Robert Fisk, o jornalita inglês que escreveu a tal matéria que eu tô babando ovo, é um daqueles exemplos a serem seguidos na profissão.
Trabalhando hoje como correspondente internacional em Beirute, Fisk é uma das maiores autoridades na mídia mundial sobre Oriente Médio. Formado em jornalismo e Ph.D em Ciências Políticas, ele foi correspondente do "Times" em Belfast entre 1971 e 1975. De 1976 para cá o mundo árabe é a sua vida. Ele cobriu as invasões israelenses ao Líbano (1978 e 1982), a Revolução no Irã (1979), a guerra Irã-Iraque (1980 - 1988), a invasão soviética ao Afeganistão (1980) e os recentes conflitos na Argélia, além de cobrir a Guerra na Bósnia. Até documentário prá Discovery Channel o cara já fez.
Suas coberturas lhe renderam vários prêmios de homenagens, tornando-o o mais "condecorado" correspondente internacional britânico em todos os tempos. Entre seus prêmios, estão o de "melhor Jornalista Internacional Britânico" por SETE vezes; o "Overall Media Award" oferecido pela Anistia Internacional, em 1996; o prêmio Johns Hopkins de jornalismo internacional, tbm em 1996; além do "United Nations Press Award", prêmio oferecido pela ONU aos melhores jornalistas do mundo, em 1986.
Alguns de seus trabalhos recentes podem ser encontrados no site da revista "The Nation", que inclusive traz essa semana mais um artigo sobre a possível guerra que está por vir. Nele Fisk nos alerta: "Haverá, sem dúvida, por parte dos americanos, uma tentativa de obscurecer as injustiças por eles cometidas na história recente do mundo árabe..."
"...Pergunte para um árabe como ele responde aos milhares de mortes inocentes, e ele ou ela responderão, como pessoas decentes, que é um crime indizível. Mas eles perguntarão por que nós não nos revoltamos da mesma maneira quando as sanções destruíram as vidas de talvez meio um milhão de crianças no Iraque? Por que nós não nos enfurecemos pelos 17,500 civis assassinados na invasão de Israel ao Líbano, em 1982?"
E finaliza: "Há oito anos eu fiz uma série de televisão que tentou explicar por que tantos muçulmanos tinham vindo a odiar os EUA. Me lembro de alguns dos muçulmanos daquele filme, das suas famílias queimado por bombas e armas Americanas. Na ocasião eles falaram como ninguém mais do que Deus os ajudaria. É a teologia contra tecnologia, o suicida contra o poder nuclear. Agora nós aprendemos o que isto significa."
Prá quem estiver interessado em se aprofundar mais sobre a vida de Fisk, encontrei uma entrevista com ele que, apesar de ser antiga, é muito bacana.
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