Ainda sobre a tragédia do Metro, foi levantada hoje pelo jornal O Globo essa discussão que eu tinha começado sobre o policial à paisana, de Brasília, estar armado e agir de forma estúpida.
TODOS os especialistas condenaram a ação! Não gosto de por textos aqui no blog, mas esse é curtinho e esclarecedor:
Especialistas culpam falta de treinamento
O Globo - 27/03/2003
Para especialistas em segurança ouvidos pelo GLOBO, o desfecho do episódio de anteontem no metrô poderia ter sido outro se o policial de Brasília não estivesse armado e o do Rio não tivesse reagido. Eles culparam a falta de treinamento e de orientação sobre como os policiais devem agir em confrontos.
Para o coordenador de pesquisas em segurança pública do Instituto Fernand Braudel, José Vicente da Silva Filho, os policiais têm o direito de andar armados porque costumam ser alvo de bandidos. Mas, em sua opinião, o policial que estava na escada de acesso não deveria ter reagido porque pôs em risco a sua vida e a de outras pessoas.
— A intervenção só deve se dar em último caso, quando houver iminência explícita de morte. Um policial não deve atirar em revide porque ele é um profissional e tem compromissos que os bandidos não têm. Parece que faltam treino e informação clara para os policiais — disse o pesquisador.
Para o sociólogo Ignácio Cano, os policiais não devem reagir quando estão em situação de desvantagem, ou seja, em menor número ou sem cobertura. O sociólogo disse que o governo poderia estudar a possibilidade de orientar seus policiais a deixarem armas e carteiras funcionais nas unidades onde estão lotados. Segundo Ignácio, há ainda um erro cultural no entendimento de que o policial que recua é covarde:
— Há ocasiões em que a melhor tática é não fazer nada. Os policiais não são heróis, não têm que se bater contra o crime, não podem ser policiais 24 horas por dia. Se o policial não estivesse armado, a menina estaria viva — afirmou. (PERFEITO!!!)
O criador do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM e da Guarda Municipal do Rio, o coronel Paulo César Amêndola tbm criticou a reação dos policial civil:
— O foco central da atuação do policial deve ser sempre a preservação da vida humana. É melhor deixar o bandido fugir com o dinheiro do assalto. O policial deve deixar de agir pelo instinto de puxar a arma em qualquer situação. (...)
Pois é galera... resumindo, há de se entender que Dirty Harry e John McClane só existem no cinema e, na vida real, onde há vidas em jogo, o melhor a se fazer é simples: colocar o rabo entre as pernas e chamar por reforço!
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