Soldados da ONU morrem numa cidade que ficou conhecida pela tortura!
Soldados da ONU buscam ajuda após a explosao
Seis soldados da Força Interina da ONU no Sul do Líbano - UNIFIL - foram mortos ontem vítimas de uma explosao de um carro bomba na cidade de Khiam, sul do Líbano.
Agora há um fato sobre Khiam que faz esse atentado diferente e que você provavalmente (e infelizmente) nao vai ler nos jornais por aí.
De Khiam só vao se lembrar os que conhecem o Líbano e os anos e anos de atrocidades que aconteceram nesta cidade durante a ocupaçao israelense, graças à prisao que Israel alí manteve durante 15 anos, de 1985 ao ano 2000.
Sabe Abu Ghraib? Entao... Abu Ghraib é a versao iraquiana do que foi durante anos Khiam!
A prisao de Khiam ficou conhecida por ser durante anos um antro de tortura e execuçao de prisioneiros árabes pelo exército de Israel, mantidos em cárcere sem julgamento e acusaçao oficial. Muitas vezes nem se sabia quem estava preso em Khiam.
Presos palestinos detidos em Gaza e Cisjordânia eram mandados pra lá. Presos libaneses eram torturados e mortos dentro do próprio país e, muitas vezes, por torturadores libaneses do Exército do Sul do Líbano, a milícia cristã libanesa contratada e mantida por Israel para ajudá-los a administrar a prisao e a lutar contra o Hezbollah.
A prisao de Khiam
"Essa prisao é totalmente fora da lei. Os libaneses e palestinos alí detidos nao tem nenhuma idéia de quando ou até mesmo se serao libertados" disse, em 1999, Hanny Megally, entao diretor executivo da organizaçao Human Rights Watch. "A comunidade internacional nao pode mais aceitar o que Israel faz dentro dessa prisao. E Israel deve ser ser julgada e arcar com as consequencias pelas constantes violaçoes das leis humanitárias e de direitos humanos internacionais que acontecem dentro de Khiam." Complementou Megally, poucos meses antes da prisao ser desativada para sempre.
Aqui vc pode encontrar um dos muitos relatórios da HRW sobre Khiam.
Depois da retirada de Israel, em 2000, a prisao foi desativada e tranformada em um museu, para que as torturas e barbáries nao fossem jamais esquecidas.
Mas durante a guerra do ano passado, o exército israelense "fez questao" de guardar um dos bombardeios especialmente para varrer a prisao de Khiam do mapa, destruindo-a para sempre.
A prisao já transformada em museu, antes de ser destruída por bombardeios israelensese, ano passado
Quanto ao atentado em si, deixa ainda mais claro o que eu venho dizendo nos últimos textos. Que forças externas estao fazendo de tudo para desestabilizar ainda mais o Líbano e jogá-lo em outra guerra civil. Plantam um grupo de guerrilheiros radicais no norte do país... assassinam políticos e explodem bombas contra a populaçao em Beirute... E agora matam soldados da ONU no Sul...
Interessados sao muitos para que a instabilidade da regiao aumente... os únicos a quem esse jogo doentio nao tem nenhuma graça sao os libaneses, que todos os dias vêem o país ir rolando ladeira abaixo.
segunda-feira, 25 de junho de 2007
quarta-feira, 20 de junho de 2007
HOJE NA TVE BRASIL
Estarei hoje, quarta-feira, participando do programa "Espaço Público" da TVE Brasil.
O tema será Oriente Médio e as crises na regiao.
A TVE pode ser vista no Rio de Janeiro pelo canal 2, o entao pela Sky, NET ou antena parabólica.
Estarei hoje, quarta-feira, participando do programa "Espaço Público" da TVE Brasil.
O tema será Oriente Médio e as crises na regiao.
A TVE pode ser vista no Rio de Janeiro pelo canal 2, o entao pela Sky, NET ou antena parabólica.
terça-feira, 19 de junho de 2007
Quem será o próximo?
Demorei um pouco para escrever sobre o assassinato do membro do parlamento libanês e ex-juiz, Walid Eido, morto vítima de um carro bomba na quarta-feira da semana passada. Queria digerir um pouco melhor a notícia e baixar um pouco o sangue quente que subiu depois de mais essa tentativa canalha de desestabilizar ainda mais a frágil situaçao política do país.
Eido era do grupo de Hariri, sunita, e um jurista bastante respeitado, extremamente crítico das intervençoes sírias no país. Mas eu conheci mesmo Eido há pouco tempo, quando ele corajosamente foi a público chamar de "ocupaçao" as manifestaçoes, barricadas e tumultos em Beirute provacados pelo Hezbollah numa tentativa frustrada de derrubar o governo. Eido comparou as revoltas urbanas e toques de recolher em toda a cidade impostos pelo grupo naqueles dias com a ocupaçao israelense no sul do Líbano.
A capa do L'Orient-Le Jour no dia seguinte ao assassinato de Eido trazia a seguinte manchete:
"70...69...68."
Essa contagem regressiva é pelo fato de que, como nao há suplentes no parlamento libanês, eliminando os parlamentares que apoiam o governo até o número de 65, o primeiro ministro Fouad Siniora perde a maioria na casa. Primeiro foi o líder das Falanges Libanesas Pierre Gemayel, morto em novembro do ano passado... Agora Eido... seja lá quem esteja por trás disso, agora só precisa matar mais três parlamentares governistas.
Eido foi morto, assim como meu vizinho e genial jornalista e intelectual Samir Kassir, o nobre comunista George Hawi, o corajoso jornalista Gibran Tueni e o também parlamentar Pierre Gemayel... Em comum? Todos eram ativistas e críticos contra a interferência síria no país.
Mas nao há nenhum suspeito ou nenhuma prova que a Síria esteja por trás da morte de Eido... como nao há das mortes de Kassir, Hawi, Tueni, Gemayel... Pra falar a verdade, nao há nem mesmo pistas... nao há nenhuma prisao... nunca ouvi falar de nenhuma investigaçao...
Parece que realmente mais fácil colocar a culpa desses acontecimentos na instabilidade interna do Líbano e continuar dizendo que o país está indo por um caminho sem volta rumo à conflitos internos.
Vai ver por isso nao há investigaçoes, pistas, prisoes ou culpados... há apenas mortos. E enquanto essa indiferença bizarra continuar e ficarem todos pendentes desse tal tribunal internacional que "trará justiça" aos que mataram Hariri, mortos continuarao.
Nao adianta apenas culpar os elementos externos das desgraças, se os agentes internos simplesmente perderam totalmente a fé e confiança no seu estado ao ponto de pensar que a única investigaçao quer funcionaria seria de fora! Nao vai ser um tribunal imporovisado da ONU que vai resolver os problemas do Líbano e vai acabar com essa onda desenfreada de assassinatos políticos.
Os próprios libaneses tem que encontrar uma forma de neutralizar de vez essa dependência de fatores externos para resolver seus problemas internos e, ao mesmo tempo, uma forma de também neutralizar fontes externas de instabilidade. E passar assim a tentar entre eles pacificar as insatisfaçoes internas, achando de vez um sistema realista e igualitário de governo. Pq enquando o Líbano continuar sendo esse país de marionetes e esse palco de atrocidades de vizinhos sádicos, mais políticos, jornalistas e intelectuais vao fazer companhia no cemitério a como Eido, Kassir, Hawi, Tueni, Gemayel e tantos outros.
Demorei um pouco para escrever sobre o assassinato do membro do parlamento libanês e ex-juiz, Walid Eido, morto vítima de um carro bomba na quarta-feira da semana passada. Queria digerir um pouco melhor a notícia e baixar um pouco o sangue quente que subiu depois de mais essa tentativa canalha de desestabilizar ainda mais a frágil situaçao política do país.
Eido era do grupo de Hariri, sunita, e um jurista bastante respeitado, extremamente crítico das intervençoes sírias no país. Mas eu conheci mesmo Eido há pouco tempo, quando ele corajosamente foi a público chamar de "ocupaçao" as manifestaçoes, barricadas e tumultos em Beirute provacados pelo Hezbollah numa tentativa frustrada de derrubar o governo. Eido comparou as revoltas urbanas e toques de recolher em toda a cidade impostos pelo grupo naqueles dias com a ocupaçao israelense no sul do Líbano.
A capa do L'Orient-Le Jour no dia seguinte ao assassinato de Eido trazia a seguinte manchete:
"70...69...68."
Essa contagem regressiva é pelo fato de que, como nao há suplentes no parlamento libanês, eliminando os parlamentares que apoiam o governo até o número de 65, o primeiro ministro Fouad Siniora perde a maioria na casa. Primeiro foi o líder das Falanges Libanesas Pierre Gemayel, morto em novembro do ano passado... Agora Eido... seja lá quem esteja por trás disso, agora só precisa matar mais três parlamentares governistas.
Eido foi morto, assim como meu vizinho e genial jornalista e intelectual Samir Kassir, o nobre comunista George Hawi, o corajoso jornalista Gibran Tueni e o também parlamentar Pierre Gemayel... Em comum? Todos eram ativistas e críticos contra a interferência síria no país.
Mas nao há nenhum suspeito ou nenhuma prova que a Síria esteja por trás da morte de Eido... como nao há das mortes de Kassir, Hawi, Tueni, Gemayel... Pra falar a verdade, nao há nem mesmo pistas... nao há nenhuma prisao... nunca ouvi falar de nenhuma investigaçao...
Parece que realmente mais fácil colocar a culpa desses acontecimentos na instabilidade interna do Líbano e continuar dizendo que o país está indo por um caminho sem volta rumo à conflitos internos.
Vai ver por isso nao há investigaçoes, pistas, prisoes ou culpados... há apenas mortos. E enquanto essa indiferença bizarra continuar e ficarem todos pendentes desse tal tribunal internacional que "trará justiça" aos que mataram Hariri, mortos continuarao.
Nao adianta apenas culpar os elementos externos das desgraças, se os agentes internos simplesmente perderam totalmente a fé e confiança no seu estado ao ponto de pensar que a única investigaçao quer funcionaria seria de fora! Nao vai ser um tribunal imporovisado da ONU que vai resolver os problemas do Líbano e vai acabar com essa onda desenfreada de assassinatos políticos.
Os próprios libaneses tem que encontrar uma forma de neutralizar de vez essa dependência de fatores externos para resolver seus problemas internos e, ao mesmo tempo, uma forma de também neutralizar fontes externas de instabilidade. E passar assim a tentar entre eles pacificar as insatisfaçoes internas, achando de vez um sistema realista e igualitário de governo. Pq enquando o Líbano continuar sendo esse país de marionetes e esse palco de atrocidades de vizinhos sádicos, mais políticos, jornalistas e intelectuais vao fazer companhia no cemitério a como Eido, Kassir, Hawi, Tueni, Gemayel e tantos outros.
sábado, 9 de junho de 2007
O DISCO DO ANO!!!
Primeiro foi a novidade... Uma mistura de coral com orquestra sinfônica e banda de rock, com quase 30 músicos e cantores e um espírito meio Jesus Cristo Superstar, fazendo um som hippie hipnótico-licérgico, com um visual que lembra aquelas seitas malucas americanas.
Nao dá pra nao reconhecer que os texanos do Polyphonic Spree chamaram a atençao e ganharam notoriedade muito mais pela curiosidade do que pela qualidade do som. Apesar de algumas boas baladas como a bem conhecida "Light & Day", o que chamou a atençao da mídia e os fizeram ganhar fas foi a criatividade e peculiadade do grupo, com um visual uniformizado ao usar túnicas no palco, além das letras e astral positivista e eufórico... Quase religioso.
O que rendeu tbm muitas críticas, algumas pesadas, como a da revista Entertainment Weekly, que classificou o segundo disco da banda, "Together We're Heavy", como o segundo pior album do ano em 2004, criticando o que a revista definiu como "falsa imagem de alegria" passada pelo grupo.
Mas o Poliphonic Spree terá a chance de responder a todas as críticas e, pq nao, ao desejo dos fas de novas músicas, com o lançamento do disco novo, The Fragile Army, que será lançado semana que vem no mundo todo.
Tive acesso à The Fragile Army e posso dizer que nao só é o melhor (e mais comercial) disco da banda até hoje como tbm é o melhor disco do ano!
Carro chefe do álbum, o single "Running Away", já nasce um clássico, reunindo todas os elementos que fizeram do Polyphonic um sucesso, adicionando um lado mais rock e pop ao som do conjunto, sem perder a qualidade. Estao aí os vocais, a orquestra, as letras leves, quase esotéricas e cafonas, mas unidas à uma guitarra elétrica e batidas envolventes.
"Eu me senti tao feliz e contente hoje
Porque vc decidiu estar na minha vida
É como correr por aí com o vento na sua cara!
É como voar!"
Abaixo vc pode conferir o vídeo de Running Away e ver o Polyphonic com seu novo visual, esse uniforme preto com um coraçao e uma cruz vermelha no peito. Segundo o maestro, vocalista e líder da banda, Tim DeLaughter, "o coraçao simboliza o carinho e a compaixao. Já a cruz vermelha representa o cuidado com os demais que nós, seres humanos, somos todos capazes de ter..."
Você pode até nao gostar do som do Polyphonic Spree, mas a proposta da banda de "pregar" o amor, o carinho e a amizade na atual situaçao do mundo em que vivemos é no mínimo louvável.
Por mais forçado que possa soar ou parecer, mal, com certeza, nao vai fazer!
Primeiro foi a novidade... Uma mistura de coral com orquestra sinfônica e banda de rock, com quase 30 músicos e cantores e um espírito meio Jesus Cristo Superstar, fazendo um som hippie hipnótico-licérgico, com um visual que lembra aquelas seitas malucas americanas.
Nao dá pra nao reconhecer que os texanos do Polyphonic Spree chamaram a atençao e ganharam notoriedade muito mais pela curiosidade do que pela qualidade do som. Apesar de algumas boas baladas como a bem conhecida "Light & Day", o que chamou a atençao da mídia e os fizeram ganhar fas foi a criatividade e peculiadade do grupo, com um visual uniformizado ao usar túnicas no palco, além das letras e astral positivista e eufórico... Quase religioso.
O que rendeu tbm muitas críticas, algumas pesadas, como a da revista Entertainment Weekly, que classificou o segundo disco da banda, "Together We're Heavy", como o segundo pior album do ano em 2004, criticando o que a revista definiu como "falsa imagem de alegria" passada pelo grupo.
Mas o Poliphonic Spree terá a chance de responder a todas as críticas e, pq nao, ao desejo dos fas de novas músicas, com o lançamento do disco novo, The Fragile Army, que será lançado semana que vem no mundo todo.
Tive acesso à The Fragile Army e posso dizer que nao só é o melhor (e mais comercial) disco da banda até hoje como tbm é o melhor disco do ano!
Carro chefe do álbum, o single "Running Away", já nasce um clássico, reunindo todas os elementos que fizeram do Polyphonic um sucesso, adicionando um lado mais rock e pop ao som do conjunto, sem perder a qualidade. Estao aí os vocais, a orquestra, as letras leves, quase esotéricas e cafonas, mas unidas à uma guitarra elétrica e batidas envolventes.
"Eu me senti tao feliz e contente hoje
Porque vc decidiu estar na minha vida
É como correr por aí com o vento na sua cara!
É como voar!"
Abaixo vc pode conferir o vídeo de Running Away e ver o Polyphonic com seu novo visual, esse uniforme preto com um coraçao e uma cruz vermelha no peito. Segundo o maestro, vocalista e líder da banda, Tim DeLaughter, "o coraçao simboliza o carinho e a compaixao. Já a cruz vermelha representa o cuidado com os demais que nós, seres humanos, somos todos capazes de ter..."
Você pode até nao gostar do som do Polyphonic Spree, mas a proposta da banda de "pregar" o amor, o carinho e a amizade na atual situaçao do mundo em que vivemos é no mínimo louvável.
Por mais forçado que possa soar ou parecer, mal, com certeza, nao vai fazer!
Um aniversário para nao comemorar
Reflexoes no aniversário de 40 anos da "Guerra dos Seis Dias", no site do Sidney Rezende.
Reflexoes no aniversário de 40 anos da "Guerra dos Seis Dias", no site do Sidney Rezende.
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Denzel Washington, Russell Crowe, Ridley Scott... UAU!
Saiu o trailler do esperado "American Gangster", novo filme do diretor Ridley Scott.
Em "American Gangster" o boa praça Denzel Washington faz o papel do mafioso Frank Lucas, um dos maiores traficantes de heroína dos EUA nos anos 70. Já o australiano encrenqueiro Russell Crowe faz o papel do detetive Richie Roberts, o policial que passou anos perseguindo o bandidão pelas ruas do Harlem, em Nova Iorque.
Diretor de clássicos como "Alien", "Blade Runner" e "Chuva Negra", Ridley Scott continua a parceria com Russell Crowe que rendeu o excelente "Gladiador" e o péssimo "Um Bom Ano".
Saiu o trailler do esperado "American Gangster", novo filme do diretor Ridley Scott.
Em "American Gangster" o boa praça Denzel Washington faz o papel do mafioso Frank Lucas, um dos maiores traficantes de heroína dos EUA nos anos 70. Já o australiano encrenqueiro Russell Crowe faz o papel do detetive Richie Roberts, o policial que passou anos perseguindo o bandidão pelas ruas do Harlem, em Nova Iorque.
Diretor de clássicos como "Alien", "Blade Runner" e "Chuva Negra", Ridley Scott continua a parceria com Russell Crowe que rendeu o excelente "Gladiador" e o péssimo "Um Bom Ano".
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Nova explosão no Líbano mata uma pessoa
Um carro bomba explodiu agora a pouco no distrito de Zouk Mosbeh, 20km ao norte de Beirute. A explosão matou uma pessoa e deixou três feridas.
Cenário da foto do cabeçalho desse blog, Zouk Mosbeh é um tranquilo distrito cristão que fica na montanha em frente à baía de Jounieh e foi minha casa nos primeiros 6 meses de Líbano. Meu antigo apartamento fica a apenas alguns quarteirões do local da explosão.
Zouk é conhecido pq é onde está localizada a Notre Dame University, uma das principais universidades católicas do Líbano. Administrada por padres da igreja Maronita, foi lá que eu estudei meus dois anos de mestrado.
Os Maronitas - ou filhos de São Maron - são uma das 23 igrejas autônomas que formam a Igreja Católica. Todas professam a mesma fé e doutrina, sendo fiéis ao Papa, mas têm histórias, tradições, ritos e liturgias diferentes. A grande maioria dos cristãos libaneses são maronitas, seguidos pelos Armênios, Ortodoxos e Melquitas.
São maronitas também os radicais religiosos das Forças Libanesas, milícia armada com base nas montanhas do norte do país, famosos pela parceria com Israel durante a guerra civil do Líbano e pela participação no massacre dos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila.
Um carro bomba explodiu agora a pouco no distrito de Zouk Mosbeh, 20km ao norte de Beirute. A explosão matou uma pessoa e deixou três feridas.
Cenário da foto do cabeçalho desse blog, Zouk Mosbeh é um tranquilo distrito cristão que fica na montanha em frente à baía de Jounieh e foi minha casa nos primeiros 6 meses de Líbano. Meu antigo apartamento fica a apenas alguns quarteirões do local da explosão.
Zouk é conhecido pq é onde está localizada a Notre Dame University, uma das principais universidades católicas do Líbano. Administrada por padres da igreja Maronita, foi lá que eu estudei meus dois anos de mestrado.
Os Maronitas - ou filhos de São Maron - são uma das 23 igrejas autônomas que formam a Igreja Católica. Todas professam a mesma fé e doutrina, sendo fiéis ao Papa, mas têm histórias, tradições, ritos e liturgias diferentes. A grande maioria dos cristãos libaneses são maronitas, seguidos pelos Armênios, Ortodoxos e Melquitas.
São maronitas também os radicais religiosos das Forças Libanesas, milícia armada com base nas montanhas do norte do país, famosos pela parceria com Israel durante a guerra civil do Líbano e pela participação no massacre dos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila.
quarta-feira, 6 de junho de 2007
Escândalo envolve astro do futebol americano com rinhas de cachorros.
A notícia estourou já há mais de um mês, quando a polícia de Surry County, no estado da Virginia, nos EUA, invadiu uma das casas do multimilionário quarterback do Atlanta Falcons, Michael Vick, em busca de drogas.
Mas a ilegalidade encontrada na casa de Vick, um dos atletas mais bem do mundo, foi ainda mais chocante.
Cerca de 70 cachorros das raças pitbull e bull terrier foram encontrados em condições péssimas de tratamento e com marcas e materiais que apontavam o local claramente como um centro de criação e treinamento de cães usados em rinhas.
Apesar dele negar conhecimento das atividades, dizendo que um primo vivia na casa e ele ali nao ia há bastante tempo, desde que a notícia foi divulgada pela FOX, Michael Vick, que tem um contrato estipulado na casa dos 100 milhoes de dolares, vem sendo investigado por autoridades federais americanas e a cada dia surge um novo indício ligando-o ao submundo asqueroso das rinhas de cachorros.
Foto do enorme canil que Vick mantinha escondido nos fundos da casa
Escrevo esse textinho aqui hoje pq agora a pouco a polícia divulgou ter informantes e testemunhas que dizem terem visto, diversas vezes, Vick em rinhas em diferentes cidades americanas. E isso não só pode levar à uma suspensão do jogador sob o novo - e extremamente autoritário - código de conduta da NFL, mas principalmente pode levá-lo à cadeia!
Um bom lugar para acompanhar essa história triste e surreal é o site do meu amigo Mike Florio, Pro Football Talk, que dedicou uma página exclusiva para atualizar as notícias sobre o caso, sempre com um tom irônico genial.
A notícia estourou já há mais de um mês, quando a polícia de Surry County, no estado da Virginia, nos EUA, invadiu uma das casas do multimilionário quarterback do Atlanta Falcons, Michael Vick, em busca de drogas.
Mas a ilegalidade encontrada na casa de Vick, um dos atletas mais bem do mundo, foi ainda mais chocante.
Cerca de 70 cachorros das raças pitbull e bull terrier foram encontrados em condições péssimas de tratamento e com marcas e materiais que apontavam o local claramente como um centro de criação e treinamento de cães usados em rinhas.
Apesar dele negar conhecimento das atividades, dizendo que um primo vivia na casa e ele ali nao ia há bastante tempo, desde que a notícia foi divulgada pela FOX, Michael Vick, que tem um contrato estipulado na casa dos 100 milhoes de dolares, vem sendo investigado por autoridades federais americanas e a cada dia surge um novo indício ligando-o ao submundo asqueroso das rinhas de cachorros.
Foto do enorme canil que Vick mantinha escondido nos fundos da casa
Escrevo esse textinho aqui hoje pq agora a pouco a polícia divulgou ter informantes e testemunhas que dizem terem visto, diversas vezes, Vick em rinhas em diferentes cidades americanas. E isso não só pode levar à uma suspensão do jogador sob o novo - e extremamente autoritário - código de conduta da NFL, mas principalmente pode levá-lo à cadeia!
Um bom lugar para acompanhar essa história triste e surreal é o site do meu amigo Mike Florio, Pro Football Talk, que dedicou uma página exclusiva para atualizar as notícias sobre o caso, sempre com um tom irônico genial.
Só jogão em Roland Garros
Se vc vai passar o feriadão em casa, se abrigando da friaca que assola as regiões sul e sudeste, aqui vai uma dica de programão na TV.
As semifinais de Roland Garros - o aberto de tênis da França - foram definidas hoje e prometem ser de arrepiar.
O #1 do mundo e provavelmente de todos os tempos, Roger Federer, encara o russo Kolya Davydenko, #4 do ranking e um dos profissionais mais subestimados do circuito, na minha opinião.
A outra partida é entre dois dos mais jovens e talentosos tenistas do mundo, o turbinado mallorquín Rafa Nadal, 2° melhor tenista ranqueado e praticamente invencível no saibro, e o sérvio Novak Đoković, #6 do ranking e numa fase impressionante essa temporada.
Apesar do clima de espectativa para mais um confronto entre Federer e Nadal, vale a pena conferir as semis pq a vaga na final não deve sair de graça.
Se vc vai passar o feriadão em casa, se abrigando da friaca que assola as regiões sul e sudeste, aqui vai uma dica de programão na TV.
As semifinais de Roland Garros - o aberto de tênis da França - foram definidas hoje e prometem ser de arrepiar.
O #1 do mundo e provavelmente de todos os tempos, Roger Federer, encara o russo Kolya Davydenko, #4 do ranking e um dos profissionais mais subestimados do circuito, na minha opinião.
A outra partida é entre dois dos mais jovens e talentosos tenistas do mundo, o turbinado mallorquín Rafa Nadal, 2° melhor tenista ranqueado e praticamente invencível no saibro, e o sérvio Novak Đoković, #6 do ranking e numa fase impressionante essa temporada.
Apesar do clima de espectativa para mais um confronto entre Federer e Nadal, vale a pena conferir as semis pq a vaga na final não deve sair de graça.
terça-feira, 5 de junho de 2007
Um aniversário para não comemorar
Hoje, dia 5 de junho de 2007, é o triste aniversário de 40 anos da guerra que mudou radicalmente o Oriente Médio.
Em 1967 Israel venceu a coalisão árabe e passou a ocupar os territórios palestinos de Jerusalém Oriental, Cisjordânia e faixa de Gaza, além do deserto egípcio do Sinai e as colinas sírias do Golã. A chamada "Guerra dos Seis Dias" marca não só o início da infame política de expansão e discriminação do jovem Estado de Israel nos territórios árabes da Síria, Egito e Líbano, mas principalmente passa a regular com apenas um governo todo o território da antiga Palestina. Guerra de seis dias que dura 40 anos para aqueles que vivem em um Estado que se divide abertamente entre dois povos diferentes, onde o critério usado para definir os direitos básicos dos seus habitantes é a religião. Cerca de 4 milhões de palestinos vivem hoje em Israel numa situação que frequentemente é comparada por muitos com a África do Sul sob apartheid.
É inevitavel notar que muito mudou desde 1967, principalmente em relação às autoridades árabes em rever a posição contra Israel, se mostrando cada vez mais dispostos a diálogos para o fim dos conflitos. Mas o processo de paz morre a cada dia com as políticas de um governo israelense cada vez mais repressor e, concequentemente, com as respostas dos militantes palestinos cada vez mais violentas.
Apesar de alguns pontos positivos e surpreendentes que puderam ser vistos no anterior governo comandado pelo general Ariel Sharon, os atuais líderes políticos israelense se mostram fiéis aos mesmos objetivos de seus antecessores de 40 anos atrás. Por trás de um fiel apoio financeiro e político dos EUA que mantém a imunidade de Israel perante as leis internacionais, o atual governo continua a construção de um muro grotesco e um sistema de estradas surreal com o objetivo de sitiar a Cisjordânia e seus habitantes, transformando o território na maior prisão do mundo. Enquanto palestinos são submetidos à discriminação, miséria e opressão, principalmente na terra de ninguém que se tranformou a Faixa de Gaza desde a suspensão das ajudas humanitárias internacionais, o governo israelense continua vendendo aos seus habitantes vidas falsas, como se estivessem na Suécia.
Um governo que transformou um irresponsável sequestro de soldados pelo Hezbollah, a milícia xiita libanesa, em uma guerra de proporções abomináveis que matou milhares de civís no país vizinho. Guerra essa que agora é apontada por investigações do próprio país em um erro enorme, podendo inclusive terminar na queda de toda a cúpula do poder.
Indo totalmente contra à resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU, os políticos israelenses dia a dia acabam com a possibilidade da existência de dois Estados, a única solução realista para o problema, turbinando a colonização da Cisjordânia em proporções que são impossíveis de reverter. Hoje, cerca de 450 mil israelenses vivem nos 140 assentamentos ilegais que cobrem mais de 40% da área onde deveria ser a Palestina. Área essa contruída em terras desapropriadas ilegalmente e sem nenhuma compensação, rodeada pelo infame muro e arame farpado e cortada pelas estradas de uso exclusivo dos israelenses.
Hoje, 4 milhões de palestinos vivem em condições sub humanas em campos de refugiados nos países vizinhos. E algumas das consequências se vêem há duas semanas no Líbano, onde militantes religiosos que usam campos de refugiados palestinos para se esconder estão em choque com o exército libanês. Os confrontros já matram cerca de 114 pessoas. No mesmo período, 4 carros bomba explodiram no país deixando 2 mortos e dezenas de feridos.
O aumento desenfreado e incontrolável da violência na região atinge cada vez mais à população judaica, acabando aos poucos com a falsa sensação de segurança que o governo israelense sempre tentou passar para a população. Ao sul, desde Gaza, ao norte, desde o Líbano, Israel vê cada vez mais de perto o perigo bater à sua porta. Cada dia que passa é um dia a menos para se negociar. Viver em paz é possível, mas só quando o povo israelense e seus aliados internacionais decidirem se querem realmente a paz ou se querem continuar subjugando e humilhando os palestinos e os vizinhos árabes.
Mas a notícia que temos hoje é de que o exército israelense está se preparando para uma eventual guerra em dois frentes, norte e sul... Semana passada ouvimos o anúncio da construção de 2 mil e 500 casas em Jerusalém Oriental... Dá pra ter esperança assim?
Hoje, dia 5 de junho de 2007, é o triste aniversário de 40 anos da guerra que mudou radicalmente o Oriente Médio.
Em 1967 Israel venceu a coalisão árabe e passou a ocupar os territórios palestinos de Jerusalém Oriental, Cisjordânia e faixa de Gaza, além do deserto egípcio do Sinai e as colinas sírias do Golã. A chamada "Guerra dos Seis Dias" marca não só o início da infame política de expansão e discriminação do jovem Estado de Israel nos territórios árabes da Síria, Egito e Líbano, mas principalmente passa a regular com apenas um governo todo o território da antiga Palestina. Guerra de seis dias que dura 40 anos para aqueles que vivem em um Estado que se divide abertamente entre dois povos diferentes, onde o critério usado para definir os direitos básicos dos seus habitantes é a religião. Cerca de 4 milhões de palestinos vivem hoje em Israel numa situação que frequentemente é comparada por muitos com a África do Sul sob apartheid.
É inevitavel notar que muito mudou desde 1967, principalmente em relação às autoridades árabes em rever a posição contra Israel, se mostrando cada vez mais dispostos a diálogos para o fim dos conflitos. Mas o processo de paz morre a cada dia com as políticas de um governo israelense cada vez mais repressor e, concequentemente, com as respostas dos militantes palestinos cada vez mais violentas.
Apesar de alguns pontos positivos e surpreendentes que puderam ser vistos no anterior governo comandado pelo general Ariel Sharon, os atuais líderes políticos israelense se mostram fiéis aos mesmos objetivos de seus antecessores de 40 anos atrás. Por trás de um fiel apoio financeiro e político dos EUA que mantém a imunidade de Israel perante as leis internacionais, o atual governo continua a construção de um muro grotesco e um sistema de estradas surreal com o objetivo de sitiar a Cisjordânia e seus habitantes, transformando o território na maior prisão do mundo. Enquanto palestinos são submetidos à discriminação, miséria e opressão, principalmente na terra de ninguém que se tranformou a Faixa de Gaza desde a suspensão das ajudas humanitárias internacionais, o governo israelense continua vendendo aos seus habitantes vidas falsas, como se estivessem na Suécia.
Um governo que transformou um irresponsável sequestro de soldados pelo Hezbollah, a milícia xiita libanesa, em uma guerra de proporções abomináveis que matou milhares de civís no país vizinho. Guerra essa que agora é apontada por investigações do próprio país em um erro enorme, podendo inclusive terminar na queda de toda a cúpula do poder.
Indo totalmente contra à resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU, os políticos israelenses dia a dia acabam com a possibilidade da existência de dois Estados, a única solução realista para o problema, turbinando a colonização da Cisjordânia em proporções que são impossíveis de reverter. Hoje, cerca de 450 mil israelenses vivem nos 140 assentamentos ilegais que cobrem mais de 40% da área onde deveria ser a Palestina. Área essa contruída em terras desapropriadas ilegalmente e sem nenhuma compensação, rodeada pelo infame muro e arame farpado e cortada pelas estradas de uso exclusivo dos israelenses.
Hoje, 4 milhões de palestinos vivem em condições sub humanas em campos de refugiados nos países vizinhos. E algumas das consequências se vêem há duas semanas no Líbano, onde militantes religiosos que usam campos de refugiados palestinos para se esconder estão em choque com o exército libanês. Os confrontros já matram cerca de 114 pessoas. No mesmo período, 4 carros bomba explodiram no país deixando 2 mortos e dezenas de feridos.
O aumento desenfreado e incontrolável da violência na região atinge cada vez mais à população judaica, acabando aos poucos com a falsa sensação de segurança que o governo israelense sempre tentou passar para a população. Ao sul, desde Gaza, ao norte, desde o Líbano, Israel vê cada vez mais de perto o perigo bater à sua porta. Cada dia que passa é um dia a menos para se negociar. Viver em paz é possível, mas só quando o povo israelense e seus aliados internacionais decidirem se querem realmente a paz ou se querem continuar subjugando e humilhando os palestinos e os vizinhos árabes.
Mas a notícia que temos hoje é de que o exército israelense está se preparando para uma eventual guerra em dois frentes, norte e sul... Semana passada ouvimos o anúncio da construção de 2 mil e 500 casas em Jerusalém Oriental... Dá pra ter esperança assim?
segunda-feira, 28 de maio de 2007
Paul Newman pendura as chuteiras
Ao lado de Robert Redford, no faroeste clássico Butch Cassidy
Um dos maiores atores da história do cinema anunciou esse fim de semana que, aos 82 anos, se aposenta. Nove vezes indicado ao Oscar, ganhador de uma Palma de Ouro, um Urso de Prata, um Emmy e dois Globos de Ouro, Paul Newman construiu uma das carreiras mais sólidas da história do cinema americano. Além do Oscar de melhor ator em 1986, ele ganhou mais duas estatuetas, pelo conjunto da obra (1985) e o prêmio humanitário da Academia, em 1994.
Astro de papéis clássicos em filmes como A Cor do Dinheiro, O Indomado, Golpe de Mestre, Gata em Teto de Zinco Quente e Desafio à Corrupção, eu particularmente sempre vou lembrar de Paul Newman como Butch Cassidy, no filme homônimo, um dos meus faroestes favoritos. Ao lado de Robert Redford, no papel de Sundance Kid, Butch Cassidy foi lançado em 1969 e se transformou no faroeste de maior sucesso de público e arrecadação no cinema até então.
Com Tom Hanks, em Estrada Para Perdição, papel que lhe rendeu a nona indicação ao Oscar.
Ao lado de Robert Redford, no faroeste clássico Butch Cassidy
Um dos maiores atores da história do cinema anunciou esse fim de semana que, aos 82 anos, se aposenta. Nove vezes indicado ao Oscar, ganhador de uma Palma de Ouro, um Urso de Prata, um Emmy e dois Globos de Ouro, Paul Newman construiu uma das carreiras mais sólidas da história do cinema americano. Além do Oscar de melhor ator em 1986, ele ganhou mais duas estatuetas, pelo conjunto da obra (1985) e o prêmio humanitário da Academia, em 1994.
Astro de papéis clássicos em filmes como A Cor do Dinheiro, O Indomado, Golpe de Mestre, Gata em Teto de Zinco Quente e Desafio à Corrupção, eu particularmente sempre vou lembrar de Paul Newman como Butch Cassidy, no filme homônimo, um dos meus faroestes favoritos. Ao lado de Robert Redford, no papel de Sundance Kid, Butch Cassidy foi lançado em 1969 e se transformou no faroeste de maior sucesso de público e arrecadação no cinema até então.
Com Tom Hanks, em Estrada Para Perdição, papel que lhe rendeu a nona indicação ao Oscar.
quinta-feira, 24 de maio de 2007
MAIS VALE TUDO NA GRANDE MÍDIA
Não bastasse a adesão oficial da ESPN na cobertura do Ultimate Fighting, com matérias especiais, entrevistas e transmissão ao vivo das pesagens dos lutadores, a capa da nova edição da Sports Illustrated, a maior e mais tradicional revista de esportes do mundo, é sobre o crescimento do MMA.
A revista sai na semana de uma das mais esperadas lutas do ano, entre o grosso Quinton Jackson e o técnico e frio campeão dos meios-pesados, Chuck Liddell. O evento acontece no próximo sábado e marca a estréia da cobertura da ESPN.
Aqui no Brasil, vc pode ver o UFC 71 ao vivo pelo Premiere Combate da NET ou Sky.
Não bastasse a adesão oficial da ESPN na cobertura do Ultimate Fighting, com matérias especiais, entrevistas e transmissão ao vivo das pesagens dos lutadores, a capa da nova edição da Sports Illustrated, a maior e mais tradicional revista de esportes do mundo, é sobre o crescimento do MMA.
A revista sai na semana de uma das mais esperadas lutas do ano, entre o grosso Quinton Jackson e o técnico e frio campeão dos meios-pesados, Chuck Liddell. O evento acontece no próximo sábado e marca a estréia da cobertura da ESPN.
Aqui no Brasil, vc pode ver o UFC 71 ao vivo pelo Premiere Combate da NET ou Sky.
segunda-feira, 21 de maio de 2007
QUE DIABOS?!?!
CAOS!
CAOS!
CAOS!
"Que diabos está acontecendo???!!!" foi minha primeira frase em uma conversa que tive na manhã de hoje, por telefone, com um amigo de Beirute.
Quando você acha que nada que poderia acontecer no Líbano te surpreenderia, em menos de 24 horas uma série de ocorrências totalmente surreais e sem nenhum nexo, vira o país de cabeça para baixo e deixa todo mundo atordoado, sem entender muito bem o que está acontecendo.
Assalto à banco em Trípoli; bomba em frente ao meu prédio, em Achrafie; emboscada à militares no norte; tiroteio no centro de Trípoli; bomba em Verdun... CAOS!!!
Eu, sinceramente, não consegui entender até agora o que está acontecendo e como tudo começou, se os eventos foram isolados ou se foram orquestrados e, se orquestrados foram, qual o sentido e a estratégia além do pânico e o terrorismo psicológico.
A primeira coisa que me vem à cabeça é simples: CAOS! Mais uma tentativa de enfiar o país no caos, na lama, no inferno, no medo ou no diabo que o parta! Dane-se tudo! Não interessa aonde! Norte ou sul. Bairro cristão ou sunita. Centro da cidade ou campo de refugiados. Libaneses ou palestinos... Não interessa. Quanto mais gente for metida no meio desse sádico samba do crioulo doido, melhor.
E o resultado sempre será o mesmo: mortos... cada vez mais mortos.
CAOS!
CAOS!
CAOS!
"Que diabos está acontecendo???!!!" foi minha primeira frase em uma conversa que tive na manhã de hoje, por telefone, com um amigo de Beirute.
Quando você acha que nada que poderia acontecer no Líbano te surpreenderia, em menos de 24 horas uma série de ocorrências totalmente surreais e sem nenhum nexo, vira o país de cabeça para baixo e deixa todo mundo atordoado, sem entender muito bem o que está acontecendo.
Assalto à banco em Trípoli; bomba em frente ao meu prédio, em Achrafie; emboscada à militares no norte; tiroteio no centro de Trípoli; bomba em Verdun... CAOS!!!
Eu, sinceramente, não consegui entender até agora o que está acontecendo e como tudo começou, se os eventos foram isolados ou se foram orquestrados e, se orquestrados foram, qual o sentido e a estratégia além do pânico e o terrorismo psicológico.
A primeira coisa que me vem à cabeça é simples: CAOS! Mais uma tentativa de enfiar o país no caos, na lama, no inferno, no medo ou no diabo que o parta! Dane-se tudo! Não interessa aonde! Norte ou sul. Bairro cristão ou sunita. Centro da cidade ou campo de refugiados. Libaneses ou palestinos... Não interessa. Quanto mais gente for metida no meio desse sádico samba do crioulo doido, melhor.
E o resultado sempre será o mesmo: mortos... cada vez mais mortos.
sábado, 19 de maio de 2007
Cara nova (e com comentários)
Já que estou voltando - aos poucos - a escrever regularmente por aqui, resolvi tbm mudar o visual do blogue, colocar comentários e organizar melhor os arquivos, porque muita gente estava reclamando que não conseguia acessar meus artigos sobre Oriente Médio, de 2004 e 2005.
Não acredito que voltarei à frequência de 2 ou 3 anos atrás, mas abandonado como esteve durante um bom tempo, o blogue não vai mais ficar.
A foto em destaque é a vista da baía de Jounieh, desde o campus da minha universidade, no Líbano. E se vc prestar bem a atenção, vai ver que tem direito inclusive à um mini Cristo Redentor.
Boas lembranças...
Já que estou voltando - aos poucos - a escrever regularmente por aqui, resolvi tbm mudar o visual do blogue, colocar comentários e organizar melhor os arquivos, porque muita gente estava reclamando que não conseguia acessar meus artigos sobre Oriente Médio, de 2004 e 2005.
Não acredito que voltarei à frequência de 2 ou 3 anos atrás, mas abandonado como esteve durante um bom tempo, o blogue não vai mais ficar.
A foto em destaque é a vista da baía de Jounieh, desde o campus da minha universidade, no Líbano. E se vc prestar bem a atenção, vai ver que tem direito inclusive à um mini Cristo Redentor.
Boas lembranças...
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Fazendo novos amigos
Na minha última viagem ao Líbano, em novembro do ano passado, conversando sobre futebol americano com alguns ex-colegas de ONU durante um chope num dos simpáticos bares do coração da zona boêmia da cidade, a rua Jemaize, me recomendaram o trabalho de um cara chamado Matt Maiocco, um jornalista do diário Santa Rosa Press Democrat, que cobre o San Francisco 49ers.
Encontrei o blogue dele - que realmente é excelente - e começamos a trocar idéias. E ele se mostrou extremamente surpreso com o fato de alguém do Brasil acompanhar o seu trabalho. Lhe contei a história do Líbano há algumas semanas e ela acaba de ser tema do último artigo publicado por ele.
É bacana como a internet aproxima tanto as pessoas e realmente quebra fronteiras, principalmente quando não há a barreira da língua. Durante meu período no Líbano, sempre tinha feedbacks de pessoas de todo o Brasil e de Portugal que chegavam ao meu blog depois de ouvir minhas reportagens pela rádio ou de ler meus artigos em jornais ou internet.
Não só é bacana ter essa resposta do seu trabalho vinda de tão longe e de pessoas tão diferentes, como essa relação tão próxima entre quem lê e quem escreve ajuda muito na auto-avaliação do trabalho realizado pelo jornalista. Experiência própria.
Se eu senti isso na pele mesmo estando restrito à lingua portuguesa, quem escreve em inglês hoje em dia, como o Matt, terá realmente cada vez mais leitores do mundo todo. E a resposta vinda de diversas culturas, positivas ou negativas, com certeza vai acabar criando uma avaliação muito mais ampla do trabalho, que no papel do jornal seria no máximo regional.
Após a publicação desse artigo de hoje, apareceram diversos comentários de leitores da Europa, Austrália e América Latina que ele nem sabia que existiam.
Esse tipo de coisa só faz reforçar essa idéia que tenho de que o jornalista deve sim ter um blogue e aproveitar ao máximo essa interação com o leitor para avaliar o próprio trabalho.
Boa sorte, Matt, nessa sua nova fase "global"... Fase essa que vc acaba de descobrir que nem é tão nova assim!
Na minha última viagem ao Líbano, em novembro do ano passado, conversando sobre futebol americano com alguns ex-colegas de ONU durante um chope num dos simpáticos bares do coração da zona boêmia da cidade, a rua Jemaize, me recomendaram o trabalho de um cara chamado Matt Maiocco, um jornalista do diário Santa Rosa Press Democrat, que cobre o San Francisco 49ers.
Encontrei o blogue dele - que realmente é excelente - e começamos a trocar idéias. E ele se mostrou extremamente surpreso com o fato de alguém do Brasil acompanhar o seu trabalho. Lhe contei a história do Líbano há algumas semanas e ela acaba de ser tema do último artigo publicado por ele.
É bacana como a internet aproxima tanto as pessoas e realmente quebra fronteiras, principalmente quando não há a barreira da língua. Durante meu período no Líbano, sempre tinha feedbacks de pessoas de todo o Brasil e de Portugal que chegavam ao meu blog depois de ouvir minhas reportagens pela rádio ou de ler meus artigos em jornais ou internet.
Não só é bacana ter essa resposta do seu trabalho vinda de tão longe e de pessoas tão diferentes, como essa relação tão próxima entre quem lê e quem escreve ajuda muito na auto-avaliação do trabalho realizado pelo jornalista. Experiência própria.
Se eu senti isso na pele mesmo estando restrito à lingua portuguesa, quem escreve em inglês hoje em dia, como o Matt, terá realmente cada vez mais leitores do mundo todo. E a resposta vinda de diversas culturas, positivas ou negativas, com certeza vai acabar criando uma avaliação muito mais ampla do trabalho, que no papel do jornal seria no máximo regional.
Após a publicação desse artigo de hoje, apareceram diversos comentários de leitores da Europa, Austrália e América Latina que ele nem sabia que existiam.
Esse tipo de coisa só faz reforçar essa idéia que tenho de que o jornalista deve sim ter um blogue e aproveitar ao máximo essa interação com o leitor para avaliar o próprio trabalho.
Boa sorte, Matt, nessa sua nova fase "global"... Fase essa que vc acaba de descobrir que nem é tão nova assim!
domingo, 13 de maio de 2007
SAI PRA LÁ, MARRENTO!!!
Linda a largada de Felipe Massa e o chega pra lá que deu no piloto mais marrento da F1, Fernando Alonso. O asturiano quis passar na marra e Massinha mostrou que aqui nao tem maria mole, fechando a porta na cara do trouxa!
E nao é só com Massa que Alonso tem que se preocupar, já que seu companheiro de equipe, o novato Lewis Hamilton, é osso duro de roer e já assumiu a liderança do campeonato. Campeonato esse que está correspondendo todas as espectativas de que seria disputado de forma acirrada do começo ao fim... De arrepiar!!!
Linda a largada de Felipe Massa e o chega pra lá que deu no piloto mais marrento da F1, Fernando Alonso. O asturiano quis passar na marra e Massinha mostrou que aqui nao tem maria mole, fechando a porta na cara do trouxa!
E nao é só com Massa que Alonso tem que se preocupar, já que seu companheiro de equipe, o novato Lewis Hamilton, é osso duro de roer e já assumiu a liderança do campeonato. Campeonato esse que está correspondendo todas as espectativas de que seria disputado de forma acirrada do começo ao fim... De arrepiar!!!
quinta-feira, 10 de maio de 2007
PRA QUEM AINDA DUVIDA DO VALE TUDO
Depois dos irmãos Minotauro participando do Faustão, aqui vai em primeira mão a capa da próxima edição da ESPN The Magazine, com Chuck Liddell na capa. É a primeira vez que o MMA vira capa de uma revista desse porte.
Na matéria entitulada "Como não gostar de Chuck Liddel?", a repórter Allison Glock diz que "Liddel transcendeu o esporte para virar um ícone cultural ... Ele é O CARA para a maioria dos caras que acompanham MMA, um herói verdadeiro e original num mundo cheio de celebridades falsas e que só sabem manter a pose".
Pra quem ainda duvida do crescimento vertiginoso que o vale tudo vem sofrendo nos últimos anos, a capa é mais uma prova de que o esporte está alcançando cada vez mais fãs em todas as esferas da sociedade.
Depois dos irmãos Minotauro participando do Faustão, aqui vai em primeira mão a capa da próxima edição da ESPN The Magazine, com Chuck Liddell na capa. É a primeira vez que o MMA vira capa de uma revista desse porte.
Na matéria entitulada "Como não gostar de Chuck Liddel?", a repórter Allison Glock diz que "Liddel transcendeu o esporte para virar um ícone cultural ... Ele é O CARA para a maioria dos caras que acompanham MMA, um herói verdadeiro e original num mundo cheio de celebridades falsas e que só sabem manter a pose".
Pra quem ainda duvida do crescimento vertiginoso que o vale tudo vem sofrendo nos últimos anos, a capa é mais uma prova de que o esporte está alcançando cada vez mais fãs em todas as esferas da sociedade.
quinta-feira, 26 de abril de 2007
Reflexões dA NATA!
Depois de bastante tempo, as reflexões dA NATA! voltam com uma pérola do Ministro de Imigração da Austrália:
"Ele simplesmente não é o tipo de 'cara' que a gente quer no nosso país!"
(de Kevin Andrews, Ministro de Imigração da Austrália, justificando porque o rapper Calvin Cordozar Broadus Jr., mais conhecido como Snoop 'FoShizleNizle' Dog, foi barrado no aeroporto de Sidney e impedido de entrar no país. O rapper boa gente tem longa ficha na polícia americana, com acusações de assassinato, formação de quadrilha, estupro, porte de armas e de drogas. Mês passado ele já havia sido proibido de entrar no Reino Unido, pq na última viagem à terra da rainha havia sido detido no aeroporto internacional de Londres por badernas e arruaças.)
Depois de bastante tempo, as reflexões dA NATA! voltam com uma pérola do Ministro de Imigração da Austrália:
"Ele simplesmente não é o tipo de 'cara' que a gente quer no nosso país!"
(de Kevin Andrews, Ministro de Imigração da Austrália, justificando porque o rapper Calvin Cordozar Broadus Jr., mais conhecido como Snoop 'FoShizleNizle' Dog, foi barrado no aeroporto de Sidney e impedido de entrar no país. O rapper boa gente tem longa ficha na polícia americana, com acusações de assassinato, formação de quadrilha, estupro, porte de armas e de drogas. Mês passado ele já havia sido proibido de entrar no Reino Unido, pq na última viagem à terra da rainha havia sido detido no aeroporto internacional de Londres por badernas e arruaças.)
quarta-feira, 25 de abril de 2007
UFC, Pride, Mayweather e o futuro
O presidente do UFC, Dana White, durante o anúncio da compra do Pride.
Aproveitando o embalo, fico nos esportes pra falar de um assunto que há muito tempo não escrevo por aqui: vale tudo.
Duas notícias que aconteceram nas últimas semana são os motivos pelos quais volto a escrever sobre lutas.
A primeira foi a compra do maior evento de vale tudo do Japão e um dos maiores do mundo, o Pride Fighting Championship, pelo seu principal concorrente, o americano Ultimate Fighting Championship (UFC).
Se você é um fã ocasional de vale tudo, essa notícia pode parecer chocante, já que o Pride durante muito tempo dominou o mercado e os melhores lutadores.
Apesar do UFC ter sido onde o esporte começou a profissionalizar, há quase 15 anos, o vale tudo cresceu, mudou de nome - hoje é chamado de Mixed Martial Arts (MMA) - e o Pride acabou se tranformando no maior evento do mundo, levando ao Japão a meca do MMA do planeta.
Mas nos últimos anos o enorme crescimento do interesse do público americano no MMA e seu profissionalismo, aliado ao declínio inegável da popularidade do boxe, fez com que o UFC retomasse o caminho do sucesso. E ajudado por um escândalo envolvendo os donos do Pride, que estariam envolvidos com a máfia japonesa, o UFC comprou o evento e, desde o mês passado, é dono das duas maiores ligas de MMA do mundo.
É esse sucesso do UFC e o profissionalismo do MMA que nos levam ao segundo ponto que me fizeram escrever esse texto.
Numa das coletivas de imprensa em preparação para a luta entre Floyd Mayweather Jr. e Oscar de la Hoya, que acontece dia 5 de maio pelo título mundial dos médio-ligeiros, Mayweather disse que "o UFC é merda nenhuma". Segundo ele, o "MMA não é nada mais do que uma moda passageira." Para ele, "os lutadores de MMA são caras que não conseguiram ser boxeadores". "Qualquer um pode fazer um par de tatuagens e cair na porrada como esses caras. Se vc colocar qualquer boxeador de elite no UFC, ele seria o campeão. Ele nocautearia qualquer lutador de MMA em poucos segundos.", completou o campeão mundial de boxe.
O fanfarrão Floyd Mayweather Jr. (dir.) encara Oscar de la Hoya numa das típicas coletivas de imprensa para promover a luta do próximo fim de semana
Lembro quando, há 15 anos, eu ouvia dizer que o vale tudo era apenas uma moda, que não era esporte, que não iria vingar, sempre seria marginal, etc e tal. E naquela época realmente o vale tudo fazia justiça ao nome, era uma briga de rua mesmo, sem luvas ou regras, onde dois sujeitos de passados e lutas totalmente diferentes se enfrentavam num octógono fechado por uma cerca de arame.
Mas o tempo passou e hoje a única coisa que ficou foi o famoso octógono, criado pelo brasileiro Rorion Gracie e que virou marca registrada do UFC.
Uma nova geração de lutadores que eram moleques quando tudo começou, cresceram fascinados por como Roice e Rickson Gracie lutavam jiu jitsu, como Ken Shamrock, Randy Couture ou Dan Severn aplicavam suas técnicas de greco-romana e luta livre ou como Marco Ruas distribuía seus chutes destruidores às pernas dos adversários. A chegada de lutadores de kickboxing aumentou os embates em pé e obrigaram aos praticantes de jiu jitsu e greco-romana à aprender boxear e chutar. E vice e versa.
O veterano Randy Couture, uma lenda viva do esporte e um dos melhores lutadores profissionais de MMA de todos os tempos.
O resultado hoje é um esporte que também faz justiça ao seu novo nome, Mistura de Artes Marciais ou Artes Marciais Mistas. Porque hoje nos ringues do UFC e Pride vc encontra alguns dos atletas mais preparados do mundo, versados em 3 ou 4 artes distintas, capazes de nocautear com um chute alto com a mesma facilidade que teriam para finalizar o oponente com uma chave de braço, perna ou estrangulamento.
E o simples fato de Mayweather, um dos maiores boxeadores do mundo, ter que falar de MMA em vez da sua própria luta para se promover é uma prova do tamanho e importância do vale tudo tem hoje em dia.
Hoje o MMA é o esporte que mais rápido cresce no mundo e os números não mentem.
Em agosto do ano passado, a luta pelo título mundial dos pesos pesados entre Oleg Maskaev e Hasim Rahman foi vista por 60 mil pessoas via pay-per-view nos EUA. No mesmo mês, a luta entre o brasileiro Renato Sobral e o americano Chuck Liddell pelo título dos meio pesados do UFC foi vista por 500 mil pessoas, no mesmo sistema de ppv.
A inevitável comparação entre boxe e MMA lembra muito um outro caso de disputa por espaço e público entre esportes nos EUA. Um dia dono absoluto da preferência popular nos EUA, o beisebol parou no tempo e não se preocupou em criar novos atrativos para o fãs. Correndo por fora, um esporte marginal chamado futebol americano ganhava público devido ao dinamismo, ação e emoção em campo. E foi quando as duas maiores ligas de futebol americano se fundiram em uma, que o esporte explodiu e hoje domina sem adversários a preferencia da população. Principalmente a população jovem, enquanto os fãs do beisebol são geralmente gente mais velha.
Será apenas mera coincidência as semelhanças entre as fusões e o perfil dos esportes e dos fãs?
O vale tudo é jovem, é imprevisível, é rápido, é inteligente e, acima de tudo, é real! Muito diferente das marmeladas e lutas encomendadas que enjoram tantas vezes os fãs de luta.
E o vale tudo é global, com atletas de elite vindos dos quatro cantos do planeta. A união entre UFC e Pride pode ser a grande oportunidade que o esporte estava esperando para começar a ter um legítimo ranking mundial e unificações de cinturões, consolidando de vez seus lutadores como ídolos internacionais.
Mayweather pode até ter razão quando diz que um boxeador nocautearia um lutador de MMA em poucos segundos. O problema é que o boxeador provalvemente não teria esses poucos segundos. Quando menos percebesse, estaria desacordado no chão após receber um mata leão ou 5 ou 6 cotoveladas de cima para baixo.
O carioca Gabriel "Napão" comemora após nocautear o croata Mirko Cro Cop, no último sábado na Inglaterra, pelo UFC 70
O que mais me deixa revoltado com esse tipo de declaração vinda do boxe é que os fãs de MMA sempre respeitaram e gostaram de boxe. Nunca faltaríamos com o respeito à lendas como Sugar Ray, Ali, Marciano, Foreman ou Eder Jofre. Mas temos consciencia que eles são o passado. Nós simplesmente não ligamos mais para boxe.
Nós sabemos muito bem o que queremos e não estamos interessados em palhaços marketeiros e corruptos como Don King nos dizendo que Floyd Mayweather Jr. contra Oscar de la Hoya é a "luta do século".
Desculpe informá-lo, sr. King, que o presente e o futuro não estão nas mãos de Mayweather ou Klitschko, mas de atletas como Fedor, Cro Cop e Nogueira.
Que o MMA chegou, entrou sem bater e veio pra ficar!
O presidente do UFC, Dana White, durante o anúncio da compra do Pride.
Aproveitando o embalo, fico nos esportes pra falar de um assunto que há muito tempo não escrevo por aqui: vale tudo.
Duas notícias que aconteceram nas últimas semana são os motivos pelos quais volto a escrever sobre lutas.
A primeira foi a compra do maior evento de vale tudo do Japão e um dos maiores do mundo, o Pride Fighting Championship, pelo seu principal concorrente, o americano Ultimate Fighting Championship (UFC).
Se você é um fã ocasional de vale tudo, essa notícia pode parecer chocante, já que o Pride durante muito tempo dominou o mercado e os melhores lutadores.
Apesar do UFC ter sido onde o esporte começou a profissionalizar, há quase 15 anos, o vale tudo cresceu, mudou de nome - hoje é chamado de Mixed Martial Arts (MMA) - e o Pride acabou se tranformando no maior evento do mundo, levando ao Japão a meca do MMA do planeta.
Mas nos últimos anos o enorme crescimento do interesse do público americano no MMA e seu profissionalismo, aliado ao declínio inegável da popularidade do boxe, fez com que o UFC retomasse o caminho do sucesso. E ajudado por um escândalo envolvendo os donos do Pride, que estariam envolvidos com a máfia japonesa, o UFC comprou o evento e, desde o mês passado, é dono das duas maiores ligas de MMA do mundo.
É esse sucesso do UFC e o profissionalismo do MMA que nos levam ao segundo ponto que me fizeram escrever esse texto.
Numa das coletivas de imprensa em preparação para a luta entre Floyd Mayweather Jr. e Oscar de la Hoya, que acontece dia 5 de maio pelo título mundial dos médio-ligeiros, Mayweather disse que "o UFC é merda nenhuma". Segundo ele, o "MMA não é nada mais do que uma moda passageira." Para ele, "os lutadores de MMA são caras que não conseguiram ser boxeadores". "Qualquer um pode fazer um par de tatuagens e cair na porrada como esses caras. Se vc colocar qualquer boxeador de elite no UFC, ele seria o campeão. Ele nocautearia qualquer lutador de MMA em poucos segundos.", completou o campeão mundial de boxe.
O fanfarrão Floyd Mayweather Jr. (dir.) encara Oscar de la Hoya numa das típicas coletivas de imprensa para promover a luta do próximo fim de semana
Lembro quando, há 15 anos, eu ouvia dizer que o vale tudo era apenas uma moda, que não era esporte, que não iria vingar, sempre seria marginal, etc e tal. E naquela época realmente o vale tudo fazia justiça ao nome, era uma briga de rua mesmo, sem luvas ou regras, onde dois sujeitos de passados e lutas totalmente diferentes se enfrentavam num octógono fechado por uma cerca de arame.
Mas o tempo passou e hoje a única coisa que ficou foi o famoso octógono, criado pelo brasileiro Rorion Gracie e que virou marca registrada do UFC.
Uma nova geração de lutadores que eram moleques quando tudo começou, cresceram fascinados por como Roice e Rickson Gracie lutavam jiu jitsu, como Ken Shamrock, Randy Couture ou Dan Severn aplicavam suas técnicas de greco-romana e luta livre ou como Marco Ruas distribuía seus chutes destruidores às pernas dos adversários. A chegada de lutadores de kickboxing aumentou os embates em pé e obrigaram aos praticantes de jiu jitsu e greco-romana à aprender boxear e chutar. E vice e versa.
O veterano Randy Couture, uma lenda viva do esporte e um dos melhores lutadores profissionais de MMA de todos os tempos.
O resultado hoje é um esporte que também faz justiça ao seu novo nome, Mistura de Artes Marciais ou Artes Marciais Mistas. Porque hoje nos ringues do UFC e Pride vc encontra alguns dos atletas mais preparados do mundo, versados em 3 ou 4 artes distintas, capazes de nocautear com um chute alto com a mesma facilidade que teriam para finalizar o oponente com uma chave de braço, perna ou estrangulamento.
E o simples fato de Mayweather, um dos maiores boxeadores do mundo, ter que falar de MMA em vez da sua própria luta para se promover é uma prova do tamanho e importância do vale tudo tem hoje em dia.
Hoje o MMA é o esporte que mais rápido cresce no mundo e os números não mentem.
Em agosto do ano passado, a luta pelo título mundial dos pesos pesados entre Oleg Maskaev e Hasim Rahman foi vista por 60 mil pessoas via pay-per-view nos EUA. No mesmo mês, a luta entre o brasileiro Renato Sobral e o americano Chuck Liddell pelo título dos meio pesados do UFC foi vista por 500 mil pessoas, no mesmo sistema de ppv.
A inevitável comparação entre boxe e MMA lembra muito um outro caso de disputa por espaço e público entre esportes nos EUA. Um dia dono absoluto da preferência popular nos EUA, o beisebol parou no tempo e não se preocupou em criar novos atrativos para o fãs. Correndo por fora, um esporte marginal chamado futebol americano ganhava público devido ao dinamismo, ação e emoção em campo. E foi quando as duas maiores ligas de futebol americano se fundiram em uma, que o esporte explodiu e hoje domina sem adversários a preferencia da população. Principalmente a população jovem, enquanto os fãs do beisebol são geralmente gente mais velha.
Será apenas mera coincidência as semelhanças entre as fusões e o perfil dos esportes e dos fãs?
O vale tudo é jovem, é imprevisível, é rápido, é inteligente e, acima de tudo, é real! Muito diferente das marmeladas e lutas encomendadas que enjoram tantas vezes os fãs de luta.
E o vale tudo é global, com atletas de elite vindos dos quatro cantos do planeta. A união entre UFC e Pride pode ser a grande oportunidade que o esporte estava esperando para começar a ter um legítimo ranking mundial e unificações de cinturões, consolidando de vez seus lutadores como ídolos internacionais.
Mayweather pode até ter razão quando diz que um boxeador nocautearia um lutador de MMA em poucos segundos. O problema é que o boxeador provalvemente não teria esses poucos segundos. Quando menos percebesse, estaria desacordado no chão após receber um mata leão ou 5 ou 6 cotoveladas de cima para baixo.
O carioca Gabriel "Napão" comemora após nocautear o croata Mirko Cro Cop, no último sábado na Inglaterra, pelo UFC 70
O que mais me deixa revoltado com esse tipo de declaração vinda do boxe é que os fãs de MMA sempre respeitaram e gostaram de boxe. Nunca faltaríamos com o respeito à lendas como Sugar Ray, Ali, Marciano, Foreman ou Eder Jofre. Mas temos consciencia que eles são o passado. Nós simplesmente não ligamos mais para boxe.
Nós sabemos muito bem o que queremos e não estamos interessados em palhaços marketeiros e corruptos como Don King nos dizendo que Floyd Mayweather Jr. contra Oscar de la Hoya é a "luta do século".
Desculpe informá-lo, sr. King, que o presente e o futuro não estão nas mãos de Mayweather ou Klitschko, mas de atletas como Fedor, Cro Cop e Nogueira.
Que o MMA chegou, entrou sem bater e veio pra ficar!
terça-feira, 24 de abril de 2007
Um novo 49ers se prepara para o recrutamento da NFL
O técnico Mike Nolan se prepara para o seu terceiro draft
Quem acompanha esse blog sabe que sou apaixonado por futebol americano e que de vez em quando eu dedico um post ou outro pra falar sobre o assunto. E nos últimos 3 anos eu tenho falado muito sobre o trabalho que um sujeito chamado Mike Nolan vem realizando como treinador de um tal San Francisco 49ers.
Nesse post eu vou falar grego pra 95% de vocês e analisar como eu vejo o 49ers no recrutamento anual da NFL, tentando passar os mais prováveis cenários que o time pode encarar no próximo sábado. Mas antes vale um pequeno resumo do que vem acontecendo com o San Francisco desde que Mike Nolan tomou as rédeas. O que é importante, principalmente se vc não acompanhou meus diversos textos anteriores sobre ele e a equipe.
Desde que Mike Nolan e sua equipe assumiram o comando do 49ers, o time que vinha mal das pernas está aos poucos se acertando. Dono de uma enorme tradição vencedora nos anos 80 e 90, o 49ers perdeu o rumo desde que o seu ex-dono teve que abrir mão do time no ano 2000, quando se viu envolvido em um processo de corrupção no governo do estado de Louisiana.
O 49ers caiu no colo do seu cunhado pão duro que contratou mal tanto a equipe administrativa quanto técnica. O resultado foi catastrófico, dentro e fora de campo. De 2000 a 2004 o 49ers virou a piada da NFL, o que levou à uma reformulação geral na área administrativa e técnica em 2005.
Para o cargo de treinador, veio Mike Nolan, filho de um histórico ex-treinador do 49ers nos anos 60 e 70. Mike veio do Baltimore Ravens onde, como coordenador de defesa, criou e desenvolveu uma das mais criativas e agressivas unidades defensivas dos últimos anos. Do pai ele herdou a personalidade forte e pulso firme, deixando claro que vinha para mudar as coisas logo no começo, dispensando diversos veteranos que não correspondiam em campo o alto salário que recebiam.
Chegou tbm Scot McCloughan para assumir as responsabilidades de recrutamento e avaliação dos jogadores, além de Lal Heneghan para administrar a franquia.
Além de se livrar dos veteranos, Nolan encontrou outro enorme problema ao assumir o time. As administrações anteriores tiveram péssimos recrutamentos e apostaram num perfil de jogador totalmente diferente do que Nolan acredita que é o ideal. O novo treinador prefere apostar na força para suas linhas de ataque e defesa, com jogadores grandes e pesados, mas o 49ers estava cheio de jogadores leves e rápidos, trazidos pela péssima equipe anterior.
Resumindo, o treinador teve que começar do zero.
Nolan, comandando o time de terno, em homenagem ao pai.
Ao lado de McCloughan, Nolan assumiu o 49ers para o recrutamento de 2005 como o pior time da NFL. Com necessidades em praticamente todas as posições, Nolan e McCloughan adotaram a acertada filosofia de escolher sempre o melhor jogador disponível independente da posição. Assim, do draft, vieram mais jogadores para o ataque do que para a defesa, com o resultado aparecendo já no segundo ano de comando através do jovem quarterback Alex Smith apresentando grande evolução e o running back Frank Gore explodindo como um dos melhores da liga. Além deles, outros frutos do draft como o tight end Vernon Davis e o bloqueador Adam Snyder também mostraram grande potencial.
E com o ataque no caminho certo, chegou a hora de reforçar a defesa. O trabalho fantástico de Nolan inclusive abriu os olhos (e a carteira) do até então muquirana dono do time, que resolveu finalmente gastar dinheiro na contratação do cornerback Nate Clements, um dos melhores da liga, além de 3 outros reforços para a defesa.
Com o draft marcado para o próximo sábado, Mike Nolan promete que vai continuar focado na mesma filosofia de recrutar o melhor jogador disponível ou então tirar da escolha o melhor valor possível. Numa coletiva de imprensa ontem, a dupla Nolan/McCloughan deixou claro que existem 20 jogadores que eles classificam de elite no draft desse ano e que mereceriam serem escolhidos na primeira rodada. Isso pode ser um indício de que o 49ers esteja repetindo a estratégia do ano passado e tentar conseguir negociar uma escolha a mais no primeiro round, para tentar conseguir pelo menos dois desses 20 prospectos.
O defensive end Jamaal Anderson (n°92) é um dos melhores jogadores que poderiam estar disponíveis para o 49ers na 11ª posição do draft.
Ano passado o 49ers avaliava 17 jogadores de elite e, ao negociar com o Broncos uma escolha extra na 1ª rodada, pegou o defensor Manny Lawson, um dos que estavam nessa lista de 17. Esse ano pode ser que o 49ers tente também essa manobra focando num dos wide receivers que poderiam estar disponíveis na segunda metade do draft, mas que não merecem serem pêgos num ponto tão alto quanto o 11° que hoje o San Francisco tem. Ted Ginn Jr (Universidade de Ohio State), Robert Meachem (Tennessee), Dwayne Bowe (LSU) e Dwayne Jarrett (USC) são alguns dos receivers que podem estar disponíveis na segunda metade do draft e que poderiam ser o alvo do 49ers, caso o time realmente consiga uma boa troca. Outra opção com essa segunda escolha seria um safety como Reggie Nelson (Florida).
Numa previsão realista, alí na 11ª escolha Nolan e McCloughan ficarão mais do que satisfeitos em escolher o tackle Levi Brown (Penn State), o defensive end Jamaal Anderson (Arkansas), o safety LaRon Landry (LSU), o inside linebacker Patrick Willis (Mississipi), o defensive end Adam Carriker (Nebraska) ou o defensive tackle Alan Branch. Landry e Anderson dificilmente estarão disponíveis nesse ponto, assim como Brown tbm tem potencial para sair antes. Assim o cenário mais provavel para a 11ª posição é mesmo a escolha entre Willis, Carriker e Branch.
Patrick Willis pode ser o escolhido na primeira rodada.
De qualquer forma, o 49ers hoje poderá escolher 4 jogadores entre os 100 primeiros disponíveis no draft desse ano. São 1 escolha no primeiro e outra no segundo round e duas no terceiro. Além disso, o time conta com mais 4 escolhas no quarto round. E tantas escolhas abrem enormes oportunidades para reforçar ainda mais esse time com juventude e talento. E o fato de que as duas posições do draft mais carregadas de bons jogadores são duas das posições que o 49ers mais necessita de ajuda (wide receivers e defensive end), otimismo é o que não falta em torno do time de San Francisco.
Pensando a partir da 3ª rodada, um running back tambén seria muito bem vindo para ajudar a tirar um pouco do trabalho pesado de Frank Gore. Caras como Michael Bush (Lousiville), Lorenzo Booker (Florida State), Kenneth Darby (Alabama), Darius Walker (Notre Dame) e Tony Hunt (Penn State) seriam ótimos reforços se disponíveis na 3ª ou 4ª rodada. Meu sonho seria Michael Bush, um jogador com história muito parecida a de Frank Gore. Dono de um talento enorme, Bush deve cair para o 3° ou 4° round devido à uma séria fratura na perna direita.
Michael Bush poderia turbinar ainda mais o jogo corrido em San Francisco
Apesar de haver sido um dos pontos mais fortes do time na temporada passada, a linha de ataque tbm precisa de reforços. Isso pq o bloqueador Larry Allen é um veterano de 35 anos e tem problemas sérios de contusão. Além da inconstância do bloqueador da ponta direita da barreira, Kwame Harris, e do tamanho do outro bloqueador da direita, o guard Justin Smiley, que é pequeno para os padroes de Mike Nolan. Isso pode levar o 49ers a apostar em Levi Brown na primeira rodada, se ele estiver disponível, ou entao em um dos guards de elite desse ano e que podem estar disponíveis na segunda rodada, Justin Blalock (Texas) ou Ben Grubbs (Auburn), ou até mesmo do tackle Tony Ugoh (Arkansas) ou do center Ryan Kalil (USC).
Outra possibilidade para a segunda rodada é defensive end, a posição mais forte do draft desse ano. Craques como Charles Johnson (Georgia), Jarvis Moss (Florida), Anthony Spencer (Purdue), LaMarr Woodley (Michigan) e Tim Crowder (Texas) podem estar lá na segunda rodada. E caras como Turk McBride (Tennessee), Jay Moore (Nebraska), Ikaika Alama-Francis (Hawaii) e até mesmo Quentin Moses (Georgia) poderiam cair de bandeja na 4ª. Como o 49ers está em transição para um novo sistema na defesa, que é formado de 3 jogadores grandes de linha e 4 linebackers (3-4), jogadores como Moss e Woodley se encaixariam como uma luva no lado oposto à Manny Lawson como outside linebackers. E, convenhamos, no 3-4, linebackers nunca são demais.
Se disponível na segunda rodada, o bloqueador Justin Blalock traria força e juventude para linha de ataque
As possibilidades são inúmeras e os prospectos disponíveis são basicamente estes. Qualquer dúvida ou comentário sobre o 49ers ou NFL, é só me mandar um email que a gente troca uma idéia. Se der tempo, até o fim da semana eu faço um textinho geral sobre o draft desse ano.
O técnico Mike Nolan se prepara para o seu terceiro draft
Quem acompanha esse blog sabe que sou apaixonado por futebol americano e que de vez em quando eu dedico um post ou outro pra falar sobre o assunto. E nos últimos 3 anos eu tenho falado muito sobre o trabalho que um sujeito chamado Mike Nolan vem realizando como treinador de um tal San Francisco 49ers.
Nesse post eu vou falar grego pra 95% de vocês e analisar como eu vejo o 49ers no recrutamento anual da NFL, tentando passar os mais prováveis cenários que o time pode encarar no próximo sábado. Mas antes vale um pequeno resumo do que vem acontecendo com o San Francisco desde que Mike Nolan tomou as rédeas. O que é importante, principalmente se vc não acompanhou meus diversos textos anteriores sobre ele e a equipe.
Desde que Mike Nolan e sua equipe assumiram o comando do 49ers, o time que vinha mal das pernas está aos poucos se acertando. Dono de uma enorme tradição vencedora nos anos 80 e 90, o 49ers perdeu o rumo desde que o seu ex-dono teve que abrir mão do time no ano 2000, quando se viu envolvido em um processo de corrupção no governo do estado de Louisiana.
O 49ers caiu no colo do seu cunhado pão duro que contratou mal tanto a equipe administrativa quanto técnica. O resultado foi catastrófico, dentro e fora de campo. De 2000 a 2004 o 49ers virou a piada da NFL, o que levou à uma reformulação geral na área administrativa e técnica em 2005.
Para o cargo de treinador, veio Mike Nolan, filho de um histórico ex-treinador do 49ers nos anos 60 e 70. Mike veio do Baltimore Ravens onde, como coordenador de defesa, criou e desenvolveu uma das mais criativas e agressivas unidades defensivas dos últimos anos. Do pai ele herdou a personalidade forte e pulso firme, deixando claro que vinha para mudar as coisas logo no começo, dispensando diversos veteranos que não correspondiam em campo o alto salário que recebiam.
Chegou tbm Scot McCloughan para assumir as responsabilidades de recrutamento e avaliação dos jogadores, além de Lal Heneghan para administrar a franquia.
Além de se livrar dos veteranos, Nolan encontrou outro enorme problema ao assumir o time. As administrações anteriores tiveram péssimos recrutamentos e apostaram num perfil de jogador totalmente diferente do que Nolan acredita que é o ideal. O novo treinador prefere apostar na força para suas linhas de ataque e defesa, com jogadores grandes e pesados, mas o 49ers estava cheio de jogadores leves e rápidos, trazidos pela péssima equipe anterior.
Resumindo, o treinador teve que começar do zero.
Nolan, comandando o time de terno, em homenagem ao pai.
Ao lado de McCloughan, Nolan assumiu o 49ers para o recrutamento de 2005 como o pior time da NFL. Com necessidades em praticamente todas as posições, Nolan e McCloughan adotaram a acertada filosofia de escolher sempre o melhor jogador disponível independente da posição. Assim, do draft, vieram mais jogadores para o ataque do que para a defesa, com o resultado aparecendo já no segundo ano de comando através do jovem quarterback Alex Smith apresentando grande evolução e o running back Frank Gore explodindo como um dos melhores da liga. Além deles, outros frutos do draft como o tight end Vernon Davis e o bloqueador Adam Snyder também mostraram grande potencial.
E com o ataque no caminho certo, chegou a hora de reforçar a defesa. O trabalho fantástico de Nolan inclusive abriu os olhos (e a carteira) do até então muquirana dono do time, que resolveu finalmente gastar dinheiro na contratação do cornerback Nate Clements, um dos melhores da liga, além de 3 outros reforços para a defesa.
Com o draft marcado para o próximo sábado, Mike Nolan promete que vai continuar focado na mesma filosofia de recrutar o melhor jogador disponível ou então tirar da escolha o melhor valor possível. Numa coletiva de imprensa ontem, a dupla Nolan/McCloughan deixou claro que existem 20 jogadores que eles classificam de elite no draft desse ano e que mereceriam serem escolhidos na primeira rodada. Isso pode ser um indício de que o 49ers esteja repetindo a estratégia do ano passado e tentar conseguir negociar uma escolha a mais no primeiro round, para tentar conseguir pelo menos dois desses 20 prospectos.
O defensive end Jamaal Anderson (n°92) é um dos melhores jogadores que poderiam estar disponíveis para o 49ers na 11ª posição do draft.
Ano passado o 49ers avaliava 17 jogadores de elite e, ao negociar com o Broncos uma escolha extra na 1ª rodada, pegou o defensor Manny Lawson, um dos que estavam nessa lista de 17. Esse ano pode ser que o 49ers tente também essa manobra focando num dos wide receivers que poderiam estar disponíveis na segunda metade do draft, mas que não merecem serem pêgos num ponto tão alto quanto o 11° que hoje o San Francisco tem. Ted Ginn Jr (Universidade de Ohio State), Robert Meachem (Tennessee), Dwayne Bowe (LSU) e Dwayne Jarrett (USC) são alguns dos receivers que podem estar disponíveis na segunda metade do draft e que poderiam ser o alvo do 49ers, caso o time realmente consiga uma boa troca. Outra opção com essa segunda escolha seria um safety como Reggie Nelson (Florida).
Numa previsão realista, alí na 11ª escolha Nolan e McCloughan ficarão mais do que satisfeitos em escolher o tackle Levi Brown (Penn State), o defensive end Jamaal Anderson (Arkansas), o safety LaRon Landry (LSU), o inside linebacker Patrick Willis (Mississipi), o defensive end Adam Carriker (Nebraska) ou o defensive tackle Alan Branch. Landry e Anderson dificilmente estarão disponíveis nesse ponto, assim como Brown tbm tem potencial para sair antes. Assim o cenário mais provavel para a 11ª posição é mesmo a escolha entre Willis, Carriker e Branch.
Patrick Willis pode ser o escolhido na primeira rodada.
De qualquer forma, o 49ers hoje poderá escolher 4 jogadores entre os 100 primeiros disponíveis no draft desse ano. São 1 escolha no primeiro e outra no segundo round e duas no terceiro. Além disso, o time conta com mais 4 escolhas no quarto round. E tantas escolhas abrem enormes oportunidades para reforçar ainda mais esse time com juventude e talento. E o fato de que as duas posições do draft mais carregadas de bons jogadores são duas das posições que o 49ers mais necessita de ajuda (wide receivers e defensive end), otimismo é o que não falta em torno do time de San Francisco.
Pensando a partir da 3ª rodada, um running back tambén seria muito bem vindo para ajudar a tirar um pouco do trabalho pesado de Frank Gore. Caras como Michael Bush (Lousiville), Lorenzo Booker (Florida State), Kenneth Darby (Alabama), Darius Walker (Notre Dame) e Tony Hunt (Penn State) seriam ótimos reforços se disponíveis na 3ª ou 4ª rodada. Meu sonho seria Michael Bush, um jogador com história muito parecida a de Frank Gore. Dono de um talento enorme, Bush deve cair para o 3° ou 4° round devido à uma séria fratura na perna direita.
Michael Bush poderia turbinar ainda mais o jogo corrido em San Francisco
Apesar de haver sido um dos pontos mais fortes do time na temporada passada, a linha de ataque tbm precisa de reforços. Isso pq o bloqueador Larry Allen é um veterano de 35 anos e tem problemas sérios de contusão. Além da inconstância do bloqueador da ponta direita da barreira, Kwame Harris, e do tamanho do outro bloqueador da direita, o guard Justin Smiley, que é pequeno para os padroes de Mike Nolan. Isso pode levar o 49ers a apostar em Levi Brown na primeira rodada, se ele estiver disponível, ou entao em um dos guards de elite desse ano e que podem estar disponíveis na segunda rodada, Justin Blalock (Texas) ou Ben Grubbs (Auburn), ou até mesmo do tackle Tony Ugoh (Arkansas) ou do center Ryan Kalil (USC).
Outra possibilidade para a segunda rodada é defensive end, a posição mais forte do draft desse ano. Craques como Charles Johnson (Georgia), Jarvis Moss (Florida), Anthony Spencer (Purdue), LaMarr Woodley (Michigan) e Tim Crowder (Texas) podem estar lá na segunda rodada. E caras como Turk McBride (Tennessee), Jay Moore (Nebraska), Ikaika Alama-Francis (Hawaii) e até mesmo Quentin Moses (Georgia) poderiam cair de bandeja na 4ª. Como o 49ers está em transição para um novo sistema na defesa, que é formado de 3 jogadores grandes de linha e 4 linebackers (3-4), jogadores como Moss e Woodley se encaixariam como uma luva no lado oposto à Manny Lawson como outside linebackers. E, convenhamos, no 3-4, linebackers nunca são demais.
Se disponível na segunda rodada, o bloqueador Justin Blalock traria força e juventude para linha de ataque
As possibilidades são inúmeras e os prospectos disponíveis são basicamente estes. Qualquer dúvida ou comentário sobre o 49ers ou NFL, é só me mandar um email que a gente troca uma idéia. Se der tempo, até o fim da semana eu faço um textinho geral sobre o draft desse ano.
domingo, 11 de março de 2007
Artigo interessante sobre antiamericanismo tupiniquim que saiu no Estadão de hoje.
'Fora daqui, fora Bush do Iraque'
Nossos movimentos religiosos sempre invocaram com os EUA. Falta um tom civilizado a essa relação
*José de Souza Martins
As manifestações de desagrado pela visita de George W. Bush ao Brasil repetem o padrão conhecido. O antiamericanismo brasileiro parece esgotar-se no episódico dessas expressões de descontentamento político que resumem e polarizam complicados processos de proximidade e distância em relação aos Estados Unidos da América. No entanto, ele persiste, ocultamente regulado por fatores históricos que dizem respeito tanto à nossa identidade nacional quanto às necessidades sociais, econômicas e políticas relativas ao nosso destino como nação.
Nosso antiamericanismo nasceu com a proclamação da República e teve como seu mais lúcido e consistente ideólogo o escritor Eduardo da Silva Prado. Seu mal- estar e sua interpretação da República recém-proclamada, como cópia sem imaginação dos símbolos e das instituições americanas, estão no livro A Ilusão Americana. Escrito no final de 1893, durante a fuga do autor, perseguido político da ditadura que deu berço à República, reflete sem dúvida o momento de incerteza política, mas reflete, também, as nossas duradouras determinações históricas.
Na palavra de Eduardo Prado, reagia o nosso catolicismo monárquico ao republicanismo protestante que se queria importar. A separação do Estado em relação à Igreja, efetivada pela República, era boa indicação do afastamento em relação às tradições de nossa identidade. Não é nada estranho, portanto, que nos seus cometimentos em favor da justiça social a Igreja Católica reconheça, no Brasil, como simbolização do mal a dominação do império, forma católica de referência ao que Lênin e os comunistas rotularam de imperialismo. A sociedade americana e o modelo de economia em que se baseia são expressões da ética protestante. Nesses dias de protesto contra a visita do presidente americano, os vários movimentos e organizações originados da Igreja Católica e a ela ligados, como a Pastoral da Terra e o MST, deram o tom nas objeções àquilo que Bush e os Estados Unidos para eles representam, o grande capital, a economia de mercado, o neoliberalismo econômico, o mal, enfim, cujas vítimas remotas podem ser vistas em muitos cantos do mundo.
O “gancho” do protesto foi um dos itens da agenda de encontro entre Bush e Lula, o das restrições à importação do etanol brasileiro pelo mercado americano. O etanol pode abrir grandes horizontes para a economia brasileira. Mas a opção pela produção do combustível verde sofre completa restrição dessas organizações político-religiosas. Tem motivo os que centram nesse tema o seu protesto político à visita de Bush e aos esforços de Lula para obter condições favoráveis ao comércio desse combustível. Trata-se de um produto que prenuncia um agravamento das condições das populações desvalidas do campo, sobretudo aquelas que serão atingidas pela redefinição das funções econômicas da terra em favor dos grandes empreendimentos agrícolas destinados à produção da matéria-prima do combustível.
Os trabalhadores já conhecem essa história. Quando surgiu o Pró-Álcool, em 1975, e começou a produção do carro a álcool, a partir de 1978, grandes extensões de terra foram convertidas em canaviais em detrimento da agricultura de subsistência e de alimentos, o preço dos gêneros alimentícios foi afetado, as relações de trabalho no campo deram um mergulho definitivo na ocupação temporária e precária, favelas e bairros pobres surgiram na periferia de outrora idílicas cidades interioranas. A degradação das condições de vida dessas populações tornou-se visível com a chamada “revolta de Guariba”, em 1984. Foi quando os trabalhadores canavieiros desse município paulista se insurgiram contra o aumento do número de ruas de cana que o trabalhador estava obrigado a colher num dia de trabalho. Os pais tiveram que levar suas crianças para o canavial para completar a medida exigida de cana cortada.
É curioso que o MST e a Pastoral da Terra, de diálogo atravessado com o que é, sobretudo, o seu governo, não tenham convencido Lula a aceitar a possibilidade de fazer da economia do etanol um dos ingredientes de expansão e consolidação da reforma agrária, em vez de oporem-se a esse projeto de interesse nacional. Em nenhum momento pensaram no agronegócio familiar e agrorreformista como um meio de legitimar a reforma e promover o que poderia ser, também, um significativo programa de redistribuição de renda. Como se vê no documento da Campanha da Fraternidade de 2007, da CNBB, o mercado, o negócio e o dinheiro são claramente estigmatizados como responsáveis pela pobreza e a marginalização de populações amazônicas, e não só delas. Esquecem os seus autores da multiplicidade de funções do dinheiro e a diversidade social do mercado, como esquecem que, sem mercado para os produtos agrícolas, a reforma agrária não tem o menor sentido. Estranha contradição: o lançamento do documento foi feito, conforme denunciou a Conferência dos Religiosos do Brasil, em evento patrocinado pela Companhia Vale do Rio Doce, uma das expoentes do capitalismo globalizado e neoliberal. O antiamericanismo do protesto contra Bush fica comprometido por essas extravagâncias. O que é pena, já que em si mesmo o protesto contém um alerta que o governo deveria levar a sério, pois expressa um projeto social legítimo em favor da agricultura familiar.
Não só o nosso governo. Talvez esteja na hora de o governo americano, finalmente, ouvir as palavras do falecido Roberto Simonsen, industrial e fundador da Federação das Indústrias de São Paulo, que, em 1947, propôs que os Estados Unidos incluíssem o Brasil no Plano Marshall. Poderíamos ter tido aqui um desenvolvimento econômico como o que o Plano desencadeou em países derrotados e devastados pela guerra, como a Alemanha e a Itália. Nossa inclusão no plano teria dado outro rumo à nossa história e às nossas relações com os Estados Unidos. Resta saber se ainda há tempo de dar às relações entre os dois países o sentido civilizado e socialmente justo que o antiamericanismo caipira preconiza.
*José de Souza Martins é professor titular de Sociologia da Faculdade de Filosofia da USP
'Fora daqui, fora Bush do Iraque'
Nossos movimentos religiosos sempre invocaram com os EUA. Falta um tom civilizado a essa relação
*José de Souza Martins
As manifestações de desagrado pela visita de George W. Bush ao Brasil repetem o padrão conhecido. O antiamericanismo brasileiro parece esgotar-se no episódico dessas expressões de descontentamento político que resumem e polarizam complicados processos de proximidade e distância em relação aos Estados Unidos da América. No entanto, ele persiste, ocultamente regulado por fatores históricos que dizem respeito tanto à nossa identidade nacional quanto às necessidades sociais, econômicas e políticas relativas ao nosso destino como nação.
Nosso antiamericanismo nasceu com a proclamação da República e teve como seu mais lúcido e consistente ideólogo o escritor Eduardo da Silva Prado. Seu mal- estar e sua interpretação da República recém-proclamada, como cópia sem imaginação dos símbolos e das instituições americanas, estão no livro A Ilusão Americana. Escrito no final de 1893, durante a fuga do autor, perseguido político da ditadura que deu berço à República, reflete sem dúvida o momento de incerteza política, mas reflete, também, as nossas duradouras determinações históricas.
Na palavra de Eduardo Prado, reagia o nosso catolicismo monárquico ao republicanismo protestante que se queria importar. A separação do Estado em relação à Igreja, efetivada pela República, era boa indicação do afastamento em relação às tradições de nossa identidade. Não é nada estranho, portanto, que nos seus cometimentos em favor da justiça social a Igreja Católica reconheça, no Brasil, como simbolização do mal a dominação do império, forma católica de referência ao que Lênin e os comunistas rotularam de imperialismo. A sociedade americana e o modelo de economia em que se baseia são expressões da ética protestante. Nesses dias de protesto contra a visita do presidente americano, os vários movimentos e organizações originados da Igreja Católica e a ela ligados, como a Pastoral da Terra e o MST, deram o tom nas objeções àquilo que Bush e os Estados Unidos para eles representam, o grande capital, a economia de mercado, o neoliberalismo econômico, o mal, enfim, cujas vítimas remotas podem ser vistas em muitos cantos do mundo.
O “gancho” do protesto foi um dos itens da agenda de encontro entre Bush e Lula, o das restrições à importação do etanol brasileiro pelo mercado americano. O etanol pode abrir grandes horizontes para a economia brasileira. Mas a opção pela produção do combustível verde sofre completa restrição dessas organizações político-religiosas. Tem motivo os que centram nesse tema o seu protesto político à visita de Bush e aos esforços de Lula para obter condições favoráveis ao comércio desse combustível. Trata-se de um produto que prenuncia um agravamento das condições das populações desvalidas do campo, sobretudo aquelas que serão atingidas pela redefinição das funções econômicas da terra em favor dos grandes empreendimentos agrícolas destinados à produção da matéria-prima do combustível.
Os trabalhadores já conhecem essa história. Quando surgiu o Pró-Álcool, em 1975, e começou a produção do carro a álcool, a partir de 1978, grandes extensões de terra foram convertidas em canaviais em detrimento da agricultura de subsistência e de alimentos, o preço dos gêneros alimentícios foi afetado, as relações de trabalho no campo deram um mergulho definitivo na ocupação temporária e precária, favelas e bairros pobres surgiram na periferia de outrora idílicas cidades interioranas. A degradação das condições de vida dessas populações tornou-se visível com a chamada “revolta de Guariba”, em 1984. Foi quando os trabalhadores canavieiros desse município paulista se insurgiram contra o aumento do número de ruas de cana que o trabalhador estava obrigado a colher num dia de trabalho. Os pais tiveram que levar suas crianças para o canavial para completar a medida exigida de cana cortada.
É curioso que o MST e a Pastoral da Terra, de diálogo atravessado com o que é, sobretudo, o seu governo, não tenham convencido Lula a aceitar a possibilidade de fazer da economia do etanol um dos ingredientes de expansão e consolidação da reforma agrária, em vez de oporem-se a esse projeto de interesse nacional. Em nenhum momento pensaram no agronegócio familiar e agrorreformista como um meio de legitimar a reforma e promover o que poderia ser, também, um significativo programa de redistribuição de renda. Como se vê no documento da Campanha da Fraternidade de 2007, da CNBB, o mercado, o negócio e o dinheiro são claramente estigmatizados como responsáveis pela pobreza e a marginalização de populações amazônicas, e não só delas. Esquecem os seus autores da multiplicidade de funções do dinheiro e a diversidade social do mercado, como esquecem que, sem mercado para os produtos agrícolas, a reforma agrária não tem o menor sentido. Estranha contradição: o lançamento do documento foi feito, conforme denunciou a Conferência dos Religiosos do Brasil, em evento patrocinado pela Companhia Vale do Rio Doce, uma das expoentes do capitalismo globalizado e neoliberal. O antiamericanismo do protesto contra Bush fica comprometido por essas extravagâncias. O que é pena, já que em si mesmo o protesto contém um alerta que o governo deveria levar a sério, pois expressa um projeto social legítimo em favor da agricultura familiar.
Não só o nosso governo. Talvez esteja na hora de o governo americano, finalmente, ouvir as palavras do falecido Roberto Simonsen, industrial e fundador da Federação das Indústrias de São Paulo, que, em 1947, propôs que os Estados Unidos incluíssem o Brasil no Plano Marshall. Poderíamos ter tido aqui um desenvolvimento econômico como o que o Plano desencadeou em países derrotados e devastados pela guerra, como a Alemanha e a Itália. Nossa inclusão no plano teria dado outro rumo à nossa história e às nossas relações com os Estados Unidos. Resta saber se ainda há tempo de dar às relações entre os dois países o sentido civilizado e socialmente justo que o antiamericanismo caipira preconiza.
*José de Souza Martins é professor titular de Sociologia da Faculdade de Filosofia da USP
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007
Mika: um fenômeno libanês conquista a Inglaterra
Scissor Sisters ensinou a receita e a onda pop/80's/glam tomou conta das rádios e conquistou o ouvido da molecada inglesa do sec XXI. O que é mais do que compreensível, já que a música pop dos últimos anos vinha dominada pela caretice e mediocridade de músicos de caraoquê pré-fabricados. Com a carência de novas tendências, nada melhor do que redescobrir as raízes da Disco Music, New Wave e do pop/rock dançante, glamuroso e com uma pitada de sensualidade debochada entre Elton John, George Michael, Bowie, Queen, Chic, Duran Duran, Bee Gees, KC & the Sunshine Band, Depeche Mode e Blondie.
E com as portas abertas pelos colegas americanos do Sisters, agora quem chega com toda a pinta de que vai um dos grandes êxitos de 2007 é um libanês de 23 anos, que deixou Beirute com a família em meados dos 80, com a guerra civil.
Mica Penniman, mais conhecido apenas como "Mika", está em primeiro lugar nas paradas britânicas com o single "Grace Kelly", uma balada de pop clássico que mistura falsetes, batidas dançantes e guitarras elétricas.
Mika vou vítima de uma infância complicada, nao só pelos típicos problemas de adaptaçao que crianças sofrem ao serem obrigadas a viver em diferentes lugares, mas também pelos problemas familiares e com os colegas de colégio que o acossavam pelo jeito afeminado. Tudo isso agravado pela dislexia, o que levou a mae a tirá-lo do colégio com 11 anos. E nos 7 meses que levaram para encontrar outra escola, sua mae contratou um professor de canto russo para que o garoto tivesse uma atividade em casa. E foi aí que Mika descobriu esse 5/8 de dar inveja a Ney Matogrosso que viria a ser sua marca fundamental na carreira 10 anos depois.
O menino soprano foi parar no coral da Royal Opera House e descobriu sua faceta cênica, o que facilitou sua integraçao ao novo colégio, onde fez parte de obras de teatro e musicais. Nesse período começou já a escrever cançoes e impressionava os professores e familiares pela enorme confiança em sua voz, na capacidade de representar e de tocar o piano clássico. E a confiança e virtuosismo sao uma marca até hoje de um intérprete que ignorou um mundo exterior que só lhe deu rejeiçao e preconceito. Mika triunfa hoje com o disco "Life in Cartoon Motion", onde joga no liquidificador suas angústias, medos e lembranças nas letras as vezes obscuras, trágicas, tristes e confusas, outras debochadas e sarcásticas, que contrastam com a sensualidade da voz e ritmo dançante e levadas glamurosas e exageradas.
Assim como recomedei Scissor Sisters antes de estourar, há uns anos atrás, hj recomendo meu conterrâneo Mika. Pop de qualidade, sim senhor!
Scissor Sisters ensinou a receita e a onda pop/80's/glam tomou conta das rádios e conquistou o ouvido da molecada inglesa do sec XXI. O que é mais do que compreensível, já que a música pop dos últimos anos vinha dominada pela caretice e mediocridade de músicos de caraoquê pré-fabricados. Com a carência de novas tendências, nada melhor do que redescobrir as raízes da Disco Music, New Wave e do pop/rock dançante, glamuroso e com uma pitada de sensualidade debochada entre Elton John, George Michael, Bowie, Queen, Chic, Duran Duran, Bee Gees, KC & the Sunshine Band, Depeche Mode e Blondie.
E com as portas abertas pelos colegas americanos do Sisters, agora quem chega com toda a pinta de que vai um dos grandes êxitos de 2007 é um libanês de 23 anos, que deixou Beirute com a família em meados dos 80, com a guerra civil.
Mica Penniman, mais conhecido apenas como "Mika", está em primeiro lugar nas paradas britânicas com o single "Grace Kelly", uma balada de pop clássico que mistura falsetes, batidas dançantes e guitarras elétricas.
Mika vou vítima de uma infância complicada, nao só pelos típicos problemas de adaptaçao que crianças sofrem ao serem obrigadas a viver em diferentes lugares, mas também pelos problemas familiares e com os colegas de colégio que o acossavam pelo jeito afeminado. Tudo isso agravado pela dislexia, o que levou a mae a tirá-lo do colégio com 11 anos. E nos 7 meses que levaram para encontrar outra escola, sua mae contratou um professor de canto russo para que o garoto tivesse uma atividade em casa. E foi aí que Mika descobriu esse 5/8 de dar inveja a Ney Matogrosso que viria a ser sua marca fundamental na carreira 10 anos depois.
O menino soprano foi parar no coral da Royal Opera House e descobriu sua faceta cênica, o que facilitou sua integraçao ao novo colégio, onde fez parte de obras de teatro e musicais. Nesse período começou já a escrever cançoes e impressionava os professores e familiares pela enorme confiança em sua voz, na capacidade de representar e de tocar o piano clássico. E a confiança e virtuosismo sao uma marca até hoje de um intérprete que ignorou um mundo exterior que só lhe deu rejeiçao e preconceito. Mika triunfa hoje com o disco "Life in Cartoon Motion", onde joga no liquidificador suas angústias, medos e lembranças nas letras as vezes obscuras, trágicas, tristes e confusas, outras debochadas e sarcásticas, que contrastam com a sensualidade da voz e ritmo dançante e levadas glamurosas e exageradas.
Assim como recomedei Scissor Sisters antes de estourar, há uns anos atrás, hj recomendo meu conterrâneo Mika. Pop de qualidade, sim senhor!
segunda-feira, 22 de janeiro de 2007
Atendendo aos pedidos, volto à escrever essa semana... Deixei de escrever pq é tanta desgraça acontecendo no mundo que nao tinha nenhum estímulo de bloguear.
Por isso mesmo vou fugir das coisas sérias e falar sobre algo totalmente sem importancia, a volta de Rocky Balboa!
Sim... Eu esperei ancioso pelo novo Rocky! E por mais ridículo e absurdo que possa parecer, sei que nao fui o único!
Praticamente todo que conheço e que cresceu na década de 80 guarda boas recordaçoes de Silvester Stallone. Seja por Rocky ou Rambo, todo mundo que era moleque nessa época vai se lembrar pra sempre do nosso amigo Balboa subindo as escadas com aquela trilha sonora maravilhosa, ou compatilhou com o colega John Rambo a dor pela morte do seu ex-companheiro de guerra e a raiva por aquele xerife babaca estrelado por Brian Dennehy.
Eu levo esses filmes tao a sério que tenho certeza absoluta que foi Rocky Balboa e nao Mikhail Gorbachev que deu um fim à Guerra Fria, ao nocautear Ivan Drago, conquistar a torcida soviética e dizer a clássica "Se eu posso mudar... se vocês podem mudar... então... TODO MUNDO PODE MUDAR!" no fim da luta!
Outra coisa importante sobre Rocky: Rocky V nunca existiu! NUNCA! A série acabou em Rocky IV. Nao adianta tentar me convencer... Rocky V nunca existiu!
Entao... já dá pra imaginar o que senti quando fui ver hoje o inexplicavelmente explicável sexto (ou melhor, quinto) filme da série?
Sinceramente, nunca vivi uma experiência cinematográfica tao dolorosa como a de hoje.
Os mais patéticos 102 minutos da minha vida numa sala de cinema.
Apesar de que as cenas de luta sao as melhores de todos os tempos, o Rocky sessentao é um amontoado de cenas, diálogos e dramas roubados dos outros 5 (ops, 4) filmes sem nenhum sentido. As coisas simplesmente vao acontecendo, a bola de neve vai crescendo e, quando vc acha que nao poderia ser pior, Stallone consegue surpreender e piorar mais ainda!!!
Me senti péssimo por Silvester Stallone... de verdade. Me senti mal ao vê-lo se submeter a tamanha humilhaçao, num filme que é clara e descaradamente uma tentativa desesperada de se sentir relevante.
Apesar de que Rocky Balboa é de longe o pior e mais lamentável e vergonhoso filme de esportes da história do cinema, todos os fãs de Rocky Balboa estao obrigados a vê-lo.E como eu fui, todos irao.Eu tenho amigos que idolatram tanto os primeiros 4 filmes que iriam ver o 6º mesmo que eu dissesse "Voces ficarao tao deprimidos que ao sair do cinema pensarao seriamente em meter o carro pela contramao durante todo o caminho de casa".
Eles, como eu, estao dispostos a correr esse risco. E aí encontramos a inexplicável explicaçao para que esse filme fosse feito. Sly apostou nessas duas geraçoes de machos enfraquecidos pela idolatria à série e que precisavam ver Rocky de volta aos ringues (mais uma vez!).
E, convenhamos, como poderia ser pior do que Rocky V?!
Até o próprio Sly tenta negar a existência de Rocky V, se recusando a usar o "VI" no título do novo filme e fingindo que tudo foi deixado naquela noite de 1985 na URSS.
Apesar do filme ser uma catástrofe, algumas dessas cenas "roubadas" dos filmes anteriores fazem de pelo menos uns 20 minutos do novo Rocky funcionar pela nostalgia. "Ah, isso era do Rocky II"; "Uau! Eu lembro disso do Rocky IV". Provocam um arrepio ou outro e um sorriso saudoso...
Mas mesmo assim nao dá pra recomendar Rocky Balboa. Por vários motivos.
Stallone está parecendo um boneco de cera. Ele injetou tanto Botox na cara que parece que está vestindo uma máscara de halloween dele mesmo na época de Cop Land. A experiência de ver as cenas de luta com Sly dessa forma é algo totalmente angustiante, já que a sensaçao que se tem é que, com o primeiro murro, a cara dele vai se desfazer! É horrível!
O cunhado do Rocky, Paulie, está no filme. Nao sei se por milagre ou por efeito de computaçao, mas a verdade é que, se ele está vivo, têm aí entre 95 e 135 anos. E por mais que suas cenas sejam muito engraçadas, é duro de acreditar que Rocky ainda pode subir ao rinque quando o seu melhor amigo está como se para internar no Retiro dos Artistas, de frauda e com uma enfermeira ao lado.
Eu odeio ter que dizer isso, mas Rocky Balboa nada mais é que um grande pedido de ajuda.
A impressao que se tem é que Sly usa o tempo todo a história de Rocky, um boxeador esquecido, envelhecido e marginalizado, como um paralelo perturbador da sua própria vida como ator e celebridade.
Em momentos do filme em que Rocky solta frases como "Num segundo eles te amam... no próximo segundo te esquecem", vc se sente como que vendo um documentário, em que é Sly e nao Rocky falando para a câmera da sua própria vida.
Na cena em que Rocky explica para Paulie porque ele precisa de uma luta mais - pq ele sente falta dos holofotes, pq ele quer mais uma chance de terminar as coisas de maneira correta - poderia ser muito bem o próprio Stallone sentado na sala com Burt Reynolds ou Christopher Lambert, explicando pq ele precisava fazer esse filme.
A cena final, com o último aplauso à Rocky/Sly, dá a entender inclusive que esse paralelo entre ficçao e vida real pode ter sido intencional, com a inconfundível trilha sonora e o público dando adeus à um personagem e uma série que deveria ter acabado há 20 anos atrás.
Ao sair do cinema deprimido, vagando perdido pelas ruas do centro de Madri, eu me vi lamentando o caminho tomado por Stallone, desejando que ele tivesse tomado outra direçao. Talvez que tivesse pegado um aviao para o Afeganistao para lutar contra o novo campeao mundial, um imbatível militante do Al Qaeda de 2m de altura e 200kg, que só aceitava lutar pelo título numa caverna remota na fronteira com o Paquistao.
Rocky venceria, conquistaria a torcida do Al Qaeda e daria o discurso "Se eu posso mudar... se vocês podem mudar... então... TODO MUNDO PODE MUDAR!" no fim da luta. Afinal de contas, se ele acabou sozinho com a Guerra Fria, pq nao poderia acabar agora tbm com o terrorismo?
Puts... nao... eu acabei de dar uma idéia para Stallone fazer o Rocky VII... alguém, por favor, me mate!
Por isso mesmo vou fugir das coisas sérias e falar sobre algo totalmente sem importancia, a volta de Rocky Balboa!
Sim... Eu esperei ancioso pelo novo Rocky! E por mais ridículo e absurdo que possa parecer, sei que nao fui o único!
Praticamente todo que conheço e que cresceu na década de 80 guarda boas recordaçoes de Silvester Stallone. Seja por Rocky ou Rambo, todo mundo que era moleque nessa época vai se lembrar pra sempre do nosso amigo Balboa subindo as escadas com aquela trilha sonora maravilhosa, ou compatilhou com o colega John Rambo a dor pela morte do seu ex-companheiro de guerra e a raiva por aquele xerife babaca estrelado por Brian Dennehy.
Eu levo esses filmes tao a sério que tenho certeza absoluta que foi Rocky Balboa e nao Mikhail Gorbachev que deu um fim à Guerra Fria, ao nocautear Ivan Drago, conquistar a torcida soviética e dizer a clássica "Se eu posso mudar... se vocês podem mudar... então... TODO MUNDO PODE MUDAR!" no fim da luta!
Outra coisa importante sobre Rocky: Rocky V nunca existiu! NUNCA! A série acabou em Rocky IV. Nao adianta tentar me convencer... Rocky V nunca existiu!
Entao... já dá pra imaginar o que senti quando fui ver hoje o inexplicavelmente explicável sexto (ou melhor, quinto) filme da série?
Sinceramente, nunca vivi uma experiência cinematográfica tao dolorosa como a de hoje.
Os mais patéticos 102 minutos da minha vida numa sala de cinema.
Apesar de que as cenas de luta sao as melhores de todos os tempos, o Rocky sessentao é um amontoado de cenas, diálogos e dramas roubados dos outros 5 (ops, 4) filmes sem nenhum sentido. As coisas simplesmente vao acontecendo, a bola de neve vai crescendo e, quando vc acha que nao poderia ser pior, Stallone consegue surpreender e piorar mais ainda!!!
Me senti péssimo por Silvester Stallone... de verdade. Me senti mal ao vê-lo se submeter a tamanha humilhaçao, num filme que é clara e descaradamente uma tentativa desesperada de se sentir relevante.
Apesar de que Rocky Balboa é de longe o pior e mais lamentável e vergonhoso filme de esportes da história do cinema, todos os fãs de Rocky Balboa estao obrigados a vê-lo.E como eu fui, todos irao.Eu tenho amigos que idolatram tanto os primeiros 4 filmes que iriam ver o 6º mesmo que eu dissesse "Voces ficarao tao deprimidos que ao sair do cinema pensarao seriamente em meter o carro pela contramao durante todo o caminho de casa".
Eles, como eu, estao dispostos a correr esse risco. E aí encontramos a inexplicável explicaçao para que esse filme fosse feito. Sly apostou nessas duas geraçoes de machos enfraquecidos pela idolatria à série e que precisavam ver Rocky de volta aos ringues (mais uma vez!).
E, convenhamos, como poderia ser pior do que Rocky V?!
Até o próprio Sly tenta negar a existência de Rocky V, se recusando a usar o "VI" no título do novo filme e fingindo que tudo foi deixado naquela noite de 1985 na URSS.
Apesar do filme ser uma catástrofe, algumas dessas cenas "roubadas" dos filmes anteriores fazem de pelo menos uns 20 minutos do novo Rocky funcionar pela nostalgia. "Ah, isso era do Rocky II"; "Uau! Eu lembro disso do Rocky IV". Provocam um arrepio ou outro e um sorriso saudoso...
Mas mesmo assim nao dá pra recomendar Rocky Balboa. Por vários motivos.
Stallone está parecendo um boneco de cera. Ele injetou tanto Botox na cara que parece que está vestindo uma máscara de halloween dele mesmo na época de Cop Land. A experiência de ver as cenas de luta com Sly dessa forma é algo totalmente angustiante, já que a sensaçao que se tem é que, com o primeiro murro, a cara dele vai se desfazer! É horrível!
O cunhado do Rocky, Paulie, está no filme. Nao sei se por milagre ou por efeito de computaçao, mas a verdade é que, se ele está vivo, têm aí entre 95 e 135 anos. E por mais que suas cenas sejam muito engraçadas, é duro de acreditar que Rocky ainda pode subir ao rinque quando o seu melhor amigo está como se para internar no Retiro dos Artistas, de frauda e com uma enfermeira ao lado.
Eu odeio ter que dizer isso, mas Rocky Balboa nada mais é que um grande pedido de ajuda.
A impressao que se tem é que Sly usa o tempo todo a história de Rocky, um boxeador esquecido, envelhecido e marginalizado, como um paralelo perturbador da sua própria vida como ator e celebridade.
Em momentos do filme em que Rocky solta frases como "Num segundo eles te amam... no próximo segundo te esquecem", vc se sente como que vendo um documentário, em que é Sly e nao Rocky falando para a câmera da sua própria vida.
Na cena em que Rocky explica para Paulie porque ele precisa de uma luta mais - pq ele sente falta dos holofotes, pq ele quer mais uma chance de terminar as coisas de maneira correta - poderia ser muito bem o próprio Stallone sentado na sala com Burt Reynolds ou Christopher Lambert, explicando pq ele precisava fazer esse filme.
A cena final, com o último aplauso à Rocky/Sly, dá a entender inclusive que esse paralelo entre ficçao e vida real pode ter sido intencional, com a inconfundível trilha sonora e o público dando adeus à um personagem e uma série que deveria ter acabado há 20 anos atrás.
Ao sair do cinema deprimido, vagando perdido pelas ruas do centro de Madri, eu me vi lamentando o caminho tomado por Stallone, desejando que ele tivesse tomado outra direçao. Talvez que tivesse pegado um aviao para o Afeganistao para lutar contra o novo campeao mundial, um imbatível militante do Al Qaeda de 2m de altura e 200kg, que só aceitava lutar pelo título numa caverna remota na fronteira com o Paquistao.
Rocky venceria, conquistaria a torcida do Al Qaeda e daria o discurso "Se eu posso mudar... se vocês podem mudar... então... TODO MUNDO PODE MUDAR!" no fim da luta. Afinal de contas, se ele acabou sozinho com a Guerra Fria, pq nao poderia acabar agora tbm com o terrorismo?
Puts... nao... eu acabei de dar uma idéia para Stallone fazer o Rocky VII... alguém, por favor, me mate!