segunda-feira, 9 de abril de 2001

Prá comemorar a nova cara do meu Blog, pela primeira vez, vou publicar uma poesia minha. Fora para alguns amigos bem chegados, nunca mostrei nenhum dos meus poemas prá ninguém, além de ter ficado quase um ano e meio sem escrever. Mas há duas sextas-feiras, no dia 23 de março, aqui mesmo na praia do Leblon, surgiu uma inspiração e resolvi escrever o poema abaixo...

O desabafo do enxadrista apaixonado

"Amor, areia, mar, calor
A paixão arde mais que o sol escaldante
A dúvida faz crescer a desilusão
Que dói como se rasgasse meu peito com as unhas
Pisasse em meu coração e me largasse moribundo
Vítima de incompreensão.

Agora és amante, em seguida inimiga
Nesse eterno xadrez imaginário
Numa mescla de paixão e desprezo
Me vejo num jardim de flores
E em seguida perdido no bosque escuro
Sem coração, sem alma... estão contigo.

Como tentar amar outra,
se já não mais tenho coração.
Minha vida agora é sua e contigo vivo só,
eu e minhas dúvidas
Atormentadas em minha mente
Claras e simples como você minha visão.

Não percebes que vivo para ti
E me despreza como um qualquer
Se assim for, pouco viverei.
Em algum momento não será mais meu esse coração
Estarei partindo rumo ao nada
Vivendo em lugar nenhum
Buscando a mim mesmo num lugar incerto,
pois estou sofrendo...
Sofrendo em meu mundo de amor e ternura,
Vítima de minha própria paixão."

(Fernando Kallás - 23/03/01)

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