terça-feira, 10 de novembro de 2009

Líbano trava guerra gastronômica contra Israel por origem de pratos típicos

Beirute, 10 nov (EFE).- O Líbano vem travando uma verdadeira guerra gastronômica contra Israel, em defesa de pratos típicos como o falafel e o hummus, cuja origem os libaneses querem recuperar com medidas legais para que ninguém se aproprie dela.

"Outros países estão registrando como seus pratos tipicamente libaneses, já que nós não pudemos fazê-lo pelo elevado custo do direito à propriedade intelectual", assegurou à Agência Efe o chefe do Departamento de Agricultura da Câmara de Comércio e Indústria de Beirute, Rabih Sabra.

Sabra atribuiu esta situação ao fato de que as empresas alimentícias do Líbano serem "pequenas e médias e não terem capacidade de registrar seus produtos", afirmando que seu país deve "pagar pelo direito, embora isso gere um custo anual muito alto".

Desde 1950, vários países como Grécia, Turquia e Israel registraram diversas comidas libanesas com suas. Os israelenses chegaram até a entrar recentemente com elas no livro Guinness dos Recordes.

No entanto, este ano, o Líbano desbancou Israel no ranking, preparando os maiores pratos de tabule (salada de trigo cozido) e de hummus (pasta de grão-de-bico com óleo de sésamo) do mundo.

"Trata-se de uma vitória moral destinada a mostrar à opinião pública mundial que esses são pratos libaneses", acrescentou Sabra, que insistiu na necessidade de se proteger o patrimônio culinário nacional.

Segundo sua opinião, "o Governo deve empreender uma ação rápida, com advogados e especialistas, para pôr fim a essa usurpação e poder recuperar as marcas libanesas e protegê-las".

Entre as comidas supostamente roubadas por diferentes países da bacia mediterrânea Sabra citou o falafel, o tabule e o hummus.

Estas disputas alcançaram seu ponto mais polêmico quando um apresentador de televisão francês disse no ano passado que o falafel vinha de Israel. A informação teve que ser corrigida diante de protestos na internet promovidos por uma jovem libanesa.

Além disso, no dia 5 de novembro, a Associação das Indústrias libanesas acusou Israel de piratear o patrimônio culinário nacional depois que uma empresa israelense ganhou um prêmio em uma feira em New Jersey (EUA), com o falafel.

"O falafel, o hummus, o tabule, o babaganuch são comidas de origem libanesa ou oriental", disse, em comunicado, a associação, que acrescentou que "em nenhum dicionário culinário do mundo esses alimentos são considerados israelenses".

A associação solicitou a colaboração dos países da região para pôr fim à atuação israelense, que, em sua opinião, obtém grandes lucros sem ter desempenhado nenhum papel no surgimento destes pratos.

Uma dos pontos que mais indigna os libaneses é o fato de Israel ter nomeado a fábrica onde faz produtos libaneses de "Cedros", árvore que é emblema nacional do Líbano.

Sabra expressou sua esperança de que a União Europeia (UE) apoie as exigências libanesas, após o acordo de associação com o Líbano, além de esperar o respaldo dos países que integram a Associação Europeia de Livre-Comércio.

"Calcula-se que (os lucros com) a venda do hummus no mundo cheguem a bilhões de dólares, o que equivale a perdas similares para o Líbano", acrescentou Sabra, que qualificou a situação de "inconcebível".

Por isso, insistiu em que "vale a pena pagar para proteger as marcas libanesas, já que a receita compensará o custo empregado para o fim". EFE

domingo, 1 de novembro de 2009

Assista o MTV Debate com Demian Maia e Kallás


Assista aqui, na íntegra, o MTV Debate em que o atleta peso médio do UFC e jornalista, Demian Maia, e eu, defendemos o MMA.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Crise deixará 2.706.000 desempregados a mais na Espanha até o fim de 2010

Paris, 16 set (EFE).- O número de desempregados na Espanha desde o começo da crise terá aumentado em 2.706.000 pessoas no final de 2010, segundo os cálculos da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O número aparece no relatório anual sobre "Perspectivas do Emprego" publicado hoje, no qual a OCDE reitera sua previsão que a percentagem de desemprego continuará subindo na Espanha passará de 18,1% da população ativa em junho passado para 19,8% (com 4,47 milhões) quando termine o ano que vem.

Isso significa que o nível de desemprego no fim de 2010 não só seguirá sendo o mais alto dos 30 países-membros da organização, mas será o dobro da média, que se situará em 9,9%, contra 8,3% em junho deste ano.

Só Irlanda se aproximará ao percentual espanhol, com 15,1% da população ativa, quando antes da crise era de 4,5% nesse país.

Em termos absolutos, o aumento do número de desempregados na Espanha só se superará nos Estados Unidos, com 8.698.000 desempregados até o fim de 2010.

Atrás da Espanha virão Alemanha (1,83 milhões e um 11,8%), Reino Unido (1,388 milhões e 9,8%), Japão (1,239 milhões e 5,8%), Itália (1,124 milhões e 10,5 %) e França (1,019 milhões e 11,3%).

No conjunto da zona OCDE, desde o mínimo de 2007, quando o desemprego era de 5,6% - o nível mais baixo em 25 anos -, o número de desempregados tinha aumentado em quase 15 milhões de pessoas até junho passado e serão 25,487 milhões até fins de 2010.

Isso significará que nesse momento haverá no que se conhece como o "Clube dos países desenvolvidos" 57 milhões de desempregados, um recorde desde a Segunda Guerra Mundial. EFE

sábado, 29 de agosto de 2009

Páááá!!!

Divirta-se com essa edição dos nossos erros de gravação no Premiere Combate.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ladrão corajoso

Saiu na coluna do Ancelmo hoje:

Enviado por Aydano André Motta - 30.7.2009| 15h11m

Quinta passada, um grupo de lutadores, técnicos e jornalistas especializados em artes marciais fazia seu encontro mensal no Galeria Gourmet da Barra. Eram uns 10 fortões. A conversa corria animada quando de repente... a bolsa de um deles havia desaparecido.

Cata daqui, procura dali, e nada. O gerente do restaurante, todo constrangido, ainda veio lamentar que nem com a dezena de câmeras espalhadas pelo lugar era possível identificar o larápio que encarou o risco de ser flagrado e apanhar um bocado.

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

O romantismo e a saudade...

Pra variar um pouco o assunto, um dos meus poemas favoritos de Manuel Bandeira:

MULHERES

Como as mulheres são lindas!
Inútil pensar que é do vestido...
E depois não há só as bonitas:
Há também as simpáticas.

E as feias, certas feias em cujos olhos vejo isto:
Uma menininha que é batida e pisada e nunca sai da cozinha.

Como deve ser bom gostar de uma feia!
O meu amor porém não tem bondade alguma.
É fraco! fraco!
Meu Deus, eu amo como as criancinhas...

És linda como uma história da carochinha...
E eu preciso de ti como precisava de mamãe e papai
(No tempo em que pensava que os ladrões moravam no morro atrás de casa e tinham cara de pau).


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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Raio X do UFC 100

por Fernando Kallás

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Neste sábado o UFC chega a 100ª edição, consolidado com o principal evento de artes marcias do planeta e grande responsável pela profissionalização e expansão do MMA no mundo todo.

Para celebrar a ocasião, a organização do UFC reuniu um dos melhores cards da história do evento, incluindo duas disputas de cinturão e, como não podia ser diferente, dois brasileiros no card principal.

Aproveitando a edição centenária, a Tatame convidou o comentarista de MMA do Sportv e Premiere Combate, Fernando Kallás, para fazer uma análise das principais lutas da noite. E o colaborador da Tatame foi além e convocou alguns dos principais especialistas em MMA do país para também opinarem sobre os combates para que o leitor da Tatame tenha acesso à vários pontos de vista e obtenha a mais ampla informação sobre as lutas do mega evento desse sábado.

Brock Lesnar x Frank Mir

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A luta principal da noite, valendo a unificação do cinturão dos pesos pesados do UFC, será a revanche de uma luta que Brock Lesnar dominava até ser pêgo numa bela chave de joelho que deu a vitória à Frank Mir. Era apenas a segunda luta da carreira de Lesnar no MMA, enquanto Frank Mir vinha aos trancos e barrancos, desacreditado, com duas vitórias e duas derrotas nas quatro lutas que tinha feito desde o grave acidente de moto que tirou-o por quase dois anos do octagon.

Desde então, ambos lutadores pareceram evoluir bastante suas técnicas. Contra Minotauro, o faixa preta de jiu-jitsu Frank Mir mostrou um muay thai afiado, combinando bem chutes e socos com precisão e velocidade. Já Brock Lesnar conseguiu duas vitórias mais do que convincentes contra Heath Herring e contra a lenda viva do octagon Randy Couture, aliando a força e preparo físico com um bom boxe e o excelente wrestling que lhe rendeu o título americano de luta olímpica de 2000.

O que esperar de Frank Mir

Apesar de ter apresentado uma grande melhora na trocação contra Minotauro, Frank Mir vai enfrentar um lutador muito mais forte, ágil e explosivo em Brock Lesnar que dificilmente deixará fluir o muay thai mais refinado de Mir. Há também o fator psicológico e a irregularidade, que sempre assombraram a carreira do faixa preta de Ricardo Pires. Mir não se sente confortável quando em desvantagem, pressionado e obrigado a caminhar para trás. É um lutador que sempre precisou de uma injeção de confiança no começo da luta para deslanchar e soltar seu jogo em pé, coisa que provavelmente não irá acontecer contra um lutador de maior envergadura, velocidade e força como Brock Lesnar. Portanto se espera que Mir tente tirar vantagem do que ele tem de mais forte, o jogo de solo. Tentando escapar da pesadíssima mão de Lesnar, Mir deve buscar o clinche e tentar levar a luta para o chão onde, mesmo por baixo, a técnica mais apurada pode ser novamente o coringa na manga do faixa preta.

O que esperar de Brock Lesnar

Se engana quem vê Brock Lesnar apenas como uma montanha de músculos e um ex-ator de telecatch. Antes do pro wrestling, o gigante da neve de Minnessota foi fenônemo da luta olímpica americana, chegando a duas finais consecutivas do campeonato americano e vencendo uma delas. Dono de não só uma força sobrehumana mas também de um preparo físico fantástico, Lesnar parece determinado a querer provar a cada combate que ele merece estar entre os melhores peso pesados do mundo. E treina muito para isso, vivendo isolado do mundo numa fazenda no norte dos EUA, orientado por alguns dos melhores técnicos do mundo num centro de treinamento que ele construiu com a fortuna que ganhou como estrela do telecatch.

Com uma envergadura que chega a quase 2,10 metros e dono de uma mão que pesa, sozinha, quase 5 quilos, Lesnar mostrou uma evolução enorme na trocação contra Heath Herring e Randy Couture. Contra o primeiro, dominou os três assaltos em ritmo alucinante, não dando chance alguma ao veterano do Pride e UFC. Já contra Couture, um mestre do clinche e do domínio de octagon, Lesnar parecia um veterano, controlando muito bem a distância, o jogo nas grades e usando inclusive clinches de muay thai e joelhadas contra o campeão.

Se o gigante manter a luta em pé e minar Frank Mir, mantendo a distância e machucando o adversário, a preparação e resitencia física e mental de Lesnar podem falar mais alto, já que é uma luta por título, de cinco assaltos. E também porque sempre foi um dos pontos fracos de Mir. Já no solo, Lesnar tem que evitar as finalizações da perigosa guarda de Mir e também tentar cansar o oponente, usando bem o ground and pound.

Conclusão

Em pé ou no solo, a vantagem parece ser de Brock Lesnar. Atleta aplicado, muito exigente e perfeccionista, Lesnar não deve cometer o erro da primeira luta e se deixar pegar numa finalização. Treinando em tempo integral com o bi-campeão mundial de Jiu-Jitsu, Rodrigo Comprido, Lesnar evoluiu muito as defesas de finalizações. O que, aliado à sua excelente base de wrestling, força e diferença de peso, garantiria o domínio das posições de solo. Espere Brock Lesnar caminhando para frente o tempo todo e tomando o controle da luta desde o princípio. Frank Mir precisa não só estar na melhor forma da carreira como também com a mente preparada para passar por maus bocados e ter a paciência de aguentar o rojão e esperar a hora certa de tentar uma finalização num erro do gigante americano.

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A opinião de Paulo Borracha, comentarista e árbitro de MMA.

Será uma luta em que os dois já se conhecem e houve uma evoluçao das duas partes, mas Brock Lesnar vem num ritmo melhor. Apesar de Mir ser mais técnico, acho que Lesnar vem mais bem preparado para esta luta. Na primeira ele não acreditou no Mir e em sua qualidade técnica. Mas Lesnar mostrou, depois da sua derrota, que amadureceu. Acredito que será uma luta diferente, que Brock seberá usar sua envergadura e não deixará Mir desenvolver a luta no chão, travando de maneira mais consciente a movimentação de Mir no chão, já que é praticamente certo que ele fique por cima caso a luta vá para o solo.


Georges St-Pierre x Thiago Alves

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Apesar de não ser o último combate da noite, a disputa do cinturão entre GSP e Thiago Pitbull é, na mente e coração de todo grande fã de MMA, a grande atração da noite. Em uma das lutas mais esperadas e bem casadas pelo UFC nos últimos tempos, se espera uma batalha épica onde não deve faltar técnica e estratégia. Estarão frente a frente não só os dois melhores meio-médios do mundo como também duas das principais equipes de MMA do planeta. Do lado do brasileiro, a American Top Team, equipe que conta com mais de 10 atletas no UFC e celeiro de feras como Gesias Cavalcante, Mike Thomas Brown, Jorge Santiago, Antônio Pezão, Hector Lombard e tantos outros. Do lado do canadense, a equipe de Greg Jackson, quartel general de outros 10 lutadores do UFC, entre eles Rashad Evans, Shane Carwin, Joe Stevenson, Nate Marquardt e Karo Parisian.

O que esperar de GSP

Apontado por muitos como o protótipo do atleta de MMA moderno, GSP é um lutador completo. Vindo do karatê, a trocação foi durante muito tempo a base do jogo do canadense. Mas após ser nocauteado por Matt Serra, GSP passou a não se arriscar tanto em pé, baseando sua estratégia em utilizar o wrestling afiado pelos treinos com a seleção canadense de luta olímpica para levar o oponente ao chão e alí mantê-lo, castigando-o com o ground and pound. Dono de um preparo físico fantástico, ele consegue manter um ritmo constante na luta, dando pouquíssimas chances ao adversário de se levantar ou tomar o controle da luta. Nem o wrestling the altíssimo nível de Josh Koscheck e Matt Hughes foram capazes de parar as quedas e tampouco o o jiu-jitsu apurado de BJ Penn foi suficiente para neutralizar a força e movimentação do canadense no chão. Então não há porque esperar de GSP um jogo diferente contra um fortíssimo lutador de muay thai como Thiago. Ele deve tentar evitar ao máximo a trocação com o brasileiro, levando a luta para baixo e controlando o ritmo do combate.

O que esperar de Thiago Pitbull

Invicto desde outubro de 2006, Thiago Alves fez sua estréia no UFC no dia em que completava 22 anos. O desafio de amadurecer e evoluir como atleta no maior evento de MMA do planeta não foi tarefa fácil mas hoje, aos 25 anos e com 11 lutas no UFC, Thiago se transformou num dos grandes fenômenos do MMA brasileiro. Dono de uma brutal força física para o peso meio médio, Thiago é tem um dos melhores chutes do UFC e um poder nocauteador impressionante. Venceu 5 das últimas 6 lutas com nocautes arrasadores, um deles contra a lenda viva Matt Hughes. E se as feras do wrestling Matt Hughes e Josh Koscheck não conseguiram evitar as quedas de GSP, eles tampouco conseguiram levar Thiago para o chão. Com a evolução nas defesas de queda e no preparo físico, a fórmula para vencer GSP segundo ele mesmo é simples: manter a luta em pé, forçar a trocação e partir para o nocaute.

Conclusão

Em pé, quem leva a vantagem é o brasileiro. Apesar de GSP ter uma trocação afiada, ele mostrou recentemente contra Matt Serra que o seu ponto fraco pode estar no queixo. Sabendo da vantagem que leva no clinche e no chão, GSP vai tentar a todo custo manter a luta no chão, tendo o controle por cima. O cearense terá que mostrar mostrar paciência para evitar as quedas do canadense e manter a luta em pé, tirando a vantagem de que as tentativas frustradas de queda são uns dos fatores que mais cansam um lutador de MMA. Se Thiago Alves conseguir manter a luta em pé, vai frustar o canadense que, em algum momento, terá que aceitar a trocação. Mas se GSP conseguir manter o brasileiro no solo, como fez Jon Fitch, Thiago terá uma longa noite pela frente.

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A opinião de Bebeo Duarte, treinador de MMA

O GSP, assim como todos estao achando, acredita que o Thiago Pitbull vai se cansar após 3 rounds (tempo que ele estah acostumado a lutar). Mas eu acho que o brasileiro vai aprontar uma surpresa! Vai vir pra cima como é habitual e, depois do 3º round, se já não tiver vencido por nocaute, vai continuar com o mesmo gás. Acredito que ele esteja se preparando mais do que o normal para essa luta por entender que é a luta da vida dele! Por nocaute ou por pontos, vai dar Pitbull!


Jon Fitch x Paulo Thiago

Depois de estrear com um nocaute contra Josh Koscheck, Paulo Thiago vai enfrentar outro Top 5 do peso meio médio em Jon Fitch. Especialista em Jiu-Jitsu, o oficial do BOPE brasiliense mostrou contra Josh Koscheck um jogo de boxe afiado, aplicando um contra-golpe que mandou o wrestler americano para a lona no primeiro assalto. Ele também mostrou uma boa assimilação de golpes, o que ele deve precisar contra Jon Fitch, um lutador forte, rápido e muito disciplinado. Conhecido pelo estilo pouco plástico e emocionante mas extremamente eficiente, o ex-meio pesado Jon Fitch tem apenas uma derrota nas últimas 17 lutas. Desde que perdeu para Wilson Gouveia há quase 7 anos atrás, o único capaz de parar o americano foi o atual campeão da categoria, GSP. No currículo, vitórias marcantes contra atletas do calibre de Roan Jucão, Diego Sanchez, Chris Wilson e o próprio Thiago “Pittbull” Alves. O jogo justo e com poucas brechas, baseado na grande envergadura, sólida base de wrestler e bom jogo de chão tornam Jon Fitch em um pesadelo para a maioria do adversários. Se a luta se desenvolver em pé, Paulo Thiago tem que tentar encurtar a distância e, no chão, trabalhar muito bem a guarda e tentar neutralizar o ground and pound fortíssimo do americano.

O que esperar de Jon Fitch

Jon Fitch não é um finalizador. Das suas últimas 10 vitórias, 7 foram para a decisão dos jurados. E também é um lutador duríssimo de ser finalizado. Sua única derrota como meio-médio, para GSP, foi uma batalha de cinco rounds onde ele tomou um castigo histórico do canadense mas aguentou até o fim. Contra Paulo Thiago, Jon Fitch deve fazer o “feijão com arroz” que não faz brilhar os olhos do público, mas vem provando ser extremamente eficiente: cadenciar a luta, controlar a distância e usar muito bem os clinches, quedas e o ground and pound para minar o adversário.

O que esperar de Paulo Thiago

Em pé, o brasileiro deve tentar encurtar a distância e aplicar contra-golpes duros como o que ele aplicou na sua estréia no UFC. Mas é importante que ele entre no octagon no melhor da forma física e preparado para estar grande parte da luta com as costas no chão. Por isso é importantantíssimo que ele mantenha uma guarda ativa e agressiva, com movimentação constante, neutralizando assim o ground and pound de Fitch e buscando a finalização.

Conclusão

Apesar de Josh Koscheck ser um excelente wrestler com uma mão muito pesada, ele não tem a disciplina, frieza, calma e experiência de Jon Fitch. O americano sabe da importância dessa luta para que ele volte ao patamar de aspirante ao título e não vai subestimar Paulo Thiago como fez seu companheiro de equipe. Espere Jon Fitch levando a luta para baixo logo no princípio e trabalhando por cima o ataque ao brasileiro, que dependerá de uma falha no jogo do americano para conseguir, por baixo, uma finalização.

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A opinião de Carlão Barreto, comentarista e árbitro de MMA

Uma luta muito boa, será a prova real para o Paulo Thiago, pois para muitos a vitória sobre o Kosheck foi sorte, então contra o duríssimo Jon Ficht terá a oportunidade de mostrar ao mundo que é um lutador forte. Vejo o brasileiro como azarão, ja que o currículo do Fitch é de impressionar, realmente um osso duro de roer. Não curto muito o estilo do atleta norte americano, mas tenho que admitir que ele é um lutador moderno, muito eficiente. Nosso Paulo Thiago tem menos experiência, fez sua carreira no Jungle Fight, evento que o projetou, conseguiu um sólido tko em sua estréia no UFC, mas como já disse, precisa consolidar seu nome no evento e essa luta é crucial para isso. Como brasileiro, torço para que nossos compatriotas sempre se destaquem no cenário internacional, acho que o Paulo tem condições de vencer, mas será uma luta difícil para ele, onde terá que usar seu bom Jiu-jitsu e sua mão pesada, de forma inteligente para superar o favorito Fitch.


Dan Henderson x Michael Bisping

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Na disputa entre os dois últimos treinadores do reality show do UFC, o The Ultimate Fighter, um encontro de gerações. De um lado o atleta olímpico de greco-romana, ex-campeão do Pride e lenda viva do MMA, Dan Henderson. Do outro, um jovem campeão do The Ultimate Fighter e grande ídolo do esporte na Inglaterra, mercado onde o MMA está em amplo crescimento. Apesar de serem adversários no reality show, a temporada não rendeu grandes polêmicas ou rivalidades como em temporadas anteriores com Matt Serra e Matt Hughes, por exemplo. Mas ainda assim o combate é interessante por ajudar a definir o cenário dos pesos médios do UFC. O vencedor poderia ser o próximo adversário de Anderson Silva.

O que esperar de Dan Henderson

Apesar de ter vindo da luta olímpica e formado uma das escolas mais bem sucedidas do MMA moderno, ao lado dos amigos Randy Couture e Matt Lindland, Dan Henderson não se mantém totalmente fiel ao jogo de domínio de território, quedas e ground and pound. Ele declaradamente gosta da trocação, tem um queixo duríssimo e, com uma bomba na mão direita, já nocauteou inclusive Wanderley Silva. Mas recentemente, depois de duas derrotas seguidas contra Rampage Jackson e Anderson Silva, Hendo entrou com um jogo bastante conservador contra Toquinho, típico de quem precisa de uma vitória para retomar o rumo. Contra Rich Franklin, lutador com um estilo muito semelhante ao de Bisping, outra atuação pouco convincente, vencendo uma decisão dividida (que eu daria para Franklin). A idade parece começar a dar as caras na velocidade e explosão dos golpes, mas não no ímpeto de trocar. Mesmo sabendo da vantagem que levaria no solo e no clinche, já que tem um wrestling muito superior ao do britânico, vejo Dan Henderson entrando nesta luta como contra Franklin, confiando no queixo e na mão pesada.

O que esperar de Michael Bisping

Lutador esforçado e raçudo, Bisping compensa a técnica ainda em evolução com o enorme coração que mostra dentro do octagon. Um guerreiro que teve que teve que trabalhar até num matadouro para pagar as contas, sua personalidade forte reflete no estilo de lutar, ganhando a simpatia imediata do público britânico e elevando-o ao status de grande ídolo do MMA na Inglaterra. Depois de vencer a terceira edição do The Ultimate Fighter como meio-pesado e mostrar certa irregularidade contra Matt Hamill e Rashad Evans, Bisping parece ter encontrado o peso ideal entre os médios. Vindo de três vitórias seguidas contra lutadores medianos, chegou a hora do britânico encarar o primeiro grande desafio entre os médios. Trocador nato, vindo do kickboxing, Bisping tem um estilo mais agressivo e dinâmico do que o de Dan Handerson. Luta boa para ele é luta em pé e ele vai tentar de tudo pra mantê-la assim.

Conclusão

Ainda que Dan Henderson tenha a vantagem no jogo de queda e solo, não vejo o americano, nessa altura da carreira, entrando contra um lutador como Michael Bisping, no UFC 100, para garantir resultado. Então espero uma batalha em pé, pelo menos no começo da luta. Com Henderson fazendo seu jogo de boxe mais plantado enquanto Bisping busca maior movimentação. Apesar do americano ter o poder nocauteador que pode definir a luta a qualquer momento, vejo o britânico conseguindo manter a distância e usando a maior velocidade e variação de golpes para controlar o ritmo e vencer o combate na decisão dos jurados.

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A opinião de Osvaldo Paquetá, mestre de Jiu-Jitsu e ex-lutador de vale-tudo.

Na minha opinião o Dan Henderson já está na curva descendente da carreira, não é mais aquele lutador explosivo, rápido e com o wrestling que impressionava durante anos e anos no Japão. Não tenho gostado das últimas lutas dele, acho que tem faltado um pouco daquela vontade de alcançar um objetivo maior, algo que Michael Bisping mostra ter. Enquanto Henderson já conquistou tudo na carreira, Bisping quer conquistar e mostra aquela vontade de um lutador jovem, esforçado e ambicioso. É a luta mais importante da carreira de Michael Bisping até hoje. Por isso acredito que o inglês vai entrar mais bem preparado e motivado para esta luta do que o americano, vencendo o combate.


Yoshihiro Akiyama x Alan Belcher

O judoca japonês/coreano Yoshihiro Akiyama faz sua estréia no UFC sob muita espectativa. Nova aposta da organização para tentar ganhar o público no Oriente, Akiyama é um lutador extremamente agressivo e valente, que tem um chão de alto nível mas também um jogo de trocação acima da média, de mão pesada e queixo duríssimo. Mas terá pela frente um jovem e talentoso lutador em Alan Belcher, dono de um excelente muay thai e bom jogo no chão.

O que esperar de Akiyama

Apesar de ser judoca, Akyiama ganhou fama pela forma passional com que luta, não fugindo do combate franco. Um guerreiro, teve que lutar a vida toda contra o preconceito que sofria por ser de família coreana, mas nascido no Japão. Travou uma batalha contra Melvin Manhoef onde provou que pode aguentar a pressão para finalizar o adversário. Acusado de ter usado vasilina no corpo na luta contra Sakuraba, ele passou a lutar de kimono para provar que não precisava de artimanhas para vencer os combates. Vencendo ou ganhando, nenhuma luta sua chegou à decisão dos jurados. Com isso, vejo Akyiama mantendo seu estilo de luta e tomando a iniciativa do combate, trocando de igual para igual com Belcher e aceitando a luta onde ela se desenrole, sem forçar a ida para o chão.

O que esperar de Alan Belcher

Atleta jovem e talentoso, Belcher tem um muay thai excelente, com uma boa movimentação, envergadura e velocidade. Mas a irregularidade sempre foi uma pedra no seu sapato. Depois de um belo nocaute contra Jorge Santiago, ele alternou altos e baixos, confiando demais no seu talento e abrindo brechas aos adversários com um jogo um pouco irreverente e irresponsável, tentando golpes de efeito e lutando com a guarda baixa. Mas a recente vitória contra Denis Kang parece ter dado uma injeção de ânimo no americano, que precisa de mais uma vitória para se consolidar no peso médio. Com clara desvantagem no jogo de solo, ele deve manter a concentração e a luta em pé, tirando vantagem da maior evergadura e mantendo a marreta de Akiyama longe do seu queixo.

Conclusão

Enquanto Akiyama conseguiu uma vitória convincente contra Denis Kang, Alan Belcher foi completamente dominado em pé e no chão até conseguir a guilhotina numa bobeira de Kang. E, apesar de possuir uma técnica de trocação mais refinada, Belcher vai ter pela frente um lutador muito mais duro e completo do que Kang. E com a mão muito mais pesada. A não ser que sejamos apresentados a uma versão mais madura e responsável de Alan Belcher, espero Akyiama tomando o controle da luta aos poucos, pegando os floreios de Belcher no contra-ataque, minando o americano e finalizando a luta antes do gongo final

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A opinião de Marcello Tetel, empresário e organizador de eventos.


Luta interessante de se assistir. Nos currículos dos dois, vitórias contra a contratação badalada do UFC Denis Kang. Aquele que muitos apostavam como ameaça real a Anderson Silva. Cada um deles venceu seu respectivo combate contra Kang de forma abreviada. Belcher por finalização e Akiyma por nocaute. Alias Akiyama ou perde ou gannha sem deixar que os jurados decidam seu combate. Vamos ver como ele se comporta no UFC. Será que vai repetir as apresentações do Japão? E Belcher? Ele precisa de uma sequencia de vitórias para sair do limbo e entrar no rol dos postulantes a uma luta com Anderson. Akiyama quer manter seu cartel e provar ao UFC que foi uma excelente aquisição. Luta muito boa e equlibrada, mas acho que Belcher tem vantagens. O Octagon já é sua casa faz tempo, Akiyama vai ter que tirar o kimono pra lutar. Acabou o ringue. Agora ele luta na jaula, e outras adaptações menores que podem influenciar o japonês. Acredito que Belcher leve na decisão dos jurados mas o que torço mesmo é pra que caia um deles nocauteado ou finalizado em uma luta emocionante.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

"What is the problem with Michael Jackson?!"

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Michael Jackson morreu e enquanto todos jornais, TVs, sites e revistas estão lembrando do quão talentoso ele era, eu prefiro pedir um momento de reflexão relembrando um grande filme dos anos 90 que usou o cantor para questionar o rumo da sociedade americana.

Em Três Reis, filme extremamente crítico sobre a Guerra do Golfo dirigido por David O. Russell e estrelado por George Clooney, "Marky" Mark Wahlberg e Spike Jonze, há uma cena em que o personagem de Wahlberg, o soldado americano Troy Barlow, é torturado por um soldado iraquiano que, durante a tortura, usa repetidamente a surreal questão existencial com uma tranquilidade angustiante:

"Qual é o problema com Michael Jackson?"

A mesma estrela que, ao gravar "We Are The World" em 1985, foi vista como um símbolo de solidariedade, em 1991 se transformaria na imagem do que há de errado com os EUA. Que ironia.

"O seu país o fez destruir o próprio rosto" diz o soldado iraquiano (representado pelo franco-marroquino Said Taghmaoui) para o prisioneiro. "Michael Jackson é o rei do pop de um país doente. Um homem negro muda a cor da sua pele e alisa o cabelo e você quer saber porque? O seu país doente fez um homem odiar a si mesmo por ser negro assim como está fazendo com os árabes e crianças que vocês bombardeiam todos os dias." completa.

Dois mundos totalmente diferentes se encontram numa pequena sala, em meio à uma guerra, através de um dos maiores ícones da dominância global da cultura pop americana, com alusões à racismo contra negros e árabes e aos esteriótipos dos padrões de beleza.



Acho válida a lembrança não só pela morte do cantor, mas também por uma série de fatos que vêm acontecendo nos EUA e que pouco são noticiados pela grande mídia.

Desde o surgimento de Barack Obama como forte candidato, uma série de ataques de extremistas de direita dos EUA vêm despertando temores de uma nova onda de violência, inflamada pela crise econômica e pela eleição do primeiro presidente negro do país.

Nos últimos meses teve início uma série de tiroteios contra alvos que vão desde clínicas de abortos, uma igreja liberal e policiais, ataques estes insuflados por uma poderosa mistura de ódio racial e teorias da conspiração vindas, principalmente, do canal Fox News.

Em dezembro, no Maine, a polícia encontrou em uma casa material nazista, materiais e instruções para construir uma bomba e quatro barris de material radioativo. Em janeiro, um dia após a posse de Obama, um homem branco saiu disparando na rua contra negros, matando dois. Em abril, um homem matou dois policiais na Flórida por estar gravemente perturbado com a eleição de Obama. Na Carolina do Norte, um ex-fuzileiro foi preso com um plano para matar Obama e material de propaganda sobre supremacia branca. Há duas semanas, um médico de abortos foi alvejado em uma igreja por um ativista antiaborto. No Tennessee, um caminhoneiro desempregado matou duas pessoas em uma igreja porque a tal igreja "era muito liberal e amiga dos gays". O caso mais recente foi a de um senhor que atirou contra um segurança negro do Museu do Holocausto, em Washington, e depois tentou se suicidar. Ele escreveu uma nota dizendo que "o holocausto foi uma mentira e que Obama foi criado por judeus".

Já a Fox News acusa constantemente o Obama de ser socialista, comunista e uma ameaça à democracia americana. As teorias da conspiração vão desde que Obama estaria construindo "campos de concentração" para seguidores republicanos à de que o presidente estaria preparando uma reestruturação da leis de armas. O tema das armas é tão sério que, depois que a emissora divulgou essa teoria, houve uma escassez de munição nas lojas de todo o país pq os defensores das armas passaram a estocar balas. O problema chegou a um ponto tão grave que a própria polícia teve que racionar seu suprimento de munição.

E o que Michael Jackson tem a ver com tudo isso? Pergunte ao soldado iraquiano...

terça-feira, 7 de abril de 2009

O homem mais temido do mundo!

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Ele é gordinho, tímido, mede pouco mais de 1,80m e seu melhor amigo é um padre.

O personagem da capa da revista Tatame deste mês não tem o perfil que se imagina para o homem mais temido do mundo. Mas o russo Fedor Emelianenko é, pelo menos nos ringues de MMA!

Esta é a conclusão que se chega após analisar os nove anos de história do lutador, que nunca foi derrotado (de verdade) nas 31 lutas de MMA que fez.

Com a ajuda de nosso parceiro, o jornalista e comentarista de MMA Fernando Kallás, conseguimos uma entrevista exclusiva com o último invencível do MMA que, com a mesma humildade com que trata seus oponentes e fãs, aceitou nosso convite de encarar o paredão da TATAME, falando abertamente de sua carreira e sua história.

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JÁ NAS BANCAS!!!!

http://www.tatame.com.br

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Fernando na terra de Felipe

Quase dois anos depois de escrito, encontrei um artigo que uma agência de notícias árabe fez comigo no começo de 2007. É interessante reler essas histórias e relembrar de alguns momentos que marcaram a sua vida...

Fernando na terra de Felipe

Débora Rubin - ANSA - [13/06/2007]

O jornalista carioca Fernando Kallás, de 28 anos, queria passar uma temporada fora do Brasil, estudando. Mas não queria os destinos óbvios dos brasileiros, como Estados Unidos e Inglaterra. Escolheu a terra de seu avô Felipe: o Líbano. Nos dois anos que passou lá, conheceu a fundo o país, os libaneses e a si mesmo.


São Paulo – Fernando tinha 25 anos e um parco vocabulário em árabe quando chegou em Beirute, em 2004. Foi estudar ciências políticas na Universidade de Notre Dame. Sua escolha pelo Líbano tinha um quê de profissional e algo mais de pessoal. Como jornalista, achava interessante ter a experiência de viver no Oriente Médio, palco de tantas notícias. Por outro lado, queria conhecer o país mais lindo do mundo, segundo as memórias de seu avô, Felipe Elias Kallás, que chegou ao Brasil quando tinha 20 anos, vindo de uma cidadezinha do Vale do Bekah. Aqui, ele se casou com uma prima, também libanesa, que tinha vindo quando bebê.

“Meu avô era um típico imigrante libanês, desses que ficam idealizando a terra que deixou para trás”, diz Fernando. Com Felipe, ele aprendeu a cantar algumas canções em árabe e a falar uma ou outra palavra. Foi para o Líbano em busca da terra do avô. Em seu blog, algumas semanas após chegar em Beirute, fez a seguinte constatação: “Vim para o Líbano para estudar, fazer meu mestrado, me especializar em religião, história e política do Oriente Médio. Mas por trás disso tudo sempre houve um algo mais...nunca soube explicar até hoje o que era esse sentimento que herdei do meu avô. Esse misto de curiosidade e admiração por sua pátria, por sua terra, pela sua cultura, por aquela bandeira vermelha e branca, com um cedro no meio”.

As primeiras impressões da cidade foram a de que o Líbano tinha algo de Brasil – pessoas extremamente amáveis e um calor de matar. Caos no trânsito, transporte público ineficiente, poluição. Encontrou uma parte de sua família que ficou por lá. Subiu o Monte Líbano e entendeu porque é tão famoso. Aos poucos, foi vendo que o país de Felipe era muito mais complexo. Lindo sim, mas cheio de problemas como qualquer outro de terceiro mundo. “Isso que é legal de ir como jornalista e de ter estudado ciências políticas lá. Você vê o país com outros olhos que não os de turista.”

Descobriu também uma Beirute cosmopolita, efervescente, cheia de opções culturais e uma noite vibrante. “O novo cinema libanês, por exemplo, é sensacional. Pena que ninguém traz essas coisas para cá. Falta esse intercâmbio cultural entre Líbano e Brasil”, diz. “E vida noturna de Beirute também é muito boa, a cena underground, a música eletrônica, tem vários DJs interessantes.”

Durante os dois anos em que viveu lá, estudou a política do país não só nas carteiras da Notre Dame como no dia a dia, no desenrolar dos acontecimentos. Escutou a bomba que matou o ex-premiê Rafik Hariri em fevereiro de 2005, pois trabalhava perto de onde ocorreu a explosão. “Você não escuta apenas. Você sente dentro de você”, explica.

Fez fotos do funeral do empresário-político. Estudou o Hezbollah na faculdade e conheceu membros do grupo. Chegou a ouvir os discursos públicos do (Hassan) Nashallah, líder do Hezbollah. Foi aos poucos entendendo o país, sua política, sua cultura e sua gente.

Fernando trabalhou seis meses na ONU, onde fez grandes amigos estrangeiros como ele. “Tinhamos até um time de futebol que se chamava ‘os diplomatas’ porque era um monte de gente da ONU e de várias embaixadas. Tinha suíço, marroquino, tunisiano e só eu de brasileiro”, recorda. Na ONU, tinha aulas gratuitas de árabe – que ele confessa que até hoje não aprendeu a falar fluentemente. Trabalhou também como correspondente da BBC.

Além dos amigos libaneses e estrangeiros, fez três grandes amigos brasileiros que, como ele, têm origem libanesa. Durante o conflito contra Israel, em julho do ano passado, Fernando chegou a ajudar um deles. Estava de férias no Brasil e resolveu ligar para o amigo só para saber se ele estava bem. O colega atendeu o celular de dentro de um abrigo anti-aéreo, na cidade de Blat, sul do Líbano, onde estava com a família. Eles não conseguiam falar com o consulado brasileiro e não viam como escapar dali.

Fernando o colocou em contato com vários amigos jornalistas no Brasil. Assim, o amigo saiu na capa de vários jornais, chamando a atenção do Ministério de Relação Exteriores. “O governo tinha tirado um grupo de brasileiros, mas várias pessoas ainda estavam na mesma situação do meu amigo, sem conseguir contato com embaixada ou qualquer outro tipo de ajuda”. A história teve final feliz.

Também em Beirute Fernando conheceu sua namorada, a espanhola Amal, filha de sírio, que morou no Iraque quando pequena. “Ela sim fala árabe fluentemente”, diz Fernando. Após dois anos em Beirute, Fernando foi para a Espanha com Amal, onde passou mais um ano. Em Beirute, deixou inacabada sua tese de mestrado. O tema era a representação política da colônia libanesa no Brasil. Na Espanha, seu tema mudou para os imigrantes latino-americanos em Madri.

Hoje, de volta ao Brasil, trabalhando em uma rede de TV no interior do Rio de Janeiro, lembra da empreitada pelo Líbano com uma ponta de orgulho e certa saudade. E faz planos. “Se eu pudesse morar lá de novo, voltaria. Se eu tivesse um bom trabalho por lá. Ficou a sensação de que tenho um compromisso com aquele país. Como profissional, acho que falta uma cobertura jornalística mais adequada sobre o Líbano”, acredita. “E tenho um compromisso também como membro da colônia libanesa do Brasil”.

E, importante lembrar, um compromisso com avô Felipe, o ídolo de sua infância, “aquele super-herói inalcançável”, como ele mesmo descreve, que nunca chegou a rever sua terra natal.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O fenômeno islamista deve ser entendido antes de criticado

Primeiro foi na guerra entre Israel e Hezbollah. Agora foi na guerra em Gaza. Durante os dois períodos, notei algumas vezes um fenômeno que me chamou a atenção.

Nos muitos protestos e nas declarações de indignação pela desgraça do povo libanês e palestino, eu via uma grande crítica à postura belicista e beligerante de Israel e uma solidariedade aos povos oprimidos, mas quase sempre sob um ponto de vista apenas humanitário. Muitas vezes notei, tanto em políticos e pessoas públicas quanto em amigos ou conhecidos, uma certa resistência em apoiar a causa libanesa e palestina que levou ao conflito, no caso os movimentos islamistas Hezbollah e Hamas. Pelo contrário. Vi várias vezes aquele discurso de que se deve dar apoio ao povo mas acabar com essas instituições diabólicas. De que a culpa está no radicalismo religioso. Que a "religião é o ópio do povo".

O que eu acho o mais curioso disso tudo é como esse pensamento simplista acaba colocando os críticos no mesmo patamar dos criticados. Antes de chegar ao "religião é o ópio do povo", Karl Marx escreveu algumas linhas mais que podem clarificar nosso raciocínio.

"(...) A religião é de fato a autoconsciência e o sentimento de si do homem, que ou não se encontrou ainda ou voltou a se perder. Mas o Homem não é um ser abstrato, acocorado fora do mundo. O homem é o mundo do homem, o Estado, a sociedade. Este Estado e esta sociedade produzem a religião, uma consciência invertida do mundo, porque eles são um mundo invertido. A religião é a teoria geral deste mundo, o seu resumo enciclopédico, a sua lógica em forma popular, o seu point d'honneur espiritualista, o seu entusiasmo, a sua sanção moral, o seu complemento solene, a sua base geral de consolação e de justificação. É a realização fantástica da essência humana, porque a essência humana não possui verdadeira realidade. Por conseguinte, a luta contra a religião é, indiretamente, a luta contra aquele mundo cujo aroma espiritual é a religião. A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio do povo."

Ao encarar o fenômeno islamista na região simplesmente como ruim ou malvado, os críticos ocidentais acabam, meio que sem querer, fazendo exatamente o mesmo que os criticados: analisando a situação apenas nos termos religiosos.

Porque se analisassem ou até mesmo conhecessem a peça inteira de Marx, veriam que o fenômeno religioso na região é apenas uma resposta de um povo oprimido pelo colonialismo e imperialismo que trouxe à região miséria e pobreza.

Em vez de impor nossas idéias ou crenças sobre os outros, nós antes deveríamos tentar entender em que os outros acreditam e porquê. Enquanto continuarmos não querendo aprender, continuaremos a criticar e debater sentimentos religiosos em vez de realmente estar apoiando um povo que precisa de ajuda na luta por paz, independência e justiça social e econômica.

E isso por pura ignorância, porque não conhecer o Islã ou apenas conhecer a imagem trazida para o ocidente do que supostamente seria o Islã, algo diferente demais da gente para querer ser compreendido ou estudado. Eu sinceramente nunca vi críticas à Martin Luther King por usar o evangelho para mobilizar os negros oprimidos nos EUA. Ou à resistência católica irlandesa contra o imperialismo da coroa britânica. Ou ao clero que lutou contra os golpes e ditaduras patrocinados pelos EUA na América Latina.

É praticamente inevitável que a religião esteja presente nesses momentos de sofrimento. E que ela acabe sendo misturada com a luta, seja ela armada, intelectual ou política. E durante todo o curso da humanidade, as histórias de colonização e libertação são sempre histórias de terras conquistadas e liberadas pelo uso da força. Da Argélia ao Vietman, de Cuba à África do Sul, do Congo à Palestina: nenhum poder colonizador renunciou ao seu domínio apenas por negociações, diálogos e diplomacia.

Mas o problema é que, desde o 11 de setembro, qualquer manifestação "oriental" de luta contra o colonialismo e imperialismo é classificada de "terrorismo". Uma afirmação que não pode nem ser aberta a discussões e que se for contestada o contestador é visto como anti-cristo.

E num mundo onde querer aprender e entender é quase um crime, o diálogo fica cada vez mais difícil.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sábado tem UFC no SporTV

No próximo sábado eu volto aos microfones para a transmissão de mais um evento de artes marciais.

Será no SporTV onde vamos transmitir, ao vivo, a batalha entre o havaiano BJ Penn e o canadense Georges St.Pierre pelo cinturão dos meio-médios do Ultimate Fighting Championship, direto de Las Vegas.

Este será o primeiro de 3 eventos que o Canal Campeão vai transmitir ao vivo em 2009, parte do novo contrato de transmissão assinado entre o UFC e a Globosat. Além dos 3 shows ao vivo, o novo contrato ainda tem como novidade mais 2 eventos em reprise no Sportv e as transmissões do UFC Unleashed, UFC All Access e do Ultimate Fight Night, ao vivo, pelo Premiere Combate.

No próximo sábado, a transmissão começa 15 minutos mais cedo, com direito à um programa especial e ao vivo para esquentar os motores para um dos eventos mais esperados dos últimos tempos.

Além da luta entre BJ Penn e GSP, a penúltima luta da noite será um duelo entre dois brasileiros que estão próximos da disputa pelo cinturão dos meio-pesados. O carateca paraense Lyoto Machida encara o faixa preta de jiu-jitsu Thiago Silva, de São Paulo.

UFC 94: Sábado, meia-noite e meia, no SporTV. Não perca!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Software israelense manobra opiniões na internet

19/01/2009 - 12h06

DIÓGENES MUNIZ, editor de Informática da Folha Online

Nem só de caças F-16 e mísseis teleguiados são feitos os ataques israelenses em Gaza. Uma arma em específico se destacou pela eficiência apresentada desde a escalada do conflito --e continuará sendo usada, mesmo após o cessar-fogo. Ela age nos bastidores da internet, modificando resultados de enquetes on-line, entupindo caixas de e-mails de autoridades e ajudando a protestar contra notícias desfavoráveis à comunidade israelense.

O nome da ferramenta é Megaphone, um software desenvolvido pela companhia Collactive e distribuído pela organização Giyus ("mobilização" em hebraico, mas também sigla para "Give Israel Your United Support" ou "Dê a Israel seu apoio integrado", em tradução livre). O programa serve para mobilizar internautas pelo mundo dispostos a manobrar ("balancear", segundo os usuários) opiniões na rede.

Desenvolvido em 2006, durante a Guerra do Líbano, seu uso atingiu 36.700 "soldados virtuais" com o conflito em Gaza. A meta: 100 mil participantes.

Lobby 2.0

O internauta disposto a fazer parte do arrastão cibernético precisa baixar um programa no site Giyus.org, que se apresenta como uma "coalizão de organizações pró-Israel trabalhando juntas para ajudar a comunidade judaica a fazer suas opiniões serem ouvidas de maneira efetiva".

Instalada a plataforma, aparecem no computador alertas em tempo real sobre notícias, enquetes, artigos, vídeos ou blogs que estejam com visões "a favor ou contra" a comunidade. Lembram os avisos de novas mensagens do comunicador instantâneo MSN. O internauta é convidado, a partir daí, a "agir por Israel" --enchendo os alvos de críticas, elogios ou votos.

Com poucos cliques (e sem dominar o idioma da página em questão), é possível influenciar uma pesquisa no site do Yahoo! ou mandar uma notícia sobre mísseis palestinos para a ONU, entre outros. O programa oferece no próprio navegador um formulário completo de "ação" já preenchido, com endereços dos destinatários e conteúdo padrão a ser enviado: o internauta sequer precisa abrir sua conta de e-mail ou clicar em "enviar".

Redes sociais e sites colaborativos, como Facebook e YouTube, também estão na mira do software. Esse tipo de estratégia, que recebeu o apoio do Ministério das Relações Exteriores de Israel, já forçou o site da BBC a tirar uma enquete do ar.

Desde o início da invasão a Gaza, dezenas de comunidades e sites foram "pichados", invadidos ou derrubados, tanto por piratas virtuais palestinos quanto israelenses. O que se destaca neste caso, no entanto, é o modo de atuação do programa, que institucionaliza a manipulação de informação de forma coordenada e colaborativa.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Se você (ou eu) fosse palestino

Traduzido por mim do original escrito pelo ex-político e articulista Yossi Sarid, publicado no jornal israelese Haaretz.

Essa semana eu conversei com meus alunos sobre a guerra contra Gaza, durante uma aula onde o tema era segurança nacional. Um dos estudantes, que já havia demonstrado outras vezes ter uma ideologia mais conservadora e de direita, me surpreendeu. Sem nenhum tipo de estímulo ou provocação da minha parte, ele abriu o coração e confessou: “Se eu fosse um jovem palestino” disse ele “Eu lutaria contra os judeus com todas minhas forças, usando inclusive técnicas de terrorismo. Qualquer um que diga o contrário é um mentiroso.”

A declaração dele me soou familiar – não foi a primeira vez que a ouvi. Há mais ou menos 10 anos atrás, o nosso então ministro da defesa, Ehud Barak, disse o mesmo. Quando perguntado pelo jornalista do Haaretz Gideon Levy o que o então candidato a primeiro ministro seria se ele tivesse nascido palestino, Barak respondeu com toda a franqueza: “Eu teria entrado para alguma organização terrorista.”

Essa resposta não é a minha; terrorismo praticado por indivíduos ou por organizações ou estados sempre mira exatamente nos civis que nada tem a ver com o sangue derramado. O terrorismo não só é cego – sugando a alma do santo e do pecador – como também faz expandir a tensão e a cabeça quente, com o sangue subindo à cabeça de um número cada vez maior de pessoas: nosso sangue na cabeça deles, o sangue deles na nossa cabeça. E quando o sangue de gente inocente começa a ser derramado, quem é que vai vingá-lo por inteiro, e quando?

Eu odeio todos os terroristas do mundo, seja qual for o motivo da sua reividicação. No entanto, eu apoio qualquer tipo de manifestação civil contra qualquer ocupação, e Israel é um desses ocupantes desprezíveis. Minha revolta é enorme, mas não faz extinguir em mim nenhuma gota de humanismo. Vai ver eu sou um velho excentrico demais para ser um terrorista.

Mas, e preste atenção nesse mas, se um garoto israelense comum tem uma resposta espontânea que é diferente da minha, e se a mesma resposta também veio de um general veterano do exército israelense, então todos nós temos que parar para pensar como se o nosso próprio filho estivesse do outro lado. Se a situação fosse ao revés, seu tão querido filho hoje seria um maldito terrorista, porque sendo terceira e quarta gerações de refugiados e oprimidos, esse seria o caminho para a libertação. Ele não teria nada a perder senão as algemas.

Enquanto isso nós, seus pais, estaríamos em casa lamentando o adeus do filho porque ele nunca mais voltaria para ver a terra onde nasceu. E nós também só voltaríamos a vê-lo na foto pendurada na parede, como um martir da ocupação. Nós tentaríamos detê-lo de dar continuidade em seus planos? Mesmo se quiséssemos, seríamos capazes? Não entenderíamos tais sentimentos que o levaram a medidas tão extremas? O que Ehud Barak entendeu naquele dia - que para nós é tão difícil de entender?

Jovens que não tem futuro irão abrir mão facilmente do futuro que eles não conseguem enxergar no horizonte. O passado como criança de rua e o presente como um imprestável desempregado acabam com qualquer possibilidade de esperança: a sua morte é melhor do que a sua vida, e a sua morte é ainda melhor que as nossas vidas, como opressores – é assim que eles se sentem. Desde o dia em que eles nascem até o dia da sua morte, eles vêem uma terra onde nunca viverão em liberdade.

Não há pessoas boas ou más; há apenas lideranças que agem de forma responsável ou insana. E agora nós estamos lutando contra um grande números daqueles que poderiam muito bem sermos nós, estivéssemos na situação deles por 41 anos e meio.

Doze regras infalíveis para redigir notícias sobre o Oriente Médio para os grandes meios de comunicação.

Tiradas da revista espanhola Sin Permiso:

1) No Oriente Médio são sempre os árabes que atacam primeiro, e é sempre Israel que se defende. Esta defesa se chama "represália".

2) Nem os árabes nem os palestinos nem os libaneses têm o direito de matar civis. Essa prática se chama "terrorismo".

3) Israel tem o direito de matar civis. Isso se chama "legítima defesa".

4) Quando Israel mata civis em massa, as potências ocidentais pedem que seja mais moderado. Isso se chama "reação da comunidade internacional"

5) Nem os palestinos nem os libaneses têm o direito de capturar soldados israelenses dentro de instalações militares com sentinelas e postos de combate. Isso deve ser chamado de "seqüestro de pessoas indefesas".

6) Israel tem o direito de sequestrar, em qualquer hora e lugar, quantos palestinos e libaneses lhe der na telha. A cifra atual está em torno de 10 mil, dos quais 300 são crianças e 1.000, mulheres. Não é necessária qualquer prova de culpabilidade. Israel tem o direito de manter os presos indefinidamente seqüestrados, ainda que eles sejam autoridades democraticamente eleitas pelos palestinos. A isso se chama "encarceramento de terroristas".

7) Quando se mencionar a palavra "Hezbollah", é obrigatório acrescentar na mesma frase: "apoiados e financiados pela Síria e pelo Irã".

8) Quando se mencionar "Israel", está terminantemente proibido acrescentar: "apoiados e financiados pelos Estados Unidos". Isso poderia dar a impressão de que o conflito é desigual e de que a existência de Israel não corre perigo.

9) Nas informações sobre Israel sempre é preciso evitar que apareçam as seguintes expressões: "territórios ocupados", "resoluções da ONU", "violações dos Direitos Humanos" e "Convenção de Genebra".

10) Os palestinos, assim como os libaneses, são sempre "covardes" que se escondem entre a população civil, "que não gosta deles". Se dormem na casa de suas famílias, isso tem um nome: "covardia". Israel tem o direito de aniquilar com bombas e mísseis os bairros onde eles dormem. A isso se chama "ação cirúrgica de alta precisão".

11) Os israelenses falam inglês, francês, espanhol ou português melhor que os árabes. Por isso merecem ser entrevistados com maior frequência, e ter mais oportunidades que os árabes para explicar ao grande público as referidas regras de redação (de 1 a 10). Isso se chama "neutralidade jornalística".

12) Todas as pessoas que não concordam com as supra-mencionadas regras são, e assim devem ser chamadas, "terroristas antissemitas de alta periculosidade" .