Antes de viajar para o feriado, deixo com vocês nossa dura realidade...
Deputados tumultuam e CPI da CBF não acaba nem em pizza
BRASÍLIA. A CPI da CBF, da Câmara, encerrou ontem nove meses de trabalho com muito bate-boca e muitas trocas de ofensas, mas sem um relatório oficial. Durante sete horas, deputados da bancada dos cartolas discutiram com os outros integrantes da comissão e não houve acordo. O presidente da CPI, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), entendeu que não havia consenso e decidiu encerrar a reunião no início da noite, revoltando os parlamentares ligados a clubes e federações.
Apesar da ausência de um relatório oficial, Aldo Rebelo irá encaminhar suas conclusões para serem investigadas pelo Ministério Público, Polícia Federal e Receita Federal. A tentativa de indiciar Ricardo Teixeira, presidente da CBF, por perjúrio, pois declarara que não havia intermediário no contrato CBF/AmBev, aumentou a confusão.
O deputado Eurico Miranda (PPB-RJ) ainda tentou promover a votação simbólica de um relatório alternativo preparado pelo deputado José Rocha (PFL-BA), ex-presidente do Vitória, da Bahia. Com os microfones desligados por ordem de Rebelo, Miranda fez uma chamada dos que eram favoráveis e proclamou suposta vitória por 17 votos.
Mas a estratégia não tem validade. Segundo Mozart Vianna, secretário-geral da Mesa da Câmara, a iniciativa só seria legítima se Rebelo autorizasse ou fosse destituído.
— Fala para o Eurico fazer votação simbólica do outro relatório — estimulou Wandenberg Sobrera, assessor parlamentar da CBF no Congresso. (e a CBF tem assessor parlamentar no congresso???!!!)
Segundo Rebelo, a CPI encerra seus trabalhos com um relatório do relator, deputado Silvio Torres (PSDB-SP), mas sem relatório da comissão.
— A minha decisão foi para proteger as investigações. Não fomos ao exterior investigar à toa e nem quebramos sigilos bancário e fiscal para dar em nada — disse Rebelo.
Ele condenou o texto alternativo dos deputados-cartolas, que excluía os indiciamentos contra o presidente da CBF e 21 presidentes de federações. Ao acabar com a reunião, Rebelo, virou alvo.
— Golpista — gritava o deputado José Lourenço (PFL-BA), o mais irritado.
— Aldo ditador, stalinista. Essa é a ditadura do PCdoB — xingava Darcísio Perondi (PMDB-RS), irmão do presidente da Federação Gaúcha, Emílio Perondi.
Antes de Rebelo encerrar a sessão, o clima já estava pesado. O presidente e o relator da comissão eram acusados de não colocar o relatório em votação, temendo a derrota.
— O presidente está enrolando — disse José Lourenço.
— Não vou discutir com um verme dessa natureza — devolveu Rebelo, após desligar o microfone de Lourenço, que continuava gritando.
A bancada dos cartolas era maioria na comissão. Um teste foi a votação de um requerimento para encerrar a discussão do relatório e votá-lo imediatamente. Eurico e sua turma venceram por 16 a 8.
— Foi uma manobra de quem não quer ser envolvido com a Justiça e responder por tudo. Foi a maior palhaçada que vi no Parlamento — declarou Torres, o alvo preferido dos deputados que queriam livrar Ricardo Teixeira.
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