quinta-feira, 4 de novembro de 2010
'PREACHER': Não é pra qualquer um!
Um padre texano possuído por um entidade malígna se alia a um vampiro inglês alcólatra numa aventura em busca de Deus, que teria abandonado o céu e sua criação e estaria vivendo no bem-bom aqui na Terra.
Quando eu achava que, depois de Bukowski, Kubrick, Tarantino, Nelson Rodrigues, Scorsese e Stephen King, já tinha visto e lido todo tipo de loucura, perversão e imoralidade, eis que me surge Garth Ennis com "Preacher.
Violência, blasfêmia e um genial humor negro ultra politicamente incorreto fazem de "Preacher" umas das histórias mais insanas, surreais e brilhantes que eu já conheci.
Se vc tem estômago, senso de humor e não se ofende com certa facilidade, recomendo a leitura dessa obra prima e clássico das novelas gráficas. FANTÁSTICO!!!
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Ouça o 1º podcast de MMA do Brasil
Estreou essa semana o meu mais novo projeto, o primeiro programa semanal de rádio sobre MMA.
Você pode ouvir no site do Portal do Vale-Tudo ou então baixar o arquivo direto em mp3 (clique no link ao lado com o botão direito do mouse e escolha "salvar link como".
Não deixe de conferir!!!
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
"The Passage": meu verão europeu ao lado de vampiros e sobreviventes do apocalipse
Desde moleque sempre tive enorme curiosidade por vampiros, mas nunca no estilo bonzinhos e bonitinhos. Nunca me interessei e sempre passei longe qualquer livro, série ou filme de vampiros adolescentes com excessão, é claro, de "A Hora do Espanto" ("Fright Night") e "Os Garotos Perdidos" (The Lost Boys), dois clááááássicos dos anos 80.
Eu sempre gostei de histórias de terror e suspense com vampiros. A última boa história do gênero li no começo do ano: "Noturno", de Guillermo del Toro e Chuck Hogan. Achei divertidíssimo e aterrorizante!
E no começo de junho li uma matéria no New York Times que me deixou curiosíssimo sobre um lançamento de um professor de literatura inglesa da Rice University chamado Justin Cronin que prometia ser um épico vampirístico numa América pós-apocalíptica. O livro se chama "The Passage".
Me chamou a atenção como Cronin começou a escrever esse livro. Sua filha de 8 anos disse para ele um dia que seus livros anteriores (romances) era chatos. Então ele perguntou para ela "Sobre o que vc quer que eu escreva?" e ela respondeu "Um livro sobre uma garotinha que salva o mundo... e que tenha vampiros!"
Quando li que os vampiros seriam criaturas asquerosas e selvagens vítimas de um vírus que estaria varrendo todo tipo de ser vivo da face da Terra, parei de ler a matéria e não li nada mais sobre ele para não acabar com a surpresa.
Tenho feito isso ultimamente com qualquer evento cultural (livro, cinema ou teatro) que me interessa, porque as reportagens, críticas e trailers acabam contando toda a história. Engraçado, pq o que eu vou escrever daqui pra frente é aproximadamente esse tipo de crítica. :)
Enfim, esperei algumas semanas para que o livro chegasse por essas bandas e comprei esse surpreendente tijolo de quase OITOCENTAS páginas!!!
Voltei à casa com esse paralelepípedo embaixo do braço pensando se realmente valeria a pena, mas hoje em dia qualquer livro de vampiros que não seja para meninas na puberdade parece valer a pena.
E, sem exageiro, vivi a experiência literária mais intensa da minha vida nas primeiras 300 páginas de "The Passage"!
As 300 primeiras páginas parecem 30, passam voando e com uma tensão e ritmo alucinantes. Me peguei um dia totalmente surpreso por ter passado quase 5 horas seguidas sentado no sofá sem tirar os olhos do livro. Passei dias na praia sem colocar o pé na água por querer saber o que viria na próxima página.
Pois é... mas o livro tem 780 e poucas páginas... e as outras 480 e poucas páginas, apesar de serem muito boas, não conseguem manter o ritmo inicial. Isso porque "The Passage" não é apenas um livro, são dois livros em um só. E são a primeira parte de uma triologia, que hoje descobri já estar vendida para Ridley Scott tranformar em filme.
Apesar da sensação de que "The Passage" foi feito para o cinema e que é um livro longo (que as vezes parece ainda mais longo do que é), a sublime narrativa ultra-detalhista e a história inicial conseguem manter o interesse do leitor até o fim.
"Antes dela ser A Menina de Nenhum Lugar - A Que Veio, A Primeira e A Última e A Única, que viveu mil anos - ela era apenas uma pequena criança chamada Amy".
O livro abre assim e conta a história de Amy Harper Bellafonte, a filha de uma prostituta que, com seis anos, acaba abandonada num convento. Enquanto isso, um agente do FBI chamado Brad Wolgast está numa missão de "recrutar" detentos no corredor da morte para serem usados em um projeto militar que envolve testes com um vírus secreto.
É de se tirar o chapéu para a capacidade descritiva de Cronin, principalmente com as personalidades dos envolvidos na história. Você se sente totalmente dentro da história e passa a sentir realmente angústias pelo destino de personagens como um dos detentos, Antony Carter, por saber absolutamente tudo sobre seu passado e seu drama pessoal. Isso sem falar do agente Wolgast e da freira Lacey e a entrega deles à Amy... Amy, o pilar de toda a história e o coração de todo o livro. Mas estamos falando das primeiras 300 páginas, antes do mundo acabar.
Porque depois que o mundo acaba e começa a história meio Mad Max, num mundo pós-apocalíptico onde temos que começar de novo a conhecer novos personagens tão complexos como os da primeira parte da história e que vivem numa colônia de sobreviventes, quase não sobra fôlego depois da intensidade e clímax deixado pela primeira história.
A descrição dos personagens e de suas vidas, problemas e sentimentos se tornam repetitivos e muitas vezes cansativos, mostrando-se claramente que serão usados apenas para criar um certo clima de tensão e ansiedade que acaba não surgindo até que as duas histórias se encontram em uma reviravolta que, mesmo sendo tardia, vale a espera.
Se você é fã de suspense e tem preparo físico de maratonista, "The Passage" é uma história diferente de vampiros que, apesar de longa, é criativa, emocionante e muito bem escrita.
Mas não te culparia por decidir esperar pela versão cinematográfica de Ridley Scott.
Eu recomendo por Amy, "A Menina de Lugar Nenhum"... Há muito não era apresentado a um personagem tão apaixonante!!!