Reflexões dA NATA!
Depois de bastante tempo, as reflexões dA NATA! voltam com uma pérola do Ministro de Imigração da Austrália:
"Ele simplesmente não é o tipo de 'cara' que a gente quer no nosso país!"
(de Kevin Andrews, Ministro de Imigração da Austrália, justificando porque o rapper Calvin Cordozar Broadus Jr., mais conhecido como Snoop 'FoShizleNizle' Dog, foi barrado no aeroporto de Sidney e impedido de entrar no país. O rapper boa gente tem longa ficha na polícia americana, com acusações de assassinato, formação de quadrilha, estupro, porte de armas e de drogas. Mês passado ele já havia sido proibido de entrar no Reino Unido, pq na última viagem à terra da rainha havia sido detido no aeroporto internacional de Londres por badernas e arruaças.)
quinta-feira, 26 de abril de 2007
quarta-feira, 25 de abril de 2007
UFC, Pride, Mayweather e o futuro
O presidente do UFC, Dana White, durante o anúncio da compra do Pride.
Aproveitando o embalo, fico nos esportes pra falar de um assunto que há muito tempo não escrevo por aqui: vale tudo.
Duas notícias que aconteceram nas últimas semana são os motivos pelos quais volto a escrever sobre lutas.
A primeira foi a compra do maior evento de vale tudo do Japão e um dos maiores do mundo, o Pride Fighting Championship, pelo seu principal concorrente, o americano Ultimate Fighting Championship (UFC).
Se você é um fã ocasional de vale tudo, essa notícia pode parecer chocante, já que o Pride durante muito tempo dominou o mercado e os melhores lutadores.
Apesar do UFC ter sido onde o esporte começou a profissionalizar, há quase 15 anos, o vale tudo cresceu, mudou de nome - hoje é chamado de Mixed Martial Arts (MMA) - e o Pride acabou se tranformando no maior evento do mundo, levando ao Japão a meca do MMA do planeta.
Mas nos últimos anos o enorme crescimento do interesse do público americano no MMA e seu profissionalismo, aliado ao declínio inegável da popularidade do boxe, fez com que o UFC retomasse o caminho do sucesso. E ajudado por um escândalo envolvendo os donos do Pride, que estariam envolvidos com a máfia japonesa, o UFC comprou o evento e, desde o mês passado, é dono das duas maiores ligas de MMA do mundo.
É esse sucesso do UFC e o profissionalismo do MMA que nos levam ao segundo ponto que me fizeram escrever esse texto.
Numa das coletivas de imprensa em preparação para a luta entre Floyd Mayweather Jr. e Oscar de la Hoya, que acontece dia 5 de maio pelo título mundial dos médio-ligeiros, Mayweather disse que "o UFC é merda nenhuma". Segundo ele, o "MMA não é nada mais do que uma moda passageira." Para ele, "os lutadores de MMA são caras que não conseguiram ser boxeadores". "Qualquer um pode fazer um par de tatuagens e cair na porrada como esses caras. Se vc colocar qualquer boxeador de elite no UFC, ele seria o campeão. Ele nocautearia qualquer lutador de MMA em poucos segundos.", completou o campeão mundial de boxe.
O fanfarrão Floyd Mayweather Jr. (dir.) encara Oscar de la Hoya numa das típicas coletivas de imprensa para promover a luta do próximo fim de semana
Lembro quando, há 15 anos, eu ouvia dizer que o vale tudo era apenas uma moda, que não era esporte, que não iria vingar, sempre seria marginal, etc e tal. E naquela época realmente o vale tudo fazia justiça ao nome, era uma briga de rua mesmo, sem luvas ou regras, onde dois sujeitos de passados e lutas totalmente diferentes se enfrentavam num octógono fechado por uma cerca de arame.
Mas o tempo passou e hoje a única coisa que ficou foi o famoso octógono, criado pelo brasileiro Rorion Gracie e que virou marca registrada do UFC.
Uma nova geração de lutadores que eram moleques quando tudo começou, cresceram fascinados por como Roice e Rickson Gracie lutavam jiu jitsu, como Ken Shamrock, Randy Couture ou Dan Severn aplicavam suas técnicas de greco-romana e luta livre ou como Marco Ruas distribuía seus chutes destruidores às pernas dos adversários. A chegada de lutadores de kickboxing aumentou os embates em pé e obrigaram aos praticantes de jiu jitsu e greco-romana à aprender boxear e chutar. E vice e versa.
O veterano Randy Couture, uma lenda viva do esporte e um dos melhores lutadores profissionais de MMA de todos os tempos.
O resultado hoje é um esporte que também faz justiça ao seu novo nome, Mistura de Artes Marciais ou Artes Marciais Mistas. Porque hoje nos ringues do UFC e Pride vc encontra alguns dos atletas mais preparados do mundo, versados em 3 ou 4 artes distintas, capazes de nocautear com um chute alto com a mesma facilidade que teriam para finalizar o oponente com uma chave de braço, perna ou estrangulamento.
E o simples fato de Mayweather, um dos maiores boxeadores do mundo, ter que falar de MMA em vez da sua própria luta para se promover é uma prova do tamanho e importância do vale tudo tem hoje em dia.
Hoje o MMA é o esporte que mais rápido cresce no mundo e os números não mentem.
Em agosto do ano passado, a luta pelo título mundial dos pesos pesados entre Oleg Maskaev e Hasim Rahman foi vista por 60 mil pessoas via pay-per-view nos EUA. No mesmo mês, a luta entre o brasileiro Renato Sobral e o americano Chuck Liddell pelo título dos meio pesados do UFC foi vista por 500 mil pessoas, no mesmo sistema de ppv.
A inevitável comparação entre boxe e MMA lembra muito um outro caso de disputa por espaço e público entre esportes nos EUA. Um dia dono absoluto da preferência popular nos EUA, o beisebol parou no tempo e não se preocupou em criar novos atrativos para o fãs. Correndo por fora, um esporte marginal chamado futebol americano ganhava público devido ao dinamismo, ação e emoção em campo. E foi quando as duas maiores ligas de futebol americano se fundiram em uma, que o esporte explodiu e hoje domina sem adversários a preferencia da população. Principalmente a população jovem, enquanto os fãs do beisebol são geralmente gente mais velha.
Será apenas mera coincidência as semelhanças entre as fusões e o perfil dos esportes e dos fãs?
O vale tudo é jovem, é imprevisível, é rápido, é inteligente e, acima de tudo, é real! Muito diferente das marmeladas e lutas encomendadas que enjoram tantas vezes os fãs de luta.
E o vale tudo é global, com atletas de elite vindos dos quatro cantos do planeta. A união entre UFC e Pride pode ser a grande oportunidade que o esporte estava esperando para começar a ter um legítimo ranking mundial e unificações de cinturões, consolidando de vez seus lutadores como ídolos internacionais.
Mayweather pode até ter razão quando diz que um boxeador nocautearia um lutador de MMA em poucos segundos. O problema é que o boxeador provalvemente não teria esses poucos segundos. Quando menos percebesse, estaria desacordado no chão após receber um mata leão ou 5 ou 6 cotoveladas de cima para baixo.
O carioca Gabriel "Napão" comemora após nocautear o croata Mirko Cro Cop, no último sábado na Inglaterra, pelo UFC 70
O que mais me deixa revoltado com esse tipo de declaração vinda do boxe é que os fãs de MMA sempre respeitaram e gostaram de boxe. Nunca faltaríamos com o respeito à lendas como Sugar Ray, Ali, Marciano, Foreman ou Eder Jofre. Mas temos consciencia que eles são o passado. Nós simplesmente não ligamos mais para boxe.
Nós sabemos muito bem o que queremos e não estamos interessados em palhaços marketeiros e corruptos como Don King nos dizendo que Floyd Mayweather Jr. contra Oscar de la Hoya é a "luta do século".
Desculpe informá-lo, sr. King, que o presente e o futuro não estão nas mãos de Mayweather ou Klitschko, mas de atletas como Fedor, Cro Cop e Nogueira.
Que o MMA chegou, entrou sem bater e veio pra ficar!
O presidente do UFC, Dana White, durante o anúncio da compra do Pride.
Aproveitando o embalo, fico nos esportes pra falar de um assunto que há muito tempo não escrevo por aqui: vale tudo.
Duas notícias que aconteceram nas últimas semana são os motivos pelos quais volto a escrever sobre lutas.
A primeira foi a compra do maior evento de vale tudo do Japão e um dos maiores do mundo, o Pride Fighting Championship, pelo seu principal concorrente, o americano Ultimate Fighting Championship (UFC).
Se você é um fã ocasional de vale tudo, essa notícia pode parecer chocante, já que o Pride durante muito tempo dominou o mercado e os melhores lutadores.
Apesar do UFC ter sido onde o esporte começou a profissionalizar, há quase 15 anos, o vale tudo cresceu, mudou de nome - hoje é chamado de Mixed Martial Arts (MMA) - e o Pride acabou se tranformando no maior evento do mundo, levando ao Japão a meca do MMA do planeta.
Mas nos últimos anos o enorme crescimento do interesse do público americano no MMA e seu profissionalismo, aliado ao declínio inegável da popularidade do boxe, fez com que o UFC retomasse o caminho do sucesso. E ajudado por um escândalo envolvendo os donos do Pride, que estariam envolvidos com a máfia japonesa, o UFC comprou o evento e, desde o mês passado, é dono das duas maiores ligas de MMA do mundo.
É esse sucesso do UFC e o profissionalismo do MMA que nos levam ao segundo ponto que me fizeram escrever esse texto.
Numa das coletivas de imprensa em preparação para a luta entre Floyd Mayweather Jr. e Oscar de la Hoya, que acontece dia 5 de maio pelo título mundial dos médio-ligeiros, Mayweather disse que "o UFC é merda nenhuma". Segundo ele, o "MMA não é nada mais do que uma moda passageira." Para ele, "os lutadores de MMA são caras que não conseguiram ser boxeadores". "Qualquer um pode fazer um par de tatuagens e cair na porrada como esses caras. Se vc colocar qualquer boxeador de elite no UFC, ele seria o campeão. Ele nocautearia qualquer lutador de MMA em poucos segundos.", completou o campeão mundial de boxe.
O fanfarrão Floyd Mayweather Jr. (dir.) encara Oscar de la Hoya numa das típicas coletivas de imprensa para promover a luta do próximo fim de semana
Lembro quando, há 15 anos, eu ouvia dizer que o vale tudo era apenas uma moda, que não era esporte, que não iria vingar, sempre seria marginal, etc e tal. E naquela época realmente o vale tudo fazia justiça ao nome, era uma briga de rua mesmo, sem luvas ou regras, onde dois sujeitos de passados e lutas totalmente diferentes se enfrentavam num octógono fechado por uma cerca de arame.
Mas o tempo passou e hoje a única coisa que ficou foi o famoso octógono, criado pelo brasileiro Rorion Gracie e que virou marca registrada do UFC.
Uma nova geração de lutadores que eram moleques quando tudo começou, cresceram fascinados por como Roice e Rickson Gracie lutavam jiu jitsu, como Ken Shamrock, Randy Couture ou Dan Severn aplicavam suas técnicas de greco-romana e luta livre ou como Marco Ruas distribuía seus chutes destruidores às pernas dos adversários. A chegada de lutadores de kickboxing aumentou os embates em pé e obrigaram aos praticantes de jiu jitsu e greco-romana à aprender boxear e chutar. E vice e versa.
O veterano Randy Couture, uma lenda viva do esporte e um dos melhores lutadores profissionais de MMA de todos os tempos.
O resultado hoje é um esporte que também faz justiça ao seu novo nome, Mistura de Artes Marciais ou Artes Marciais Mistas. Porque hoje nos ringues do UFC e Pride vc encontra alguns dos atletas mais preparados do mundo, versados em 3 ou 4 artes distintas, capazes de nocautear com um chute alto com a mesma facilidade que teriam para finalizar o oponente com uma chave de braço, perna ou estrangulamento.
E o simples fato de Mayweather, um dos maiores boxeadores do mundo, ter que falar de MMA em vez da sua própria luta para se promover é uma prova do tamanho e importância do vale tudo tem hoje em dia.
Hoje o MMA é o esporte que mais rápido cresce no mundo e os números não mentem.
Em agosto do ano passado, a luta pelo título mundial dos pesos pesados entre Oleg Maskaev e Hasim Rahman foi vista por 60 mil pessoas via pay-per-view nos EUA. No mesmo mês, a luta entre o brasileiro Renato Sobral e o americano Chuck Liddell pelo título dos meio pesados do UFC foi vista por 500 mil pessoas, no mesmo sistema de ppv.
A inevitável comparação entre boxe e MMA lembra muito um outro caso de disputa por espaço e público entre esportes nos EUA. Um dia dono absoluto da preferência popular nos EUA, o beisebol parou no tempo e não se preocupou em criar novos atrativos para o fãs. Correndo por fora, um esporte marginal chamado futebol americano ganhava público devido ao dinamismo, ação e emoção em campo. E foi quando as duas maiores ligas de futebol americano se fundiram em uma, que o esporte explodiu e hoje domina sem adversários a preferencia da população. Principalmente a população jovem, enquanto os fãs do beisebol são geralmente gente mais velha.
Será apenas mera coincidência as semelhanças entre as fusões e o perfil dos esportes e dos fãs?
O vale tudo é jovem, é imprevisível, é rápido, é inteligente e, acima de tudo, é real! Muito diferente das marmeladas e lutas encomendadas que enjoram tantas vezes os fãs de luta.
E o vale tudo é global, com atletas de elite vindos dos quatro cantos do planeta. A união entre UFC e Pride pode ser a grande oportunidade que o esporte estava esperando para começar a ter um legítimo ranking mundial e unificações de cinturões, consolidando de vez seus lutadores como ídolos internacionais.
Mayweather pode até ter razão quando diz que um boxeador nocautearia um lutador de MMA em poucos segundos. O problema é que o boxeador provalvemente não teria esses poucos segundos. Quando menos percebesse, estaria desacordado no chão após receber um mata leão ou 5 ou 6 cotoveladas de cima para baixo.
O carioca Gabriel "Napão" comemora após nocautear o croata Mirko Cro Cop, no último sábado na Inglaterra, pelo UFC 70
O que mais me deixa revoltado com esse tipo de declaração vinda do boxe é que os fãs de MMA sempre respeitaram e gostaram de boxe. Nunca faltaríamos com o respeito à lendas como Sugar Ray, Ali, Marciano, Foreman ou Eder Jofre. Mas temos consciencia que eles são o passado. Nós simplesmente não ligamos mais para boxe.
Nós sabemos muito bem o que queremos e não estamos interessados em palhaços marketeiros e corruptos como Don King nos dizendo que Floyd Mayweather Jr. contra Oscar de la Hoya é a "luta do século".
Desculpe informá-lo, sr. King, que o presente e o futuro não estão nas mãos de Mayweather ou Klitschko, mas de atletas como Fedor, Cro Cop e Nogueira.
Que o MMA chegou, entrou sem bater e veio pra ficar!
terça-feira, 24 de abril de 2007
Um novo 49ers se prepara para o recrutamento da NFL
O técnico Mike Nolan se prepara para o seu terceiro draft
Quem acompanha esse blog sabe que sou apaixonado por futebol americano e que de vez em quando eu dedico um post ou outro pra falar sobre o assunto. E nos últimos 3 anos eu tenho falado muito sobre o trabalho que um sujeito chamado Mike Nolan vem realizando como treinador de um tal San Francisco 49ers.
Nesse post eu vou falar grego pra 95% de vocês e analisar como eu vejo o 49ers no recrutamento anual da NFL, tentando passar os mais prováveis cenários que o time pode encarar no próximo sábado. Mas antes vale um pequeno resumo do que vem acontecendo com o San Francisco desde que Mike Nolan tomou as rédeas. O que é importante, principalmente se vc não acompanhou meus diversos textos anteriores sobre ele e a equipe.
Desde que Mike Nolan e sua equipe assumiram o comando do 49ers, o time que vinha mal das pernas está aos poucos se acertando. Dono de uma enorme tradição vencedora nos anos 80 e 90, o 49ers perdeu o rumo desde que o seu ex-dono teve que abrir mão do time no ano 2000, quando se viu envolvido em um processo de corrupção no governo do estado de Louisiana.
O 49ers caiu no colo do seu cunhado pão duro que contratou mal tanto a equipe administrativa quanto técnica. O resultado foi catastrófico, dentro e fora de campo. De 2000 a 2004 o 49ers virou a piada da NFL, o que levou à uma reformulação geral na área administrativa e técnica em 2005.
Para o cargo de treinador, veio Mike Nolan, filho de um histórico ex-treinador do 49ers nos anos 60 e 70. Mike veio do Baltimore Ravens onde, como coordenador de defesa, criou e desenvolveu uma das mais criativas e agressivas unidades defensivas dos últimos anos. Do pai ele herdou a personalidade forte e pulso firme, deixando claro que vinha para mudar as coisas logo no começo, dispensando diversos veteranos que não correspondiam em campo o alto salário que recebiam.
Chegou tbm Scot McCloughan para assumir as responsabilidades de recrutamento e avaliação dos jogadores, além de Lal Heneghan para administrar a franquia.
Além de se livrar dos veteranos, Nolan encontrou outro enorme problema ao assumir o time. As administrações anteriores tiveram péssimos recrutamentos e apostaram num perfil de jogador totalmente diferente do que Nolan acredita que é o ideal. O novo treinador prefere apostar na força para suas linhas de ataque e defesa, com jogadores grandes e pesados, mas o 49ers estava cheio de jogadores leves e rápidos, trazidos pela péssima equipe anterior.
Resumindo, o treinador teve que começar do zero.
Nolan, comandando o time de terno, em homenagem ao pai.
Ao lado de McCloughan, Nolan assumiu o 49ers para o recrutamento de 2005 como o pior time da NFL. Com necessidades em praticamente todas as posições, Nolan e McCloughan adotaram a acertada filosofia de escolher sempre o melhor jogador disponível independente da posição. Assim, do draft, vieram mais jogadores para o ataque do que para a defesa, com o resultado aparecendo já no segundo ano de comando através do jovem quarterback Alex Smith apresentando grande evolução e o running back Frank Gore explodindo como um dos melhores da liga. Além deles, outros frutos do draft como o tight end Vernon Davis e o bloqueador Adam Snyder também mostraram grande potencial.
E com o ataque no caminho certo, chegou a hora de reforçar a defesa. O trabalho fantástico de Nolan inclusive abriu os olhos (e a carteira) do até então muquirana dono do time, que resolveu finalmente gastar dinheiro na contratação do cornerback Nate Clements, um dos melhores da liga, além de 3 outros reforços para a defesa.
Com o draft marcado para o próximo sábado, Mike Nolan promete que vai continuar focado na mesma filosofia de recrutar o melhor jogador disponível ou então tirar da escolha o melhor valor possível. Numa coletiva de imprensa ontem, a dupla Nolan/McCloughan deixou claro que existem 20 jogadores que eles classificam de elite no draft desse ano e que mereceriam serem escolhidos na primeira rodada. Isso pode ser um indício de que o 49ers esteja repetindo a estratégia do ano passado e tentar conseguir negociar uma escolha a mais no primeiro round, para tentar conseguir pelo menos dois desses 20 prospectos.
O defensive end Jamaal Anderson (n°92) é um dos melhores jogadores que poderiam estar disponíveis para o 49ers na 11ª posição do draft.
Ano passado o 49ers avaliava 17 jogadores de elite e, ao negociar com o Broncos uma escolha extra na 1ª rodada, pegou o defensor Manny Lawson, um dos que estavam nessa lista de 17. Esse ano pode ser que o 49ers tente também essa manobra focando num dos wide receivers que poderiam estar disponíveis na segunda metade do draft, mas que não merecem serem pêgos num ponto tão alto quanto o 11° que hoje o San Francisco tem. Ted Ginn Jr (Universidade de Ohio State), Robert Meachem (Tennessee), Dwayne Bowe (LSU) e Dwayne Jarrett (USC) são alguns dos receivers que podem estar disponíveis na segunda metade do draft e que poderiam ser o alvo do 49ers, caso o time realmente consiga uma boa troca. Outra opção com essa segunda escolha seria um safety como Reggie Nelson (Florida).
Numa previsão realista, alí na 11ª escolha Nolan e McCloughan ficarão mais do que satisfeitos em escolher o tackle Levi Brown (Penn State), o defensive end Jamaal Anderson (Arkansas), o safety LaRon Landry (LSU), o inside linebacker Patrick Willis (Mississipi), o defensive end Adam Carriker (Nebraska) ou o defensive tackle Alan Branch. Landry e Anderson dificilmente estarão disponíveis nesse ponto, assim como Brown tbm tem potencial para sair antes. Assim o cenário mais provavel para a 11ª posição é mesmo a escolha entre Willis, Carriker e Branch.
Patrick Willis pode ser o escolhido na primeira rodada.
De qualquer forma, o 49ers hoje poderá escolher 4 jogadores entre os 100 primeiros disponíveis no draft desse ano. São 1 escolha no primeiro e outra no segundo round e duas no terceiro. Além disso, o time conta com mais 4 escolhas no quarto round. E tantas escolhas abrem enormes oportunidades para reforçar ainda mais esse time com juventude e talento. E o fato de que as duas posições do draft mais carregadas de bons jogadores são duas das posições que o 49ers mais necessita de ajuda (wide receivers e defensive end), otimismo é o que não falta em torno do time de San Francisco.
Pensando a partir da 3ª rodada, um running back tambén seria muito bem vindo para ajudar a tirar um pouco do trabalho pesado de Frank Gore. Caras como Michael Bush (Lousiville), Lorenzo Booker (Florida State), Kenneth Darby (Alabama), Darius Walker (Notre Dame) e Tony Hunt (Penn State) seriam ótimos reforços se disponíveis na 3ª ou 4ª rodada. Meu sonho seria Michael Bush, um jogador com história muito parecida a de Frank Gore. Dono de um talento enorme, Bush deve cair para o 3° ou 4° round devido à uma séria fratura na perna direita.
Michael Bush poderia turbinar ainda mais o jogo corrido em San Francisco
Apesar de haver sido um dos pontos mais fortes do time na temporada passada, a linha de ataque tbm precisa de reforços. Isso pq o bloqueador Larry Allen é um veterano de 35 anos e tem problemas sérios de contusão. Além da inconstância do bloqueador da ponta direita da barreira, Kwame Harris, e do tamanho do outro bloqueador da direita, o guard Justin Smiley, que é pequeno para os padroes de Mike Nolan. Isso pode levar o 49ers a apostar em Levi Brown na primeira rodada, se ele estiver disponível, ou entao em um dos guards de elite desse ano e que podem estar disponíveis na segunda rodada, Justin Blalock (Texas) ou Ben Grubbs (Auburn), ou até mesmo do tackle Tony Ugoh (Arkansas) ou do center Ryan Kalil (USC).
Outra possibilidade para a segunda rodada é defensive end, a posição mais forte do draft desse ano. Craques como Charles Johnson (Georgia), Jarvis Moss (Florida), Anthony Spencer (Purdue), LaMarr Woodley (Michigan) e Tim Crowder (Texas) podem estar lá na segunda rodada. E caras como Turk McBride (Tennessee), Jay Moore (Nebraska), Ikaika Alama-Francis (Hawaii) e até mesmo Quentin Moses (Georgia) poderiam cair de bandeja na 4ª. Como o 49ers está em transição para um novo sistema na defesa, que é formado de 3 jogadores grandes de linha e 4 linebackers (3-4), jogadores como Moss e Woodley se encaixariam como uma luva no lado oposto à Manny Lawson como outside linebackers. E, convenhamos, no 3-4, linebackers nunca são demais.
Se disponível na segunda rodada, o bloqueador Justin Blalock traria força e juventude para linha de ataque
As possibilidades são inúmeras e os prospectos disponíveis são basicamente estes. Qualquer dúvida ou comentário sobre o 49ers ou NFL, é só me mandar um email que a gente troca uma idéia. Se der tempo, até o fim da semana eu faço um textinho geral sobre o draft desse ano.
O técnico Mike Nolan se prepara para o seu terceiro draft
Quem acompanha esse blog sabe que sou apaixonado por futebol americano e que de vez em quando eu dedico um post ou outro pra falar sobre o assunto. E nos últimos 3 anos eu tenho falado muito sobre o trabalho que um sujeito chamado Mike Nolan vem realizando como treinador de um tal San Francisco 49ers.
Nesse post eu vou falar grego pra 95% de vocês e analisar como eu vejo o 49ers no recrutamento anual da NFL, tentando passar os mais prováveis cenários que o time pode encarar no próximo sábado. Mas antes vale um pequeno resumo do que vem acontecendo com o San Francisco desde que Mike Nolan tomou as rédeas. O que é importante, principalmente se vc não acompanhou meus diversos textos anteriores sobre ele e a equipe.
Desde que Mike Nolan e sua equipe assumiram o comando do 49ers, o time que vinha mal das pernas está aos poucos se acertando. Dono de uma enorme tradição vencedora nos anos 80 e 90, o 49ers perdeu o rumo desde que o seu ex-dono teve que abrir mão do time no ano 2000, quando se viu envolvido em um processo de corrupção no governo do estado de Louisiana.
O 49ers caiu no colo do seu cunhado pão duro que contratou mal tanto a equipe administrativa quanto técnica. O resultado foi catastrófico, dentro e fora de campo. De 2000 a 2004 o 49ers virou a piada da NFL, o que levou à uma reformulação geral na área administrativa e técnica em 2005.
Para o cargo de treinador, veio Mike Nolan, filho de um histórico ex-treinador do 49ers nos anos 60 e 70. Mike veio do Baltimore Ravens onde, como coordenador de defesa, criou e desenvolveu uma das mais criativas e agressivas unidades defensivas dos últimos anos. Do pai ele herdou a personalidade forte e pulso firme, deixando claro que vinha para mudar as coisas logo no começo, dispensando diversos veteranos que não correspondiam em campo o alto salário que recebiam.
Chegou tbm Scot McCloughan para assumir as responsabilidades de recrutamento e avaliação dos jogadores, além de Lal Heneghan para administrar a franquia.
Além de se livrar dos veteranos, Nolan encontrou outro enorme problema ao assumir o time. As administrações anteriores tiveram péssimos recrutamentos e apostaram num perfil de jogador totalmente diferente do que Nolan acredita que é o ideal. O novo treinador prefere apostar na força para suas linhas de ataque e defesa, com jogadores grandes e pesados, mas o 49ers estava cheio de jogadores leves e rápidos, trazidos pela péssima equipe anterior.
Resumindo, o treinador teve que começar do zero.
Nolan, comandando o time de terno, em homenagem ao pai.
Ao lado de McCloughan, Nolan assumiu o 49ers para o recrutamento de 2005 como o pior time da NFL. Com necessidades em praticamente todas as posições, Nolan e McCloughan adotaram a acertada filosofia de escolher sempre o melhor jogador disponível independente da posição. Assim, do draft, vieram mais jogadores para o ataque do que para a defesa, com o resultado aparecendo já no segundo ano de comando através do jovem quarterback Alex Smith apresentando grande evolução e o running back Frank Gore explodindo como um dos melhores da liga. Além deles, outros frutos do draft como o tight end Vernon Davis e o bloqueador Adam Snyder também mostraram grande potencial.
E com o ataque no caminho certo, chegou a hora de reforçar a defesa. O trabalho fantástico de Nolan inclusive abriu os olhos (e a carteira) do até então muquirana dono do time, que resolveu finalmente gastar dinheiro na contratação do cornerback Nate Clements, um dos melhores da liga, além de 3 outros reforços para a defesa.
Com o draft marcado para o próximo sábado, Mike Nolan promete que vai continuar focado na mesma filosofia de recrutar o melhor jogador disponível ou então tirar da escolha o melhor valor possível. Numa coletiva de imprensa ontem, a dupla Nolan/McCloughan deixou claro que existem 20 jogadores que eles classificam de elite no draft desse ano e que mereceriam serem escolhidos na primeira rodada. Isso pode ser um indício de que o 49ers esteja repetindo a estratégia do ano passado e tentar conseguir negociar uma escolha a mais no primeiro round, para tentar conseguir pelo menos dois desses 20 prospectos.
O defensive end Jamaal Anderson (n°92) é um dos melhores jogadores que poderiam estar disponíveis para o 49ers na 11ª posição do draft.
Ano passado o 49ers avaliava 17 jogadores de elite e, ao negociar com o Broncos uma escolha extra na 1ª rodada, pegou o defensor Manny Lawson, um dos que estavam nessa lista de 17. Esse ano pode ser que o 49ers tente também essa manobra focando num dos wide receivers que poderiam estar disponíveis na segunda metade do draft, mas que não merecem serem pêgos num ponto tão alto quanto o 11° que hoje o San Francisco tem. Ted Ginn Jr (Universidade de Ohio State), Robert Meachem (Tennessee), Dwayne Bowe (LSU) e Dwayne Jarrett (USC) são alguns dos receivers que podem estar disponíveis na segunda metade do draft e que poderiam ser o alvo do 49ers, caso o time realmente consiga uma boa troca. Outra opção com essa segunda escolha seria um safety como Reggie Nelson (Florida).
Numa previsão realista, alí na 11ª escolha Nolan e McCloughan ficarão mais do que satisfeitos em escolher o tackle Levi Brown (Penn State), o defensive end Jamaal Anderson (Arkansas), o safety LaRon Landry (LSU), o inside linebacker Patrick Willis (Mississipi), o defensive end Adam Carriker (Nebraska) ou o defensive tackle Alan Branch. Landry e Anderson dificilmente estarão disponíveis nesse ponto, assim como Brown tbm tem potencial para sair antes. Assim o cenário mais provavel para a 11ª posição é mesmo a escolha entre Willis, Carriker e Branch.
Patrick Willis pode ser o escolhido na primeira rodada.
De qualquer forma, o 49ers hoje poderá escolher 4 jogadores entre os 100 primeiros disponíveis no draft desse ano. São 1 escolha no primeiro e outra no segundo round e duas no terceiro. Além disso, o time conta com mais 4 escolhas no quarto round. E tantas escolhas abrem enormes oportunidades para reforçar ainda mais esse time com juventude e talento. E o fato de que as duas posições do draft mais carregadas de bons jogadores são duas das posições que o 49ers mais necessita de ajuda (wide receivers e defensive end), otimismo é o que não falta em torno do time de San Francisco.
Pensando a partir da 3ª rodada, um running back tambén seria muito bem vindo para ajudar a tirar um pouco do trabalho pesado de Frank Gore. Caras como Michael Bush (Lousiville), Lorenzo Booker (Florida State), Kenneth Darby (Alabama), Darius Walker (Notre Dame) e Tony Hunt (Penn State) seriam ótimos reforços se disponíveis na 3ª ou 4ª rodada. Meu sonho seria Michael Bush, um jogador com história muito parecida a de Frank Gore. Dono de um talento enorme, Bush deve cair para o 3° ou 4° round devido à uma séria fratura na perna direita.
Michael Bush poderia turbinar ainda mais o jogo corrido em San Francisco
Apesar de haver sido um dos pontos mais fortes do time na temporada passada, a linha de ataque tbm precisa de reforços. Isso pq o bloqueador Larry Allen é um veterano de 35 anos e tem problemas sérios de contusão. Além da inconstância do bloqueador da ponta direita da barreira, Kwame Harris, e do tamanho do outro bloqueador da direita, o guard Justin Smiley, que é pequeno para os padroes de Mike Nolan. Isso pode levar o 49ers a apostar em Levi Brown na primeira rodada, se ele estiver disponível, ou entao em um dos guards de elite desse ano e que podem estar disponíveis na segunda rodada, Justin Blalock (Texas) ou Ben Grubbs (Auburn), ou até mesmo do tackle Tony Ugoh (Arkansas) ou do center Ryan Kalil (USC).
Outra possibilidade para a segunda rodada é defensive end, a posição mais forte do draft desse ano. Craques como Charles Johnson (Georgia), Jarvis Moss (Florida), Anthony Spencer (Purdue), LaMarr Woodley (Michigan) e Tim Crowder (Texas) podem estar lá na segunda rodada. E caras como Turk McBride (Tennessee), Jay Moore (Nebraska), Ikaika Alama-Francis (Hawaii) e até mesmo Quentin Moses (Georgia) poderiam cair de bandeja na 4ª. Como o 49ers está em transição para um novo sistema na defesa, que é formado de 3 jogadores grandes de linha e 4 linebackers (3-4), jogadores como Moss e Woodley se encaixariam como uma luva no lado oposto à Manny Lawson como outside linebackers. E, convenhamos, no 3-4, linebackers nunca são demais.
Se disponível na segunda rodada, o bloqueador Justin Blalock traria força e juventude para linha de ataque
As possibilidades são inúmeras e os prospectos disponíveis são basicamente estes. Qualquer dúvida ou comentário sobre o 49ers ou NFL, é só me mandar um email que a gente troca uma idéia. Se der tempo, até o fim da semana eu faço um textinho geral sobre o draft desse ano.