Fernando Kallás

Baixa do dólar faz Brasil passar para a 10ª posição no ranking econômico mundial

O PIB brasileiro cresceu 30% em dólar, de 2004 para 2005, alcançando US$ 797 bilhões, segundo cálculos da consultoria econômica GRC Visão, do Grupo Gobal Invest. De acordo com o economista chefe da GRC Visão, Jason Vieira, a expansão do PIB em dólar foi artificial, provocada pela valorização de 20% do real frente à moeda americana entre dezembro de 2004 e dezembro de 2005, mas serviu para mudar a posição do país no ranking internacional, de 12ª economia em 2004 para a 10ª em 2005.

Já o aumento da renda per capta (por habitante), que passou de US$ 3.331 para US$ 4.326 de um ano para o outro, foi mais real: o câmbio valorizado puxou a inflação interna para baixo, segurando principalmente os preços dos alimentos e levando ao aumento real da renda média.

O ranking das maiores economias do mundo pode variar de acordo com os critérios de classificação usados. No entanto, a melhora foi observada em todos eles. Segundo a Austin Ratings, por exemplo, o Brasil avançou da 15ª para a 11ª posição.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro medido a preços de mercado chegou a R$ 1.937,6 bilhões em 2005, segundo divulgou nesta quinta-feira o IBGE. Desta cifra, R$ 1.728,5 bilhões referem-se ao valor adicionado a preços básicos e R$ 209,1 bilhões aos impostos sobre produtos. Entre os setores que compõem pela ótica da oferta, a agropecuária registrou R$ 145,8 bilhões, a indústria alcançou R$ 690,6 bilhões e os serviços somaram R$ 985,3 bilhões.

Entre os componentes da demanda, o consumo das famílias totalizou R$ 1.075,3 bilhão, o consumo do governo foi de R$ 378,7 bilhões e a formação bruta de capital fixo, indicador de investimentos, somou R$ 385,9 bilhões. A balança de bens e serviços ficou superavitária em R$ 84,9 bilhões e a variação de estoques foi de R$ 12,7 bilhões.

De 2004 para 2005, a taxa de investimento na economia brasileira passsou de 19,6% para 19,9% do Produto Interno Bruto e a taxa de poupança bruta caiu de 23,2% para 22,2%. No quarto trimestre do ano passado, o PIB medido a preços de mercado foi de R$ 521,9 bilhões, sendo R$ 466,2 bilhões de valor adicionado a preços básicos e R$ 55,7 bilhões de impostos sobre produtos.