sábado, 17 de agosto de 2002

Mermão... hoje o plantão tá hardcore! Além de ter que largar um dia lindo como o de hoje prá trabalhar, o bicho pegou com este envolvimento de advogados na morte da ex-diretora de Bangu 1, Sidneya Santos de Jesus. O crime teria sido todo tramado por 3 traficantes e 2 advogados no parlatório do presídio. Parlatório é aquela sala onde os advogados conversam com seus clientes presos e que em Bangu 1 conta com aquele vidro separador que a gente sempre vê em filmes americanos. Fique ligado na TV e nos jornais que a história é casca grossa... vai render assunto prá pelo menos mais uns dois dias, o que significa que amanhã a paleira não deve ser diferente da de hoje.

Se você não conhece muito bem o caso de Sidneya, eu explico rapidinho. Ela era diretora do presídio de Bangu 1, onde era tida como correta e extremamente rigorosa, deixando sempre claro seu estilo "linha dura". Pouco antes de ser morta, ela ameaçou revistar advogados, intensificou as restrições para os presos rebeldes e aprendeu celulares nas celas. Ela teria elaborado tbm um dossiê com informações de "ligações perigosas" entre advogados e traficantes, no período de maio a agosto de 1999, denunciando já naquela época a ousadia dos bandidos, que só foi desmascarada este ano pelo Ministério Público.

Sidneya foi morta porque tentava levar um pouco de ordem e decência para uma terra de ninguém. Ela foi assassinada na porta de casa, dia 4 de setembro de 2000, por um pistoleiro que disparou 3 tiros à queima-roupa e depois fugiu... Sidneya, mulher, teve a coragem que poucos teriam de entrar num território comandado por homens, marginais e extremamente perigosos. Ela encarou de frente sua responsabilidade e seu desafio, que estava longe de ser apenas uma realização pessoal. Ela tentava resgatar um pouco da cidadania perdida por todos nós cariocas para o tráfico de drogas.

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