sábado, 31 de março de 2001

Divagando sobre o nada... chegando a lugar nenhum... confusões, eu sei... mas o que fazer se assim o sou...

(Fernando Kallás - 30/04/01 - 23h45m)

"É incrível como a paixão se confunde com o amor de uma maneira linda. Na paixão tudo é eterno, tudo é aquele momento. Você não pensa no futuro ou nas conseqüências... você só quer ficar com essa pessoa e dane-se o resto. É lindo estar apaixonado... eu adoro! Até a dor da perda de uma paixão é legal... afinal de contas, quem nunca curtiu uma fossa? Há vezes em que as paixões acabam tão rápido quanto chegam, há vezes que é o contrário... você vai aprendendo a gostar dessa pessoa e quando vê está fascinado por ela, pelo seu jeito de lidar com a vida, com as pessoas, com você... essa pessoa se torna especial. Outras é de cara mesmo, você vê e fala: "é ela". Eu sempre fui de me entregar muito às coisas... de entrar de corpo e alma. Quando era moleque me machucava muito... hoje em dia consigo administrar melhor, apesar de ainda ser uma criança. Com o tempo estou aprendendo a ser humano, a reconhecer as minhas falhas e aceitar as dos outros, não só de uma relação mas das pessoas ao meu redor, como um todo. Aprendi que dizer a verdade nua e crua doe muito menos do que a mentira e a enrolação (tem coisa pior do que o incerto, a ilusão???). Sou sim, muito sincero, as vezes até demais. Mas é como eu vejo o respeitar do sentimento. E isso requer sinceridade. São tantos os calos que certas vezes teimo em não me entregar, penso nas conseqüencias, penso no amanhã, penso nas pessoas, penso no trabalho, penso nas compras de amanhã... no final das contas vejo que penso demais e que estou fazendo besteira ao me privar de tal sentimento tão bacana. Aí continuo me entregando da mesma maneira "Por que não, pô!!!???". Moro sozinho desde o começo de 1997, quando me mudei para São José do Campos... cara, que ano barra pesada. Quem me conhece há muito tempo sabe que existem dois Kallás, um antes e outro depois de São José... aquela cidade me mudou muito, mas prá melhor eu acho. Ter saído de casa cedo foi muito bom, aprendi a andar sozinho, a resolver meus problemas. Meu coração calejado tem história prá contar. Aprendi nas decepções que sempre há um ponto de vista positivo em toda história, a ser encarado, mas isso não me faz menos carente de afeto e carinho das pessoas que eu gosto. Sou sim, carente... sensível. As vezes fico mal com pequenas atitudes que meus amigos nem percebem... bobeira minha, mas eu sou assim... ainda não consegui ser de outra maneira. Gosto de abraço, de carinho, de palavras doces e com afeto... gosto de criança. Elas são o que estão sentindo naquele momento. Elas choram quando estão tristes, riem quando estão felizes, xingam quando estão bravas, etc e tal... afinal de contas, são elas mesmas. Não têm máscaras. Me vejo meio como aquele pai "dono de casa", presente o tempo todo, que troca frauda, vai pra cozinha, leva prá praia, joga futebol, conversa sobre os gatinhos, etc... como eu quero ser pai um dia. Quero que meu filho tenha os mesmos conflitos que eu tenho, quero que ele seja uma pessoa normal, não alienada como se vê tanto hoje em dia. Amar é humano, se arriscar é humano, se apaixonar é humano, Errar é humano... é nossa humanidade o que mais me fascina... Queria poder externar tudo o que sinto em palavras, a hora que quisesse, não só nos momentos de inspiração. Mas não consigo... mal o consigo nos momentos de maior inspiração. Queria ser um poeta errante, que vaga por sua mente desbravando a das outras, visualizando seu próximo movimento para poder agir antes e deixa-la em xeque. Ou então melhor, entrar em xeque e me deixar totalmente nas mãos do outro, flutuando sobre versos surreais que nada dizem além de pensamentos soltos que se transformaram em emoção e tomaram meu coração de assalto em uma noite escura, sem estrelas. Assim de repente essas já não são mais palavras, são vozes, sussurros. Já não são pensamentos, são beijos, toques, fluidos. Já não são emoções perdidas numa noite escura, é dia na penumbra do amanhecer... o céu laranja, o cheiro de maresia, os Dois Irmãos, os seus olhos fechados, a sua boca entreaberta, o seu corpo nu entre o meu..."

Nenhum comentário: