Estréia nesse feriado um filme que promete: "MATER DEI" (Brasil, 2001), dirigido pelo paulista Vinicius Mainardi.
O filme conta a história de dois irmãos, o cineasta Vinicius (Gabriel Braga Nunes) e o jornalista Diogo (Dan Filip), que estão dispostos a tudo para viabilizar seu projeto cinematográfico. Ou seja, eles não têm dinheiro e topam qualquer parada prá conseguir fazer seu filme, desde emitir notas frias, envolver-se em corrupção, chantagear e até vender informações sobre o paradeiro de uma mulher (Carolina Ferraz) cujo filho recém-nascido será sacrificado para pôr fim a uma guerra sanguinolenta entre um grande empreiteiro e um juiz ladrão. O filme é de ficção, mas poderia não ser.
Os nomes dos protagonistas são os mesmos dos irmãos Mainardi: o diretor Diogo e o roteirista e jornalista da Veja Diogo Mainardi, que diferente dos personagens de seu filme, usaram uma maneira diferente de levantar dinheiro para seu projeto: eles se recusaram a obter recursos dos mecanismos de renúncia fiscal previstos em leis, por julgar que não cabe ao contribuinte o ônus de bancar filmes.
(Pausa para os aplausos!)
Os R$ 600 mil gastos em "Mater Dei" saíram de seus próprios bolsos e dos de seus sócios. Um deles, o empresário João Paulo Diniz, que dizem andar entusiasmado com a idéia de financiar produções cinematográficas. Para diminuir os custos, filmaram em minivídeo digital, mais barato que a película. Por esses motivos, Mater Dei é um modelo possível para um cinema sem subsídios governamentais.
"Mater Dei" mostra que esquema é esquema, não importa a identidade do corrupto ou o volume de rendimentos aferido com a tramóia. Do cineasta que superfatura um cenário ao juiz que enriquece numa negociata e ao deputado que esquarteja os inimigos com serra elétrica, todos estão igualmente a serviço do atraso e da selvageria.
Com certeza, só pela proposta, é um filme imperdível!
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