Demian Maia e Kallás
Assista aqui, na íntegra, o MTV Debate em que o atleta peso médio do UFC e jornalista, Demian Maia, e eu, defendemos o MMA.