quinta-feira, 8 de novembro de 2001

Há 42 anos o futebol perdia Heleno de Freitas, o Gênio da Grande Área!



Há 42 anos, no dia 8 de novembro de 1959, morria Heleno de Freitas, dono de uma das histórias mais bonitas e tristes do futebol brasileiro. Dia 8 de novembro de 1959. Nenhuma data redonda, certinha, exata. Mas na medida para o desmedido Heleno, o mais torto dos anjos no altar do futebol brasileiro, que morreu sifilítico, solitário, incompreendido, louco. E único. Nunca houve um craque como Heleno.

— Foi a história mais dramática de um jogador de futebol do Brasil — diz Zizinho.

Uma legenda do futebol brasileiro e do Botafogo Futebol e Regatas, Heleno foi um dos mais românticos craques que jogaram nos tempos do profissionalismo. Mostrava isso até na origem aristocrática de sua família, tradicional em São João Nepomuceno, a cidade mineira onde nasceu em 12 de dezembro de 1920. Ainda menino veio morar em Copacabana onde, jogando pelo famoso time de praia de Nenem Prancha, foi descoberto para o futebol. Juvenil, jogou pelo Botafogo e uma contusão de Carvalho Leite, de quem era reserva, fez com que ele estreasse no Campeonato Carioca de 1940, jogando apenas o segundo tempo mas fazendo os dois gols que deram a vitória do Botafogo contra o São Cristóvão. Daquele ano até 1947, foi sempre o artilheiro botafoguense.

Foi também um dos homens mais bonitos, elegantes e boêmios de seu tempo. Era o encanto das mocinhas da sua Copacabana. Perfeccionista e temperamental, jogava futebol por profundo amor à bola e não admitia falhas nem suas nem de seus companheiros. Vibrante, apaixonado e explosivo, ao longo dos anos essas atitudes seriam agravadas pela influência da doença que o minava. Tornou-se irascível, violento e descontrolado. Brigava com juizes, adversários, torcedores e companheiros.

Em 1948, já totalmente tomado pela doença, deixou o Botafogo, seguindo para seu calvário. Boca Juniors, Vasco, Barranquilla da Colômbia e o América. No Maracanã, fez a última partida de sua vida. Dali foi para o sanatório em Barbacena (MG) e depois para sua terra. Nunca houve um craque como Heleno. A história mais dramática de um jogador de futebol no Brasil.

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