Uma lição à indiana!
Semana passada, mais uma zebra eleitoral surpreende o mundo. Os eleitores da Índia, maior democracia do mundo, mostraram estar cansados de chauvinismo religioso, e elegeram uma cidadã naturalizada e de uma religião minoritária.
O nacionalista Partido do Congresso obteve uma clara vitória sobre o fundamentalista Bharatya Janata (Partido Popular Indiano), que estava há oito anos no governo.
A bofetada no fanatismo conservador é completada pelo fato de a líder do Partido do Congresso ser a primeira não hindu a ser eleita chefe de governo da Índia. Sonia Gandhi, apesar de herdeira da dinastia política fundada por Jawaharlal Nehru e continuada por sua filha Indira Gandhi e seu neto Rajiv Gandhi (do qual Sonia é viúva), é uma católica nascida em 1946 perto de Turim, na Itália, indiana por opção desde 1968.
Sai um governo que acirrou o chauvinismo, o ufanismo, a xenofobia, o fundamentalismo hinduísta e os preconceitos contra as minorias religiosas para melhor fazer esquecer que a distribuição dos frutos materiais de uma década de crescimento continuado estava a ser indefinidamente adiada e as diferenças de classe estavam se acentuando. Os despossuídos mostraram estar mais interessados em educação e saúde do que em ter armas nucleares ou em humilhar seus vizinhos muçulmanos ou de casta inferior.
Em uma era de fanatismos ascendentes, do Texas à Malásia, o país de Gandhi dá uma prova inesperada de que a tolerância e o pluralismo também podem ser populares e reabre o caminho para o relaxamento das tensões com o Paquistão e o mundo muçulmano.
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